VI.

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Momo's POV.

Eu estava muito, muito errada em pensar que esse trabalho não seria algo tão difícil.

Certo, o salário era excepcional, além do almoço extremamente diverso e caro que era ofertado para o gabinete presidencial - vulgo sala de Dahyun - todos os dias.

Um ambiente luxuoso, tudo do bom e do melhor. Não precisava pegar ônibus para o trabalho, possuía um equipamento avançado e confortável, além da minha chefe: uma mulher bonita, rica, cheirosa e muito profissional.

Só não contava que a mulher era o diabo na terra, e não de uma forma que eu consigo lidar com isso.

Talvez consiga, mas não agora que ela está me empurrando contra a parede do elevador.

Eu não sei como exatamente isso aconteceu. Minhas últimas lembranças são de ela se levantar, sumir por uma hora e voltar com uma expressão totalmente séria. Nesse momento já estava quase perto do café da tarde, e meu estômago já dava sinais da fome que eu sentia. Uma frase totalmente doce e excitante saiu de seus lábios: "Vamos, Momo, está na hora do café da tarde" e eu a segui, até entrar no elevador.

A. Porra. Do. Elevador. Cheio. Pra. Cacete.

Claro, não havia como fugir disso. Provavelmente o horário era o mesmo para todos, e eles não se importavam de haver mais de dez pessoas em um único elevador.

Mas eu me importava, e me importava muito. Até pensei em esperar o mesmo ir e depois voltar, fazendo um total de duas viagens, mas não pude raciocinar à tempo: Dahyun me empurrou com um pouco de impaciência, e eu fui obrigada a entrar no cubículo que se tornou minúsculo visto que os funcionários presentes ali se embolaram, praticamente entraram em fusão uns com os outros apenas para não encostarem em Dahyun. Todos de costas evitavam o máximo que podiam o contato visual com a mulher que não suavizou a expressão em momento algum.

E, como resultado desse medo todo, acabei sendo imprensada na parede do elevador, com ela atrás de mim.

Perigosamente atrás.

Acho que já não existe sanidade em minha cabeça, não depois de sentir suas mãos em meus ombros mais cedo. Agora era pior, e eu senti meus pêlos arrepiarem quando ela apertou minha cintura com força, se segurando para não cair quando o elevador deu um forte solavanco.

Oh, não. Não pode ser.

Com certeza foi apenas algo relacionado ao peso acima do nível de segurança, e não o elevador parando de funcionar comigo aqui.

Escutei pequenos gritos quando as luzes acima de mim se apagaram, nos deixando apenas com a luz avermelhada e fraca de emergência.

Alguém começou a apertar o botão feito exclusivamente para esse tipo de situação, e conversas leves foram iniciadas. Provavelmente eles não ligaram, ou já estavam acostumados com isso. Era até plausível, visto que eles muito provavelmente utilizavam esse elevador várias vezes por dia.

A porra do problema era que ninguém, absolutamente ninguém dirigiu o olhar até nós, parecia que não existíamos ali. Nenhuma alma penosa veio me socorrer, estender a mão ou me resgatar daquele forno maldito.

Sua respiração batia na minha nuca, minha bunda colada de uma forma estranhamente erótica em seu quadril. Não sei se era coisa da minha cabeça, mas ela parecia gostar do contato e me empurrava cada vez mais contra o metal gélido.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora