A Libertina

Capítulo 52

Luana

Quando o povo começou chegar eu fiquei mó feliz mermo, vi todos aqueles que desde o começo acompanharam minha caminhada e que não desistiram e sempre foram fiel a mim.

Ontem Caio fez mó coisa porquê rolou aquilo comigo e hoje já ia fazer festa, mas a real é que hoje meu coroa ia completar quarenta e seis anos se tivesse vivo, então eu decidi fazer essa homenagem pra ele.

Tenho certeza que se ele tivesse vivo ia fazer mó festa e ia chamar essas merma pessoa que tão aqui hoje pra comemorar com ele.

Nem todo mundo veio porquê eu inventei isso de última hora e alguns manos meu nem tão aqui no RJ. Muitos já se foram ou tão preso, mas do mermo jeito eu lembro e cito o nome de cada um deles.

Eu até entendo o porquê Caio implicou tanto pra eu não fazer essa parada hoje, ele ficou com medo de me perder mas não precisa porque tô ligada que ainda não é dessa vez que eu vou deixar ele descansar o juízo dele.

Cristal não pisa aqui porque ele não tem apoio de nenhuma facção e sozinho ninguém se atreve sabendo que vai morrer. Mas pouco importa ele, o bom é que agora tô aqui comemorando com meus irmão e o amanhã não me interessa.

Olhei ao meu redor e não vi Caio, pedi pra Diogo ficar tomando conta da churrasqueira e entrei em casa, indo procurar ele. Entrei no nosso quarto e ele tava na cama, deitado. Fechei a porta devagar e deitei do lado dele, ele virou e me abraçou, deitando a cabeça na minha barriga.

Luana: Que foi, tchutchuco? - passei a mão no rosto dele.

Caio: Tô com medo de te perder. - falou com a voz rouca.

Luana: Fica assim não, pô. Tu não vai me perder. - ele fungou o nariz, ficando quietinho. - aquilo foi só um susto, faz parte, tá ligado?

Caio: Eu sei, mas é que mesmo assim eu fico com medo. - olhou pra mim com os olhos cheios de lágrimas.

Luana: Te preocupa não que ainda vou te estressar por muitos e muitos anos. Vai se livrar assim tão fácil não. - ele riu. - bora?

Caio: Bora, tô com fome já. - levantou me puxando.