A dupla Sana e Marília conseguia ser imbatível em vários aspectos.
Quando a empresa de Dahyun quase se perdeu em uma grande crise, elas foram as responsáveis por cuidar da mulher que caiu de vez em seus piores vícios.
Também aconteceu o mesmo quando Dahyun perdeu sua mãe e seu afilhado em um acidente automobilistico.
Podemos dizer que elas eram como dois pilares que seguravam o que havia de mais frágil no interior da coreana. O que a casca dura não era capaz de revestir e proteger.
Mas, naquele momento, não havia no mundo o que fizesse Dahyun parar de ignorá-las.
Não foi por falta de tentativas. Momo estava odiando toda aquela situação, mas Dahyun odiava cada vez mais. O ódio que lhe inundava só a deixava pior. Lidar com tantos sentimentos já era em si uma tarefa complicada demais, porém fazer isso tudo com Chou Tzuyu perambulando ao lado do seu quarto era o cúmulo. Não que ela incomodasse, mas só saber que haviam mais pessoas ali, era estranho.
Aquele provavelmente era o seu pior sábado da vida. Depois de ter sido praticamente arrastada para o hospital, a coreana teve que enfrentar uma sessão torturante onde muitas agulhas foram necessárias para tentar amenizar um pouco do estrago que a substância havia feito em seu corpo.
Além disso agora sua casa possuía três pessoas à mais, contra a sua vontade. Para seu maior azar, as duas mulheres possuíam uma autorização registrada em cartório e poderiam agir caso ela não estivesse em condições sãs para decidir algo por si mesma. Claro que aquilo era para ser utilizado apenas em situações de tremenda necessidade, mas aparentemente elas não ligaram para isso.
Achava aquilo tudo uma tremenda imbecilidade e por um momento até se arrependeu de ter dado tanto poder para as garotas em sua vida. Se praguejou logo em seguida, se arrependendo instantaneamente.
Elas eram as únicas que estavam ali independente do seu dinheiro.
Olhando para sua roupa, ela suspirou. Estava sozinha no quarto desde a sexta e já não aguentava o estômago doendo de fome.
Aquilo tudo era uma tentativa de fugir das novas pessoas ali. Certo, não faria uma diferença tão grande, já que a casa em si era uma verdadeira mansão. O que machucava mesmo era sentir como até nisso ela era terrivelmente excluída. Tzuyu e Mina não incomodavam, muito pelo contrário: ela só lembrou da existência das garotas quando levantou de noite e viu as duas dormindo no sofá. Desde então aquilo estava impregnado em sua mente.
Achou engraçado. Tudo bem começar a morar na sua casa, mas era absurdo subir para um dos quartos reserva.
Com um suspiro cansado, se levantou da cama. Não havia como negar que estava realmente fodida: se olhando no espelho foi impossível não notar as olheiras que lhe castigavam. Uma camisa preta qualquer junto com uma calça xadrez vermelha completaram seu look, com direito à um rabo de cavalo para deixar ainda mais claro que ela não estava nem um pouco preocupada em se arrumar naquele dia. Com seus humildes chinelos brasileiros nos pés ela abriu as cortinas do quarto, dando de cara com um tempo fechado até demais.
Mesmo às 07:00 da manhã o céu estava nublado ao extremo, já começando a ficar escuro. Provavelmente uma tempestade torrencial atingiria o local em instantes, mas ela deu de ombros. Aprendeu sozinha a lidar com a fobia após passar anos e anos gritando pelo medo enquanto era ignorada pelo seus pais.
O trabalho era mais importante.
Fez sua higiene matinal quase se arrastando. O enorme banheiro lhe convidava para um banho quente, mas ela se contentou em permanecer em suas roupas quentes. O contato da água com a pele se assemelhava com a sensação da droga e ela preferiu não arriscar.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Hot Mess • Dahmo
FanfictionFinanceiramente quebrada aos 19, Hirai Momo se vê sem saída. Responsável por cuidar de suas duas irmãs, a japonesa resolve aceitar qualquer oportunidade de emprego que aparecer em sua frente, até mesmo as mais inusitadas e imorais perante a visão da...