Caio
Eu sorria bobo escutando as história que Luana contava de quando ela era criança e vinha pra praia com o avô dela. Deu pra sacar que ela é mó chegada nele. O rolê mais improvável era esse nosso e olha agora, nós aqui a um tempão conversando de um monte de parada.
Depois de um tempo nós deitado na areia o celular dela tocou, ela atendeu e fez sinal com a mão pra mim, pra eu esperar.
Luana: Quê? Como assim, mano? - perguntou, fazendo uma cara estranha, levantando e saindo de perto. Por um momento ela ficou em silêncio e depois com voz de choro disse não ia demorar chegar.
Caio: Que tá rolando? - levantei olhando pra ela que tentava ser forte e não chorar. Eu percebia que ela tava quebrada por dentro, eu via a tristeza no olhar dela, mas a frieza não deixava ela demonstrar.
Luana: Dino morreu, pô. Meu avô. - suspirou cansada. - tenho que ir, tá ligado? Não queria que terminasse assim, mas...
Preferiu não terminar a frase, apenas deixou no ar e eu entendi que não tava fácil. Ela tenta ao máximo não demonstrar, mas qualquer um percebe a voz falhando e a dor da perda, só que ela fala friamente, ou pelo menos tenta.
Caio: Tá, de boa. - peguei as toalha no chão e fui andando pro carro. Ela ia na frente, andando rápido e falando mais uma vez no celular.
Entrei no carro e fechei a porta, colocando o cinto e vendo Luana passar a mão pelo cabelo, apoiando a cabeça no volante.
Caio: Sinto muito. - ela sussurrou um bagulho que eu não entendi e passou a mão no rosto, dando a meia volta e saindo dali.
Toda hora alguém ligava e ela sempre respondia a merma coisa, "sim, ele morreu". Não sei quem tanto ligava, mas o caminho todo foi isso, ela suspirando e atendendo o celular.
Quando chegou no morro ela encostou na casa dela, desceu e pegou uma mochila, voltando pro carro e indo me levar em casa. Eu quis ir sozinho pra não atrapalhar, mas ela disse que ia me levar.
Luana: Valeu pela noite e vai desculpando qualquer coisa aí. - se despediu.
Caio: Que nada, eu que agradeço. - sorri fraco e ela sorriu também. Vi que ela queria me perguntar alguma coisa, mas não tava achando jeito, então perguntei primeiro. - quer que eu vá te fazer companhia?
Luana: Não vai ser um incomodo? - neguei. - tá, então bora. Lá tem tudo já, precisa nem levar nada... Só se quiser.
Caio: Não, vou pegar só umas coisa. - ela concordou e eu desci.
Entrei em casa e fui pro quarto, peguei o necessário, joguei umas peça de roupa e saí. Tranquei tudo e voltei pro carro.
Ela disse que tinha que ir buscar a avó dela, mas que não demorava. Parou em frente uma casa cor de rosa e desceu, depois de um tempo veio andando com uma moça e foi seguindo viagem.
--- É teu namorado, Luana?
Luana: Não, ele é só meu amigo.
--- De besta que tu é. Moço bonito desse, fosse eu não perdia tempo.
Segurei o riso e continuei do jeito que tava, esse não é o momento!
Luana: Agora não, vó. Agora não. - falou curta e grossa e mais uma vez tudo ficou em silêncio.
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A Libertina
Diversos"Observei o amor da minha vida partir e senti um vazio no peito, passei a mão sobre seu rosto pálido e uma lágrima escorreu, pedi pra ela ficar comigo, mas foi em vão..."