XIV.

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Hirai Momo estava oficialmente ficando louca.

Poderia colocar em seu mural o maior troféu que conquistou em sua vida: conseguir resistir à tentação que era Kim Dahyun.

Já havia sacado como sua mente havia pregado uma peça em si: ver Dahyun tão fragilizada passou uma imagem de que a mulher era alguém delicado como uma peça de porcelana, um poço de suavidade.

Belo engano. Quando a coreana saiu do banheiro vestindo uma camisola que ia até o começo das suas coxas, ela começou a internamente passar mal. Tudo piorou quando Sana saiu do quarto e ela ouviu o click da porta pesada, denunciando que elas estavam a sós em um quarto com isolamento acústico.

Era demais para a cabeça da japonesa. Se viu tímida quando escorregou por entre os lençóis caros e extremamente macios, percebendo como aquele quarto era terrivelmente parecido com Dahyun. Até mesmo o cheiro da morena estava impregnado no tecido, e ela fechou os olhos ao sentir o aroma gostoso em suas narinas.

Dahyun, enquanto isso, bolava mentalmente a sua maior vigarice.

Era notável que a mulher mais nova estava mais do que intimidada: Momo deitou bem no canto da cama, o mais longe possível de Dahyun.

Em outro contexto ela iria se sentir ofendida e até triste, mas sabia que havia um porquê daquele medo todo. E ela, secretamente, adorava isso.

Pegou o controle do ar, colocando-a propositalmente na menor temperatura. A televisão à frente da sua cama foi ligada, e ela se contentou em ver uma série qualquer. Com as luzes apagadas e apenas o LED roxo ligado atrás da televisão, o quarto se tornou um lugar muito aconchegante.

Momo tentou dormir com todas as suas forças. Virava para um lado e para o outro, incomodada com o nível de conforto que havia ali.

Sim, a falta do colchão duro de sua cama estava a fazendo estranhar o ambiente e isso era irônico até demais.

- Está sem sono? - Dahyun perguntou, em um tom baixo. Já estava quase na metade do episódio, mas a inquietação de Momo estava a irritando profundamente.

- Não consigo dormir. - A morena bufou. - Não sabia que pobre que deita em cama de rico sente falta da dor nas costas.

Dahyun sorriu, não fitando a mulher. Era engraçado. Não que ela fosse soberba, longe disso, mas a humildade de Momo era de se admirar.

- Fecha os olhos que você consegue dormir. - Murmurou, voltando a assistir sua série indiana de baixa qualidade.

Foi uma ótima forma de Momo esclarecer a cabeça. Mapeou todos os seus atos do dia, sorrindo minimamente quando lembrou a comida de rabo que conseguiu encaixar em Im Nayeon. Estava tão, mas tão acostumada que a euforia dos momentos anteriores não a deixou perceber que ela nem havia tomado banho para dormir.

Pelo menos se distrairia antes do sono vir. Se levantou, parando ao lado de Dahyun.

- Eu vou tomar banho, só trocar a roupa me agonia. - Ela fez uma careta. - Posso pegar uma roupa sua?

- Que seja. O closet é na porta à esquerda.

Virou-se, entrando no cômodo. Sua boca quase bateu no chão ao ver aquele cômodo enorme cheio das roupas mais caras possíveis. Vestidos, calças, camisas, blusas, sapatos, relógios, brincos... Poderia chutar que haviam milhões de dólares pendurados naqueles cabides.

E realmente haviam.

Poxa, ela queria algo para dormir apenas. Procurou por quase dez minutos até chegar em uma parte mais informal, pegando ali um humilde conjunto de moletom cinza. Com um bico olhou o tecido: havia a etiqueta e ela fechou os olhos, ignorando o tanto de zeros que havia ali.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora