XX.

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#CreepersDaMina

Você já se sentiu perder o chão, mesmo estando com os pés presos no mesmo?

Ou aquela falta de ar que corrói seus pulmões todas as vezes que você fecha os olhos, lhe trazendo uma ansiedade tão grande que as unhas das suas mãos são roídas em questão de poucos minutos.

Momo já havia passado por muitas situações bem desesperadoras. Seja lá quando era criança, adolescente ou até mesmo adulta, nenhuma dessas ocorrências conseguia se igualar ao sentimento quase avassalador que fazia suas mãos suarem em uma temperatura gelada. Ela tinha que secá-las há cada cinco minutos, já observando o jeans escuro de sua calça ficar um pouco mais escuro devido à umidade.

Ela não era uma pessoa que morria de medo de altura, nunca foi. Em sua família um pouco desmiolada não havia ninguém com esse tipo de fobia. Então por que ela não conseguia nem mesmo olhar para a janela do barulhento avião?

Por outro lado, Mina estava bem relaxada. A garota possuía um fascínio por aviões e não deixou de abrir um sorriso enorme quando soube que iria pela primeira vez viajar em um. Observou cada detalhe do mesmo, se deliciando ao ouvir o barulho que o mesmo emitia. A decolagem foi tão mágica para a garota que ela gravou de todos os ângulos possíveis, ficando de boca aberta quando os flaps do majestoso avião foram abertos.

Oras, era um Airbus A380, tão grande e pesado que Mina poderia passar horas olhando o mesmo. Uma verdadeira obra prima feita por mãos humanas. As vezes se esgueirava sob o colo da irmã mais nova, tentando observar pela janela pequena as nuvens que se destacavam entre o céu azul. Seus ouvidos eram agraciados com o som gostoso do avião funcionado.

Entre pessoas completamente ansiosas e pessoas admiradas, havia Chou Tzuyu.

Ela não estava com medo e também não ligava se o avião era isso ou aquilo. A única coisa que ela queria era colocar seus pés em solo.

De certo era uma boa distração jogar alguns joguinhos, mas isso se tornava massante quando você já estava há 23 horas dentro de um avião, contando com as escalas.

Não aguentava mais. Bufou olhando para o teto, observando os botões que haviam ali. Já havia experimentado todo o cardápio servido a bordo, enjoada só de pensar em colocar alguma coisa na sua boca.

Olhou para o visor à sua frente, se alongando quando a voz eletrônica do piloto se fez presente.

Senhores passageiros, em vinte minutos estaremos em terras brasileiras. Estamos começando agora a fase de aproximação. Permaneçam sentados e com os cintos afivelados durante todo o pouso. O tempo é limpo e a sensação térmica é de 32 graus. Obrigado por voar conosco e tenham um bom dia.

Escutou um pequeno grunhido agoniado, fitando Momo que ao seu lado estava praticamente encolhida de tanta agonia. A mulher estava com a mão na testa enquanto fitava seus sapatos com um olhar completamente desfocado.

Tzuyu sabia que Momo não estava olhando os sapatos e sim praticamente morrendo por dentro de tanta ansiedade.

- Hm. Você sabe português?

- Não. - Momo resmungou. - E você já me perguntou isso antes.

- Estamos indo para um país que não conhecemos e nem mesmo falamos inglês, amor. - A taiwanesa riu. - Estamos literalmente lascadinhas, lascadinhas.

Momo engoliu em seco, segurando seu celular. Segundo Sana, Dahyun com certeza estaria naquele local perto de algumas praias. Ela não conseguia nem mesmo pronunciar o nome.

Como Sana sabia? Não fazia a menor ideia. A única informação que lhe restava era que Dahyun ficaria ali por mais seis dias e logo após partiria para um tal de Rio de Janeiro.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora