XIX.

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Apesar daquela casa ser enorme, parecia vazia demais logo após Dahyun ter saído dali.

Momo era com certeza a mais perturbada. Sem dormir e com o peito pesando com uma dor quase física, a morena não demorou nada para arrumar as coisas, muito pelo contrário: fez a tarefa durante a madrugada, ficando livre algumas horas depois. Era só, literalmente, pegar as malas e ir embora.

Mas como? Como ir embora enquanto sabia que havia machucado Dahyun com um trato tão idiota? Embaixo do chuveiro ainda durante a noite ela deixou cair tantas lágrimas arrependidas que pensou ter que ser medicada.

Não saía. Por mais que ela tentasse ao máximo se limpar com o sabonete, toda vez que observava sua pele, se sentia suja. Se olhar no espelho se tornou uma tarefa dolorosa até demais.

Aquilo a matava. Ela nunca iria esquecer o olhar quebrado que recebeu de Dahyun.

- Você conseguiu, Hirai. - Encostada na porta do quarto, Tzuyu possuía um olhar completamente quebrado. - De fato eu não te reconheço mais.

- Eu irei conseguir um novo emprego, não vamos voltar para a mesmice. - A morena já abatida e cansada deixou a toalha cair até os pés, não se importando com sua nudez. - Não se preocupe.

A Chou sentiu um pouco da raiva aumentar. Ela bufou, cruzando os braços enquanto tentava procurar em sua mente o motivo da irmã ser tão, mas tão desligada.

- Não é tudo sobre dinheiro, você já viu a Minatozaki?

- O quê? - Vestiu sua roupa, fitando a garota mais nova. - O que tem?

- Desci lá embaixo e ela estava completamente abatida na cozinha, jogou o celular no chão com uma força que eu quase desmaiei de susto. - Ela fez uma careta. - Não encontro a Dahyun, nem a Marília. Não estão aqui.

Dahyun. Momo sentiu seu coração se apertar ao ouvir, um rubor subindo até as suas bochechas mesmo estando apenas com Tzuyu ali.

Ela estava envergonhada de seus próprios atos.

- Estou bloqueada. - Com a voz baixa, ela voltou a se sentar na cama. - Em tudo.

- Eu não estou. - Momo fechou os olhos ao ouvir aquela frase. Doeu. - A Marília te bloqueou também?

- Por que eu iria querer saber da Marília? Meu problema foi com a Dahyun.

- Céus, você é o cúmulo da burrice, impressionante. Não é possível! - A garota se aproximou, ficando de pé na sua frente. - É igual somar dois mais dois. Onde está Marília, está Dahyun. - Ela bufou. - Burra, jumenta, mu-

- Eu já entendi que sou a porra de uma idiota! - Com os olhos marejados a japonesa tampou os mesmos com as mãos, abaixando a cabeça.

Tzuyu até daria um ombro amigo, uma palavra calorosa ou algo assim. Colocando em consideração todos os atos de Momo em uma balança, ela decidiu que o lado de Dahyun estava mais leve. Logo, deu de costas, voltando para seu quarto tentando voltar a dormir.

Momo até tentou, mas seu estômago embrulhava toda vez que ela fechava os olhos. Perdeu as contas de quantas vezes se virou, deitando no lado da cama de Dahyun enquanto procurava algum rastro de seu perfume, que aos poucos ficava mais e mais fraco.

Ela estava completamente ferrada. Foi assim que se levantou em um pulo enquanto enxugava as lágrimas, indo em direção à cozinha. Queria buscar algum tipo de apoio em Sana.

Só não sabia que quem precisava de apoio era a ruiva.

Viu que seu objetivo não seria alcançado assim que colocou seus olhos no lugar. Sana estava realmente ali, como Tzuyu tinha dito. O único problema é que ela estava muito pior do que havia imaginado anteriormente.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora