Ora, senhorita. Dona da face imponente. O que tu faz com esses teus lábios? Palavras de ordem, que calam o ambiente. Voz desafiadora, que nega a suposta verdade. Não aceita o achismo, a realidade se tornou uma coisa complexa.
Como eu te trago no coração? Seus olhos cortantes fatiam minha existência e despedaçam meu ser. Olhar ácido ao qual nenhum detalhe passa despercebido.
Tua voz é tempestade. Me causa estrago, muda meu ser. Mas o som é tão natural quanto qualquer queda d'água. Como o clima muda o mundo, você muda meu ser.
O que dizer? A natureza em sua essência arca com esse caos, na sua naturalidade, sabe que tudo isso é necessário. Eu, em minha simplicidade, ouço o som da tua boca. Retumba em meu peito, desperta minha vontade de viver. Assim como ar é pertecente a esse mundo, tu pertece à minha alma. A voz em tua boca servindo de guia, teu julgamento atuando como ordem.
Difícil agradecer. Impossível dizer quer não te amo. A vida tirou muito de mim, mas não pode tirar seres incríveis como você.
Te ofereço uma alma machucada. Mãos cansadas, braços exaustos. O movimento está custoso. Mas não para te abraçar. Não para te sentir e dizer, em seu ouvido, que amo você.
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Essa toca que chamo de quarto
RandomE à noite, o único som que se ouve é o do teclado sendo judiado.