Be Mine (natasha/you)

little lion man.

Tudo havia sido ótimo, eu finalmente era uma mulher e a Natasha nunca mais me veria como uma criança outra vez, poderíamos finalmente ficar juntas legalmente, bem, em segredo, ainda não havia como contarmos a ninguém sobre nós, e não sei se algum dia poderíamos, só porque era legal agora, não significava que não arruinaríamos vidas com isso, as nossas próprias incluídas.

Pelo menos ela não seria mais mandada para a prisão depois do que aconteceu na noite anterior se alguém chegasse a descobrir. Só de pensar na noite passada me fez sentir toda animada novamente, eu gostaria de poder correr até o quarto dela, lhe dar bom dia e repetir aquela noite de novo, e de novo e de novo.

No momento eu estava deitada ao lado da América e esperava que ela não estivesse sentindo a tensão que eu estava sentindo, eu não conseguia identificar exatamente o que era, mas definitivamente havia algo no ar, não tinha como ela saber sobre o que eu fiz ontem à noite, então por que parecia que ela sabia?

— Você está bem, bebê? - eu perguntei a ela.

Ela estava tão concentrada em seu celular que a princípio nem me ouviu, eu literalmente tive que tocar o seu braço para chamar a sua atenção.

Por que ela estava no telefone o tempo todo, afinal? Era a primeira manhã depois do meu aniversário, ela não deveria me dar algum tipo de atenção especial já que era o meu primeiro dia de verdade como uma adulta? Não recebi nem mesmo um café na cama.

América murmurou algo que soou como "eu estou bem" e eu decidi aceitar a sua palavra, não estava com humor para iniciar uma discussão, mas era estranho, quero dizer, desde que a América e eu nos "reconectamos", parece que estamos mais separadas do que nunca, acho que eu não estava pronta para admitir para mim mesma, mas ultimamente tenho me sentido tão distante dela.

Era por causa da Nat? Talvez, mas mesmo estando ficando com a Natasha há algum tempo, eu ainda me importava com a América e com o nosso relacionamento, muito. Eu sei que tenho estado distante, mas agora que ela está começando a ficar distante também, eu estou começando a ficar preocupada.

Eu pensei sobre ela e aquela garota da noite passada e de repente eu realmente queria saber o que estava acontecendo entre elas, então eu casualmente a mencionei.

— Você está mandando mensagens para aquela garota com quem estava conversando ontem à noite? Ela era bonita.

América olhou para mim e franziu a testa.

— Você fala da Naomi?

Naomi? Como a mesma Naomi que estávamos julgado dias atrás por cometer a loucura de acabar grávida do namorado em poucas semanas de relacionamento acabou na minha festa?

Certo, eu convidei todos do último ano, então isso explicaria, agora pensando melhor, foi mesmo difícil reconhecê-la com a barriga já um pouco visível, além da mudança no cabelo, ela o tinha pintado de preto? Ou talvez eu só estava bêbada demais pra reparar. Enfim, a essa altura eu achei que ela estaria ocupada com o chá de bebê ou algo relacionado, e onde estava o namorado afinal?

— Sim. - eu confirmei com a cabeça. — Eu não sabia que eram tão próximas...

Espero não ter soado como uma namorada psicopata que queria conhecer cada pessoa na vida de sua namorada, mas acho que era tarde pra me preocupar com isso, eu era a namorada psicopata, e olha que eu sequer fiz as várias perguntas suspeitas que rondavam a minha cabeça. Não aguentava ver a América me excluindo e era egoísta da minha parte, já que eu também não tenho feito nada além de excluí-la ultimamente.

— Tudo bem... não fique com raiva, por favor. - América disse e neste momento minhas mãos estavam suando.

Era isso, esse era o momento em que ela me diria que estava apaixonada por outra pessoa e iria assumir o seu bebê e tudo, era a cara dela dizer algo desse tipo. Todos os segredos que guardei para não a magoar, tinha sido em vão, eu não podia acreditar que ela ia me dar um fora. Fechei os olhos e respirei fundo, me preparando mentalmente para o que a América estava prestes a me dizer.