"Observei o amor da minha vida partir e senti um vazio no peito, passei a mão sobre seu rosto pálido e uma lágrima escorreu, pedi pra ela ficar comigo, mas foi em vão..."
Olhei Luana passar e logo os meninos começaram rir de mim, toda vez é isso.
Kn: Aí parceiro, tá babando por quê? - perguntou rindo.
Caio: Qual é, mano? - virei olhando pro outro lado da rua.
Pedro: Deixa ele, Kn. - falou sério, mas logo riu também.
Luana é sobrinha do Th, dono daqui do complexo. Gosto dela desde novinho, Kn diz que ela também gosta de mim, mas acho que ele só tá me zoando mesmo. Acho difícil ela gostar de mim já que quase nunca troca ideia comigo.
Eles fica rindo pq diz que eu gosto dela e ao mesmo tempo tenho medo. Não é que eu tenha medo, é que ela é toda estranha, tá ligado? Brincando ela mata um, aí vou ficar de gracinha? Vou nada! O que ela tem de bonitinha tem de sinistra, nem me arrisco.
Pedro e Kn ficaram falando besteira e eu ignorei, tava pensando era em como eu ia fazer pra conseguir o resto do dinheiro do meu estúdio.
Tatuar é uma coisa que sempre gostei de fazer, quando era mais novo eu fazia um monte de rabisco no braço e imaginava como seria quando eu crescesse e virasse tatuador profissional.
Já fiz curso até, mas não me considero profissional ainda, só quando eu tiver um estúdio pra chamar de meu, mas enquanto não tenho vou trampando de outra forma.
Tem dia que sou ajudante de pedreiro, tem dia que tatuo, tem dia que ajudo um parceiro meu vendendo umas parada na praia, cuido de loja... Cada dia faço uma coisa diferente, só não posso é ficar parado esperando o dinheiro cair do céu.
Tem um estúdio à venda aqui no morro, fica de frente pra praça, a localidade é boa, mas ainda tenho só a metade do dinheiro. Tô ligado que ainda vai demorar pra eu conseguir o dinheiro todo, mas se não der de comprar esse eu compro outro, esperança é a última que morre!
Moro sozinho e isso ajuda na questão de economizar dinheiro, é só eu e eu mermo. Meus coroa morreu em um acidente de carro faz cinco anos e de lá pra cá moro sozinho.
Sinto mó falta deles, mas fazer o quê né? Não dá pra trazer de volta, o negócio mesmo é seguir em frente e não esquecer dos momento que vivi ao lado deles.
Caio - 24 anos
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Os erros de português fazem parte da fala dos personagens.
