XXX.

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#CreepersDaMina

- Cara, você tá passando vergonha.

Os olhos de Momo rapidamente se direcionaram para o rosto da irmã mais nova, estreitando-se à medida que sua expressão se tornava carrancuda.

Ela até tentou disfarçar um pouco, mas todos os sinais de seu corpo apontavam para o fato de que Momo NÃO ESTAVA SABENDO LIDAR.

O caso era que, com o diagnóstico já correto em cima dos problemas psiquiátricos e psicológicos de Mina, Momo teve que tomar a frente e começar aos poucos a fazer pequenas atividades pedagógicas para o desenvolvimento da garota.
Isso com certeza era algo que não se tornaria tão difícil, certo?

Errado!

A japonesa tinha as mãos trêmulas enquanto encarava em cima da mesa o material que Dahyun comprou para ajudar a Myoui.

- Isso parece uma escola, eu... - Ela suspirou, agoniada com algo que nem sabia o que era. - Eu não sei por onde começar.

- Pelo começo. - Tzuyu revirou os olhos, entediada.

- Você pode começar pela inserção de cores, já que ela gosta de pintar. - Chaeyoung se incluiu na conversa, passando os bracos pelo tronco de Tzuyu. - Você é uma bela idiota, Tutu.

Pelo menos havia funcionado. O clima se descontraiu, enquanto Momo tentava não vomitar ao ver o rosto corado de Tzuyu que nesse momento quase já levantava os braços para o céu, pedindo para que Deus a levasse logo.

Teria de dar certo, querendo ou não. Por dentro a japonesa sentia o peito pesado quando fechava os olhos e lembrava que boa parte naquela demora do tratamento era seu; os sinais claros do problema que não havia percebido, por mais que não houvesse nenhum tipo de ato culposo ali.

Era como jogar ping-pong com sua própria consciência, intercalando entre não se sentir culpada e se sentir. Talvez o peso de cuidar das irmãs desde tão nova houvesse tirado de si um pouco da sanidade, mas ela conseguiria.

- Vamos lá. - Ela se levantou, deixando na sala o casal de pombinhos enquanto ajeitava sua calça folgada de moletom.

Caminhando lentamente até o quarto de Mina, pensou achar a menina assim que abrisse a porta, mas infelizmente não deu tanta sorte assim.

Talvez encontrar o diabo à sua frente seria melhor do que dar de cara com Sana, que teve a péssima ideia de abrir a porta logo naquele momento. Seus olhos se conectaram rapidamente e Momo sentiu que ainda não havia se dissipado quase nada entre o atrito que havia entre as duas.

"Quase nada" talvez fosse algum tipo de piada, ela pensou. Se dando conta que sua relação com Sana nunca havia evoluído, respirou fundo. A vontade era de jogar a cabeça da Minatozaki na parede, mas se controlou; algo estava diferente naquela manhã e ela percebeu nos olhos cortantes e flamejantes de Sana que provavelmente a ruiva não estava em um dos seus melhores dias.

Sendo assim, não cutucou nem feriu seu inimigo. Com dois passos para a direita a japonesa mais nova deixou a outra passar, observando o quarto enquanto tentava calar no seu peito o calor do ciúme aos poucos começando a comer nada carinhosamente a sua própria bunda.

- Hey, Mina. - Ela se aproximou da cama, observando rapidamente que o colchão de Sana estava no chão. - Bom dia.

Como um ritual sagrado, fez o que sempre fazia e tinha na cabeça sempre fazer: se pôs na frente da menina, ajudando-a a sentar enquanto com as mãos, acariciou o rosto amassado de sono de Mina.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora