Eu ofereci café. Com um sorriso, ela aceitou. Ofereci um amor. Com um abraço, ela me acolheu. Foi uma declaração singela de ambas as partes. Ela, adora café. Eu, amo vê-la sorrindo. É uma troca justa e agradável. Um dia, pedi a ela que desenhasse o próprio sorriso e mandasse para mim. Eu tinha certeza de que os traços seriam impecáveis, tal como os demais desenhos dela. Disse que assim que recebesse o desenho eu iria emoldura-lo e pendurar acima da cabeceira da cama. E ela desenhou. Fez os traços usando café. Um sorriso com cheiro de café. Céus, que obra deliciosa de ser devorada com os olhos e nariz. Quando me entregou, foi numa manhã fria. Ela estava usando aquela jaqueta jeans dela. Ela me abraçou. Foi um abraço tão quente que eu não queria sair dele jamais. E foi assim que tudo começou. Ela desenhava nosso amor, com o mesmo cuidado que fazia seus desenhos e, eu, o mantinha quente e doce, tal como os melhores cafés.
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Essa toca que chamo de quarto
RandomE à noite, o único som que se ouve é o do teclado sendo judiado.