Capítulo 21

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Natasha Romanoff P.O.V.

A festa de casamento estava incrível, um momento realmente especial. S/a havia saído da mesa para dançar com Peter e eu não conseguia tirar meus olhos dela. Ela estava tão linda, radiante, realmente não a via tão bem e feliz quanto ela está nos últimos dias. E isso me deixa completamente boba e feliz por saber que eu tinha parte nisso.

Steve e Peggy estavam próximos a mesa e eu vi a oportunidade para parabenizá-los. Eles realmente merecem toda felicidade do mundo, ainda mais por permanecerem juntos com os altos e baixos que passaram ao longo dos anos juntos.

- Parabéns, Steve e Peggy. Desejo a vocês toda a felicidade do mundo. - Digo após abraçar cada um. - Eu estou muito feliz por vocês, de verdade mesmo.

- Obrigado, Nat. - Steve e Peggy agradeceram, compartilhando sorrisos radiantes. A conversa com eles não durou muito, pois eles tinham que dar atenção a outros convidados.

Depois que eles saíram para conversar com outros convidados, Sharon apareceu com uma taça de champanhe na mão e a expressão animada. Desmancho levemente meu sorriso e solto um suspiro curto, mas ainda sim, tenho um sorriso educado em meu rosto.

- Natasha, você precisa se soltar um pouco! Vamos dançar, vai ser divertido. - Ela diz claramente alterada pelo álcool. Mantendo minha compostura, tento recusar educadamente.

- Agradeço, mas eu realmente não estou com vontade de dançar agora. - Digo com um tom de voz calmo, porém mais alto para que ela pudesse escutar por conta do som alto da música.

Sharon, ignorando a resposta, pegou meus braços e começou a movimentá-los de qualquer maneira, tentando me arrastar para a pista de dança.

- Vamos lá, Nat! - Riu. - Você está perdendo a diversão.

Ela estava tão animada e bêbada que acabei rindo do seu ato desajeito e dança entranha, mas após me recompor retiro suavemente meus braços das mãos da loira que fez um beicinho na tentativa falha de tentar me convencer a aceitar o seu convite.

- Sharon, eu já disse não. - Sorrio educadamente para a loira que deu de ombros desistindo de me perturbar e saindo de perto.

Suspiro aliviada por ter conseguido facilmente me livrar dela. Procuro S/n com o olhar pela pista de dança que estava ainda mais cheia do que antes. Mas o que eu encontro faz o meu coração afundar em desespero.

Lá estava ela, no centro da pista de dança, envolta nos braços de Wanda. Os sorrisos trocados entre elas exalava uma intimidade que me deixou paralisada de angústia.

Cada movimento grácil, cada riso compartilhado, era como uma agulha perfurando meu coração. Testemunhar a conexão ainda existente entre S/a e Wanda era como reviver uma tragédia pessoal diante dos meus olhos. Era como um déjà vu.

Com um nó na garganta, afastei-me e andei em direção ao bar. Cada passo era uma batalha contra a dor que se intensificava a cada respiração. O calor do ambiente contrastava com o frio gélido que se instalou em mim naquele momento.

No bar, pedi uma bebida, a tentativa desesperada de anestesiar a tormenta de emoções que me consumia. Cada gole era uma fuga temporária da realidade cruel que se desenrolava diante de mim. Meu peito queimava, assim como a bebida que descia em minha garganta após cada gole.

Enquanto observava a multidão dançando ao redor, fui inundada por uma enxurrada de pensamentos. Se havia ainda uma chance de ela me escolher. Uma chance de ela me amar.

Por mais doloroso que fosse encarar a realidade diante de mim, uma sensação de impotência me envolveu, uma dolorosa lembrança do passado.

A possibilidade de S/n voltar com Wanda atormentava meus pensamentos, como uma sombra sinistra pairando sobre mim. Era uma batalha interna que eu sabia que não podia vencer, uma luta contra os fantasmas do passado que insistiam em assombrar meu presente.

