V.

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Um milhão e duzentos mil wons.

A voz de Dahyun ecoava em sua mente. Momo não podia acreditar que havia conseguido o emprego, e mais: iria ganhar um salário suficiente para mudar as suas condições de vida!

Óbvio, não sairia por aí gastando-o sem usar e abusar de sua racionalidade. Com a morte de seus pais, a japonesa teve que aprender na marra que o dinheiro não nasce em árvore e que sem ele a realidade pode ser muito, muito cruel.

Descer tantos andares não foi um martírio dessa vez. Em uma situação normal ela estaria suada, pensando em várias formas dela morrer dentro da caixa metálica ou algo assim. Fitando o espelho enorme que havia ali, ela não pôde segurar o grande sorriso que nasceu em seus lábios, quando mais uma vez ouviu aquela frase maravilhosa dentro de sua cabeça. Até mesmo a calça que estava apertando até o último milímetro de pele se tornou menos insuportável, e ela deu graças à Deus quando escutou o sinal sonoro indicando que ela já estava no térreo.

Caminhando até a recepção, ela aguardou aproximadamente cinco minutos até a mulher direcionar sua atenção até si.

- Posso ajudá-la?

- A senhora Dahyun me disse para pedir o meu uniforme aqui.

- Vem comigo!

Ela seguiu a moça. Bonita, com cabelos pretos e longos, Momo descobriu que a mulher chamava-se Kim Yong-sun, mas a mesma a pediu para chamá-la apenas de Solar. No segundo andar, elas entraram em uma pequena sala que possuía vários armários brancos e extremamente limpos. Cheirava a amaciante.

- Me diga, qual seu tamanho?

- Eu gosto de utilizar roupas tamanho M, é mais confortável.

A mulher se agachou, procurando em uma gaveta baixa o tal uniforme. Ela cantarolava uma canção de forma descontraída, não se importando com a presença da japonesa ali.

- Acho que o M acabou... - Ela coçou a cabeça - Mas têm P. Quer testar?

Momo assentiu, segurando as peças. Eram duas camisetas da cor cinza, possuindo o logo e o nome da empresa estampados. A parte debaixo eram duas peças diferentes, uma calça preta normal e uma calça moletom cinza. Também havia uma camisa de manga longa, provavelmente para dias frios ou algo do tipo.

- Calça moletom?

- A senhora Hyun gosta de moletom, não entendo o porquê também. - Ela deu de ombros. - Ela quem escolhe tudo, a gente só obedece.

O pequeno provador estava ali do lado, e com muito esforço ela conseguiu tirar a maldita calça apertada. Haviam marcas vermelhas em suas coxas denunciando que a pele fora sufocada recentemente, fora a dor desconfortável em sua parte íntima. Vestir o moletom a fez praticamente suspirar de alívio, colocando a camisa logo após. O tecido cabia perfeitamente, mas não de uma forma que Momo costumava usar e se sentir confortável. Seus seios estavam marcados e muito expostos, e a calça não escondia as curvas de seu corpo.

Com as roupas na mão, ela saiu do provedor. Solar a fitou de cima à baixo, com uma mão no queixo.

- Não ficou muito...

- Justo? Talvez. Mas você não vai ter problemas com isso, fique tranquila. - A mulher sorriu gentil, virando-se rapidamente e deixando a japonesa ali.

Momo deu de ombros. Olhando para as roupas em sua mão, ela passou a se perguntar se havia algum problema ir com a calça nova para casa, visto que a alegria em seu peito não amortecia a dor física que aquela peça monstruosa a causava. "Bom, talvez ela tenha me dado sorte" Momo pensou.

Não queria pagar mais um mico, mas não ligou, não dessa vez. Retirou apenas a camisa, continuando com a peça nova e se dirigiu para a saída. Em seu rosto o sorriso enorme ainda era presente, e o caminho para casa foi feito praticamente na metade do tempo. Havia uma certa urgência em chegar no ambiente, com nome e sobrenome.

Hot Mess • DahmoOnde histórias criam vida. Descubra agora