#CreepersDaMina
Há algo mais agradável do que o cheiro da manhã?
Momo definitivamente não havia parado para prestar atenção nos pequenos detalhes da vida. Ali, sentada em um banco de madeira enquanto saboreava um pouco de café, sentiu seu peito se tornar menos pesado ao ser envolvida por um calor que ela até então não conhecia.
Não que ela estivesse no direito de estar tranquila naquele ponto da maratona, porém era inegável que dentro de seu peito havia uma pequena ponta de esperança.
Marília estava de pé, e logo sentou-se na sua frente, do outro lado da mesa. Em suas mãos havia um pacote de pão e ela logo o estendeu, também entregando uma faca de serrinha para a japonesa fazer seu café da manhã.
Dahyun? No quarto, dormindo pesadamente. Elas não tiveram tanto tempo pra pensar. Em questão de uma hora a Hirai teve que se render às suas necessidades fisiológicas, sua bexiga já clamava por piedade. Teve que ser obrigada a deixar a coreana na cama das duas, rezando para que as respostas fossem positivas quando a mesma acordasse. No fundo ela não sabia o que fazer caso houvesse uma resposta negativa por parte da mulher.
— Marília, você vai acabar se matando com esse tanto de café. — A mulher olhou a xícara da mulher, que bebia o café como se fosse água. — Está tudo bem?
— Desde o ponto que eu já saquei a ideia de vocês e sei que a Minatozaki vai vir parar aqui... — Ela comprimiu os lábios, fazendo um barulho com língua no céu da sua boca. Estava agoniada, suas pernas balançavam excessivamente por baixo da mesa. — Confesso que minha intuição tá me deixando meio biruta da cabeça.
— Olha, eu... — A mulher suspirou, passando a manteiga no pão. — Eu tentei falar pra ela que talvez não fosse o mais adequado vir conosco, mas ela já está agoniada até demais. — Fitou a loira. — Quase irreconhecível.
Marília suspirou, colocando a xícara na mesa. Ela estralou seus dedos, colocando as mãos entrelaçadas em cima da mesa enquanto observava o jardim ao lado da piscina. Com olhos cansados e receosos, a brasileira temia que a amiga tivesse um surto ao saber que a mulher estaria vindo para o local. A chance disso acontecer era grande demais.
Momo era um problema, mas um problema controlável.
O mesmo não acontecia com Sana. Dahyun ficou tão, mas tão magoada com a japonesa que cortou todo o contato. Apagou fotos, rasgou fotografias, roupas e até mesmo presentes que ganhou da mulher. Era como se Sana houvesse ferido seu coração da pior forma possível. Como Dahyun reagiria?
Um surto de raiva, tristeza, mágoa?
Marília não sabia. E ela detestava não saber as coisas sobre Dahyun.
— Isso me cheira à terceira guerra mundial, Hirai. — Ela negou com a cabeça. — E quando ela chegará?
Momo sentiu um pontinho do seu ser entrar em combustão com essa pergunta. Olhou para a piscina, já sabendo que havia uma chance até considerável de ser afogada novamente. Engoliu em seco, abrindo um sorriso amarelo enquanto enfiava um pedaço de pão enorme na boca, apreciando o que poderia ser sua última refeição. Mastigou lentamente tentando prolongar seu tempo de vida, mas quase engasgou quando a loira apertou os olhos em direção à si. Que lástima.
— Sabe, eu... — Engoliu audivelmente mais um pedaço de pão. — Da última vez que eu falei com ela há quatro horas atrás, eu... — Ela brincou com os dedos, agoniada. — É, eu acho que...
— Minha vontade é de enfiar esse pão bem no meio do teu cu. — A mulher se levantou, colocando as mãos nos cabelos. — Se a Sana aparecer aqui hoje, eu vou perder a porra do meu réu primário.
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Hot Mess • Dahmo
FanfictionFinanceiramente quebrada aos 19, Hirai Momo se vê sem saída. Responsável por cuidar de suas duas irmãs, a japonesa resolve aceitar qualquer oportunidade de emprego que aparecer em sua frente, até mesmo as mais inusitadas e imorais perante a visão da...