Hot Mess • Dahmo

VIII.

Momo fechou os olhos com força, tendo que se apoiar na parede para as suas pernas bambas não a traírem.

Não podia ser verdade. Ela poderia aguentar tudo, desde essa situação ridícula onde teve que encarar com Dahyun agindo como uma criança no supermercado, e até mesmo todas as investidas que sua chefe lhe dava descaradamente.

Só não podia lidar com Mina e Dahyun no mesmo ambiente. Na mesma casa. No mesmo cômodo.

Tentando atrair do universo as melhores energias possíveis, Momo virou-se para encontrar o olhar de Mina. A japonesa não havia notado ainda a presença de Dahyun ali, mas foi questão de segundos até isso acontecer.

A garota se escondeu atrás de Momo, colocando o rosto timidamente em suas costas. Mina não sabia do problema que havia se enfiado ao se expor para a mulher coreana, seu ato foi apenas impulsionado pela saudade da irmã mais velha. Ela não estava acostumada a ver tantos rostos desconhecidos em sua casa em tão pouco tempo, o que deixou a garota mais tímida que o normal.

Óbvio que Dahyun não perdeu a chance. Inundada pela curiosidade e afobação, ela abriu um sorriso enorme para a menina que agora tentava se esconder mais ainda.

- Essa é a sua irmã?

- Sim, é a Mina. - A voz de Momo saiu visivelmente cansada.

No fundo, ela sabia que Dahyun não passava de uma boba cheia de curiosidade para conhecer suas irmãs. A boa relação que ela possuía com Tzuyu com apenas algumas horas de convivência revelava que a coreana só queria um pouco de papo besta com adolescentes mais bestas ainda.

Só que Mina não era assim, e com ela se deveria ter muito cuidado com as palavras.

- Oi Mina, eu sou a Kim Dahyun, chefe da sua irmã. - Tzuyu arregalou os olhos de uma forma quase agressiva quando percebeu que Dahyun se aproximou demais da garota.

Por instinto, Momo se projetou para trás, praticamente sufocando a pobre garota na parede. Seu coração batia tão rápido que Hirai pensou que iria desfalecer ali mesmo, diante de um dos seus atuais pesadelos se tornando lentamente em realidade.

Mina não respondeu. Para Momo e Tzuyu, um ato normal até demais.

Para Dahyun, uma infantilidade. Com a mão estendida ela esperou o cumprimento, mas assim como a resposta, ele não veio. Como uma garota já crescida era tão mal educada assim?

Dessa vez a ignorância não se tornou uma dádiva, mas sim seu maior carrasco. Ela não sabia, mas em questão de segundos, instauraria a verdadeira e pior guerra que poderia construir diretamente com Hirai Momo.

- Não precisa ser mal educada, seus pais não lhe ensinaram a ter educação?

[...]

Dirigindo acima da velocidade permitida, Dahyun correu o mais rápido que pode até sua casa.

Nada mais importava naquele momento. Estava tão, mas tão confusa que deixou o carro estacionado de uma forma completamente desleixada na garagem e praticamente correu até o imóvel luxuoso, entrando no elevador e apertando insistentemente o andar onde se encontrava o seu quarto, que também era o escritório da sua amiga japonesa.

Sana, por sorte, estava ali. Cantarolava uma música qualquer enquanto digitava em seu computador, tão imersa em seu trabalho que quase pulou da cadeira quando Dahyun abriu a porta violentamente.