Recordações dolorosas emergiam em minha mente, lembranças de momentos em que me vi impotente diante das escolhas de S/n, incapaz de interferir no curso de seu coração. Vendo ela se deteriorar com o tempo, vendo suas lágrimas inundarem os seus olhos, seu sorriso morrer e sua alegria se esvair.

Agora, enquanto testemunhava S/n e Wanda dançando juntas, uma sensação de resignação se instalava. Por mais que desejasse intervir, por mais que meu coração gritasse por uma chance de reescrever nosso destino, eu sabia que estava além do meu alcance.

S/a era uma jornada em si mesma, uma alma livre destinada a seguir seu próprio caminho, mesmo que isso significasse revisitar os vestígios de um amor passado. Eu era apenas uma espectadora neste palco, assistindo impotente enquanto as marés do destino nos levava para direções desconhecidas.

Por mais que desejasse, não podia fazer nada além de aceitar as marés que nos separavam, mesmo que partisse meu coração em pedaços.

Eu posso estar exagerando, é apenas uma dança, certo?

Talvez eu estivesse projetando meus próprios medos e inseguranças sobre a situação, criando monstros onde só havia sombras.

No entanto, mesmo diante desse raciocínio lógico, uma sensação ruim persistia em meu peito, uma intuição que insistia em me alertar para algo errado. E ver S/n e Wanda juntas apenas aumentava minha insegurança.

Talvez fosse o peso das minhas próprias experiências dolorosas, ou talvez fosse a sombra do desconhecido que pairava sobre nós, mas eu não conseguia escapar da sensação de que algo estava prestes a mudar, que o equilíbrio frágil que construímos estava à beira do abismo.

E então, quando a música finalmente terminou, um momento de silêncio tenso pairou sobre nós. Eu segurei minha respiração, meu coração batendo descompassadamente no peito, enquanto observava Wanda se inclinar em direção a S/n, seus lábios ansiosos pelo toque.

S/n, porém, recuou, um gesto de rejeição que cortou o ar como uma lâmina afiada. Um breve lampejo de alívio se acendeu dentro de mim, mas foi rapidamente obscurecido pela sombra da incerteza. O que aquilo significava? Seria um sinal de que S/n pensou em mim ou apenas uma reação instintiva diante de uma situação desconfortável?

Enquanto S/n se afastava, deixando para trás uma Wanda perplexa e confusa, senti-me presa em meu lugar, algo molhado deslizou pelo meu rosto e só aí eu percebi que lágrimas escorriam dos meus olhos. Eu agradeci tanto internamente por todos estarem ocupados demais, ou bêbados demais, que não presenciaram toda essa cena.

S/n havia sumido do meu campo de visão assim como Wanda. Eu queria ir até ela, mas eu ainda não conseguia me mexer. Era como se tivessem amarras em volta do meu corpo. Procurei Yelena pela multidão, mas parecia que ela também havia sumido.

Perdida em meus próprios pensamentos, eu mal percebia o passar do tempo. Cada segundo parecia uma eternidade.

Foi só quando Yelena e Peter apareceram diante de mim com expressões desesperadas que fui trazida de volta à realidade. Confusão e preocupação marcavam seus rostos, seus olhos transbordando de uma urgência que eu mal podia compreender.

- Nós não tivemos a intenção. - Yelena disse desesperada. Peter concordou acenando com a cabeça sem parar.

Pedidos de desculpas tropeçavam em suas palavras, seus semblantes contorcidos pela angústia de algo que eu ainda não compreendia. Foi somente quando eles começaram a explicar, suas vozes ecoando em meio ao caos da minha mente e a música alta, que a verdade veio à tona.

Meu coração afundou em desespero mais uma vez, uma sensação de pânico apertando minha garganta enquanto eu tentava entender o impacto.

Desespero e culpa se misturavam em uma tempestade furiosa dentro de mim, uma sensação de impotência diante das consequências do meu segredo. Eu sabia que não havia como voltar atrás.

- Onde ela tá? - Perguntei ignorando todo o discurso deles. Depois eu me resolveria com eles, minha preocupação agora é em como S/n está.















Another LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora