XVI.

3.9K 373 1.1K
                                    

Sana se arrependeu no mesmo momento em que se aproximou, com o intuito de tocar a menor.

Não pela sua consciência, já que a mesma já lhe açoitava o tempo todo, com o senso lhe dizendo que aquilo não era o correto.

O que fez a ruiva se amaldiçoar por completo foi a porta sendo violentamente aberta, com uma Momo furiosa lhe fitando, praticamente buscando seu pescoço com o olhar.

- Minatozaki. - Momo balbuciou, acenando com a cabeça para que ela a seguisse.

Assim Sana o fez, já sabendo que dali não sairia coisa boa. Dahyun e Tzuyu ainda dormiam, então não a movimentação não foi notada. As duas mulheres desceram a escada rapidamente, ambas perturbadas. Quando chegaram até a sala, Sana não conseguiu deixar seu cérebro processar o que estava havendo, já que o impacto da mão de Momo em sua boca foi mais rápido.

- Você tá de brincadeira com a porra da minha cara, sua filha da puta! - A maior esbravejou, tentando inutilmente acertar outro golpe na japonesa. - Fazer a minha irmã sua?

Uma bela confusão, já que ambas possuíam conhecimento em artes marciais. Esse pequeno detalhe deu à Sana uma sensação de impunidade diante de Momo, ela só não sabia que a mais nova era ainda mais experiente que si.

- Ela também queria, não precisa agir como se eu fosse uma nojenta! - Já no chão com Momo acima de si, Sana tentava jogar o peso do seu corpo contra o da mais alta, conseguindo por alguns segundos.

Sana não queria agredi-la, apenas cessar a confusão. Aprendera a arte da defesa pessoal apenas para esses casos, mas não contava que Hirai realmente queria mata-la.

- Como não? Você está tentando tirar a inocência da minha irmã! - Momo segurou as mãos de Sana que seguravam sua gola, golpeando baixo e machucando-a com suas unhas. Sana grunhiu em resposta.

- Inocência essa que você não faz a porra do trabalho de entender que ela não é uma criança e sim uma adulta! - A Minatozaki se abaixou, fitando os olhos de Momo. - Ouça, sua burra do caralho, você é a pior irmã que alguém pode ter.

Essas palavras foram tão pesadas que Hirai não enxergou mais nada. Tomada pela fúria ela inverteu as posições, já partindo para a verdadeira agressão quando socos e mais socos eram desferidos pelas duas. Alguns eram desviados, mas a maioria machucava e machucava muito.

No quarto, Dahyun despertou com barulhos secos e altos, como se alguém estivesse socando o forro de sua casa. A coreana olhou para o lado, não vendo Momo e se desesperando por meio segundo quando juntou todos os pontos.

Sana. Momo. Mina.

Tropeçando em seus próprios chinelos brasileiros ela praticamente correu, passando pelo corredor como um raio.

Ao chegar na escada, ela assistiu talvez a cena mais aleatória da sua vida: Sana e Momo rolavam pelo chão, trocando socos tão golpes que ela chegou a sentir o estômago embrulhar quando percebeu que o líquido vermelho no nariz de Momo era sangue.

- Oh porra... - Baixinho ela começou a tremer, desesperada enquanto procurava uma forma de mexer naquilo tudo sem apanhar.

Pegou seu celular, tentando não entra em pânico. Dahyun sempre tivera problema com brigas, principalmente com seus pais. Desde criança sua saída era se esconder sob os travesseiros, tampando os ouvidos enquanto chorava compulsivamente e ouvia os golpes que seu pai desferia contra a parede enquanto sua mãe o ofendia de todas as formas.

Era uma grande merda. Seus pés no chão pareciam chumbo e com lágrimas nos olhos ela discou no celular o número de Marília, tentando puxar de sua garganta o ar para falar quando a voz do outro lado se fez presente. Com os olhos fixos lá embaixo, ela fechou os mesmos quando viu claramente Sana rasgar com suas mãos o tecido do moletom de Momo.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora