Após mais ou menos vinte minutos, Tzuyu se perguntava o porquê de não ter saído do carro.
Talvez a situação vergonhosa da coreana foi uma distração boa demais para ela se tocar que estava ainda no carro com as mulheres e pior: não sabia para onde estava sendo levada.
Com Dahyun estática no banco da frente e Marília cantando alegre na direção, ela percebeu que havia vacilado em deixar Momo para trás. Engolindo em seco ela tentou ignorar a presença histérica de Chaeyoung ao seu lado, que tagarelava muito seriamente com a motorista.
Olhando as ruas pelo vidro fosco a garota começou a perceber a paisagem de pouco em pouco mudava, mostrando que elas estavam entrando em um bairro mais sofisticado. O carro parou lentamente em um grande shopping que havia ali e a taiwanesa quase arregalou os olhos ao perceber que o shopping em si era o mais caro da cidade, tanto que ela nunca havia entrado no mesmo por não possuir dinheiro nem mesmo para uma casquinha. Sem jeito e morrendo de vergonha ela tentou esconder a sua insegurança ao sair do veículo, mas todo o seu medo foi embora quando ela sentiu Chaeyoung segurar na sua mão.
Vários sons cômicos começaram a ecoar na mente da garota mais alta. Entre eles talvez a buzina de caminhão fosse o mais escandaloso, mas ela não podia evitar se sentir assim. Chayeoung estava andando com a mão na colada sua!
Não sabia como agir. Ela deveria tensionar a mão e agarrar com força ou deixar os dedos soltos para passar uma imagem de quem não ligava para aquilo? Poderia também fazer um pequeno carinho com o dedo, mas talvez fosse íntimo demais...
Só parou de divagar quando viu Marília a olhar com um olhar estranho, como se ela tivesse duas cabeças ao invés de uma só. Toda aquela euforia danada não a fez perceber que ela estava andando tão dura que realmente poderia ser realmente confundida com um poste ou um boneco de posto.
Relutante porém confiante ela colocou seu melhor sorriso no rosto e começou a seguir a garota que a puxava até a praça de alimentação. Sentaram em uma mesa mais afastada, pegando o cardápio na mão e procurando o lanche mais caro que podiam pedir. A bilionária coreana estava ali, com o olhar distante denunciando que ela não estava nem um pouco interessada no papo adolescente.
Já Marília estava se divertindo horrores. Ela não sabia se prestava mais atenção na amiga que estava com uma expressão de defunto ou no casal adolescente à sua frente. Era até engraçado como Tzuyu estava toda estranha com o contato da pequena garota, ela mal conseguia esconder que gostava da menina.
- Olha, tem essa caixa aqui que vem com frango apimentado e ainda um brinquedo. - Os olhos de Chayeoung praticamente brilhavam em êxtase.
- Olha o preço... - Tzuyu lhe deu uma cotovelada por debaixo da mesa, mas isso não afetou a garota.
- Pode escolher o que quiser, a Dahyun paga. - Marília já na maldade. Esperava que a mulher esboçaria qualquer reação, mas a mulher não falou nada.
A cabeça de Dahyun estava mais do que acima da Lua. Se pudesse viajar entre dimensões, seus pensamentos estariam tão longe quanto os cantos mais afastados do planeta Terra. Não conseguia tirar de maneira alguma a imagem de Momo sobre si. Havia sido a primeira filha da puta corajosa o suficiente para marcar sua pele e isso estava deixando a mulher com sangue nos olhos.
- Dahyun? - A brasileira tentou novamente, dessa vez já se sentindo preocupada.
- Comprem o que quiser. - Tirou da sua bolsa um cartão preto, jogando-o na mesa com certa indiferença. Chayeoung arregalou os olhos e estava pensando em pegar o cartão e sair correndo, mas Tzuyu praticamente leu sua mente e lhe direcionou um olhar reprovatório. - Vou ao banheiro.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Hot Mess • Dahmo
FanfictionFinanceiramente quebrada aos 19, Hirai Momo se vê sem saída. Responsável por cuidar de suas duas irmãs, a japonesa resolve aceitar qualquer oportunidade de emprego que aparecer em sua frente, até mesmo as mais inusitadas e imorais perante a visão da...