XXXI.

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#CreepersDaMina

Dahyun até então em toda a sua curta vida não havia pensado que alguma vez teria que domar um leão enraivecido com suas próprias mãos.

Tudo se tornaria mais fácil se ela possuísse cordas, algemas, correntes ou alguma coisa que pudesse segurar a fera com um pouco mais de resistência. Como não era o caso, sobrava-lhe apenas sua própria força e sua voz, que nesse momento não poderia se elevar tanto.

Quem diria que perder a paciência em apenas dois minutos fosse tão possível e intenso? Olhando para baixo ela suspirou, agoniada com a vontade cada vez mais crescente de cometer um assassinato.

- Tem como me soltar ou vai ficar em cima de mim a madrugada inteira?

Se ela pudesse, ficaria. A força aplicada com suas coxas ao redor do quadril da mulher mais nova a fazia aos poucos sentir que as câimbras não demorariam a chegar; com as mãos pequenas firmes nos pulsos de Momo, tudo que ela queria era ter uma noite de paz.

Pena que era praticamente impossível.

Em seus sonhos a Kim não estava nem um pouco preocupada em domar uma japonesa em seu auge mais agressivo de fúria. Sua mente passeava por um sonho tranquilo, onde Dahyun conseguia até mesmo sentir o rosto da própria mãe falecida, coisa que com certeza havia mexido com seu emocional; se tivesse acordado normalmente, estaria aos prantos como uma criança magoada. Ela aparentemente não tinha nem o direito de fazer isso.

Como não era o caso, tudo que lhe restou fora acordar um pouco assustada com o movimento brusco do corpo de Momo atrás de si, e em questão de cinco segundos ela já estava pronta para arrombar aquela porta.

A percepção de tempo mais uma vez se dissolveu quando Dahyun nem mesmo sabia como havia se posicionado na frente de Momo tão rápido; a mente confusa pelo sono interrompido de forma repentina aos poucos retomava a consciência e Dahyun percebeu que dali algo muito ruim sairia, se não agisse rapidamente.

Momo com certeza faria um estrago. E o estrago se tornaria mil vezes pior se Marília sequer sonhasse em acordar às duas da madrugada com duas japonesas brigando, enquanto Mina com certeza iria estar em pânico pela situação. Saber disso fez a coreana sentir seu coração pesar no peito, de uma forma ruim. Muito ruim.

Seus ouvidos captaram um pequeno som abafado, claramente um gemido de Sana que Momo também escutou. O peito que antes estava ofegante subiu mais agressivamente, ao passo que Dahyun engoliu em seco enquanto por dentro sentia que as coisas estavam à um triz de explodir.

Sua reação fora um pouco impensada, mas não falhou. Dahyun tentou conversar, mas Momo não a ouvia; tudo que lhe restou fora empurrar o corpo mais alto contra a cama em uma pequena luta corporal, e finalmente ela estava sob o controle.

Ok, sob o controle fora uma forma muito exagerada de se falar. Não havia nada sobre o controle e cada vez que algum som de arfar soava no outro quarto, Momo movimentava mais o quadril. Obviamente a japonesa possuía muito mais força, mas não queria machucar Dahyun.

Nunca a machucaria, nem mesmo encostaria em sua pele com mais pressão do que o suficiente. Momo nesse momento já não enxergava nada, seu peito tomado em um sentimento de ódio que aumentava cada vez mais. Seus olhos queriam lacrimejar, uma vontade de chorar imensa a preencheu ao mesmo tempo que ela nem sabia o porquê de querer chorar naquele momento. Por mais que já soubesse que Mina é uma adulta, não estava preparado para aquilo; não sabia como controlar o coração descontrolado no peito, nem como fazer toda aquela queimação dolorida nas mãos passar.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora