VII.

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Momo, antes de abrir a porta, respirou fundo. Seu coração batia tão forte que ela o sentia nos ouvidos, e não era necessário uma grande inspeção pra saber que o desconforto no meio das suas pernas era insuportável naquele momento.

Precisava se acalmar. Seja lá o que diabos essa mulher tinha na cabeça, não era correto, não era certo.

Como sua própria chefe poderia instigá-la dessa forma, e pior, tê-la tão facilmente com apenas dois dias de trabalho? Isso não era assédio sexual ou algo assim?

O carro ainda estava ali, e ela sentia o olhar quente de Dahyun sob suas costas. Precisava entrar urgentemente, mas havia um detalhe dentro de sua própria casa que lhe dava muito, muito mais medo.

Tzuyu.

Ela respirou fundo mais uma vez, seus dedos tremiam de nervoso. Abriu a porta lentamente, já se praguejando de todas as formas possíveis quando visualizou sua irmã.

Ela estava com um banquinho bem em frente à porta. Um sorriso malicioso em seus lábios, e as pernas cruzadas. Segurava em sua mão uma xícara de café de um modo extremamente polido, seu dedo mindinho estava para o ar enquanto bebericava o líquido lentamente.

— Tzuyu...

— Eu te disse que era um emprego para garota de programa particular.

— Cala a sua boca, pirralha. — Momo grunhiu. Seguiu para o quarto, arrancando as roupas de uma forma agoniada. Nem percebeu Mina ali, também com um sorriso malicioso.

— Sério, que carrão. E que mulherão. Se você não quiser, eu quero.

— Você é menor de idade, sua nojenta! — A camisa foi jogada de forma agressiva contra o rosto de Tzuyu. A taiwanesa fez uma careta.

— Tá molhada de suor, trabalhou muito... — Ela murmurou, olhando o pano em suas mãos. Quando subiu seu olhar, viu que Momo vinha furiosa atrás de si. — Não encosta em mim com essa sua mão de xibiu não, sapatona! — Ela gritou, começando a correr. 

Momo correu também. Mina observou a cena com uma expressão tediosa. Suas irmãs podiam ser muito idiotas quando queriam. Seus olhos foram para a janela, observando que o carro luxuoso ainda estacionado e desligado.

No fundo, Momo e Tzuyu gritavam em alto e bom som, a japonesa em cima da garota mais nova enquanto a enforcava com as mãos. Mina revirou os olhos.

— Momoring? — A japonesa chamou a irmã, que automaticamente soltou o pescoço de Tzuyu do mata-leão e foi até si. Ela usou o dedo apontando para a janela.

Momo quase caiu para trás. O que diabos a mulher estaria fazendo ali, mesmo depois de quase dez minutos? Estava planejando matá-la ou algo assim?

Sentiu o rosto de Tzuyu em cima de si, também observando. O pânico tomou conta quando ela sentiu o corpo da irmã sumir e ouviu o barulho de passos apressados até a porta.

A taiwanesa tinha um plano louco, mas talvez infalível. Ela correu mais ainda, ignorando os gritos de Momo que vinha atrás de si apenas com o sutiã e uma blusa passada por um ombro só. A japonesa até tentou alcançá-la, e talvez até conseguisse se suas alturas fossem iguais. Em tempos de escola, ela sempre foi a melhor nos esportes, ostentando consigo até algumas medalhas simbólicas pelo seu belo desempenho em corrida. Mas como a natureza presenteou Tzuyu com pernas realmente enormes, não conseguiu.

Ao chegar lá fora, fitou o carro luxuoso e atravessou a rua. Chegando no mesmo ela deu três batidas fortes no vidro, sem medo algum de ser ignorada. Se havia uma coisa que a Chou era, era cara de pau.  Vendo o mesmo abaixar lentamente e o rosto indiferente de Dahyun surgir ali.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora