Capítulo 21

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Boa noite amores!


Magnus 

Caminhei pela cidade por horas, depois que deixei Alexander sozinho não me preocupei em voltar ao escritório e lidar com Imasu. Não me importei de ter deixado meu celular, a mesa bagunçada e o computador ligado. 

Não queria ver ou falar com ninguém, eu queria ficar sozinho com meus pensamentos. Na verdade, o que eu mais queria é que tivesse algo que pudesse fazer para que as vozes parassem de falar na minha mente por pelo menos um tempo. 

As mesmas vozes que já tinham feito eu me  arrepender de ter falado com Alexander e expor coisas sobre mim que nunca havia compartilhado com ninguém a não ser  meu pai e Clary; de ter vindo para essa cidade e conhecido esse capitão, de tê-lo beijado e me entregado, de estar me apaixonando. E de todas as mentiras que me envolvem. 

Se não tivesse saído de Nova York nada disso teria acontecido, eu estaria sem emprego, no entanto seria temporário e logo resolveria, saúde do meu pai não está sendo das melhores de qualquer forma. Porém mais uma vez eu fui um inútil e impulsivo que não analisou a situação com calma e onde estava se enfiando e topou no primeiro sorriso bondoso que apareceu. 

Esse sempre foi meu erro, confiar demais nas pessoas. E olha só, agora estou enrolado numa bolha gigante de problemas e mentiras que nunca eram solucionados e a cada dia piorava.

Senti a areia estalar sob meu sapatos, meus passos automaticamente foram guiados para onde eu me sentia bem e me acalmava de alguma maneira. Impedi meus pés de darem mais um passo, aquele lugar era dele e é provável que esteja lá. Não queria vê-lo e, com certeza, eu seria a última pessoa que ele também gostaria de ver. 

Doeu mais do que o esperado ter deixado claro para ele que não poderia existir nada entre nós dois, ou tê-lo ignorado depois da nossa noite e fingido que não foi nada pra mim. Aquela noite na gruta, como nosso primeiro beijo ou nossa primeira vez foi muito, foi tudo. Muito mais do que eu gostaria de sentir. 

A última vez que eu senti algo assim foi há tanto tempo, mas a dor que isso causou sempre me perseguiu, por mais que tentasse deixar fluir eu não conseguia esquecer e seguir em frente. Quando eu estava sozinho os muros de proteção que eu havia criado se erguiam novamente não deixando que nada entrasse. Em algum momento eu vacilei e uma brecha se abriu, eu precisava fechá-la para que ninguém entrasse.  

Ele poderia não ser como Woolsey Scott, e sim eu tenho certeza que não é, mas ainda assim me magoaria, de qualquer outra maneira, porém aconteceria. 

E o problema não é Alexander, é o sentimento. O amor, ele machuca independente de quem seja, e, eu não quero ser ferido. Passar por todas aquelas fases dolorosas há passos lentos e árduos novamente sem uma certeza de que existe uma cura. 

E não existe realmente uma solução para isso, não é? Veja só, já fazem anos e aquela noite, e tudo antes dela ainda me deixou cicatrizes. Se eu fechasse meus olhos por um instante ainda sentia ela me rasgar por dentro. 

Depois da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora