first impression.

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Eu acho que estava a beira de perder a cabeça.

"E se você xingar na minha casa outra vez, suas coxas não serão a única coisa que ficará vermelha" ela realmente disse isso?

Meu coração batia acelerado contra o peito e minhas bochechas estavam ainda mais coradas do que de costume, eu queria correr pra qualquer outro lugar, mas não tinha mesmo outra opção a não ser descer para o andar de baixo, afinal, a sobremesa estava esperando por mim.

Eu terminei de arrumar o que tinha para arrumar na minha aparência e num pulo estava descendo as escadas, confesso que com uma pontada na boca de meu estômago, como eu iria encarar a Sra. Romanoff depois disso? Ela provavelmente não quis dizer nada demais dizendo o que ela disse, ela só estava chateada por eu ter atrapalhado o jantar, de certa forma, eu entendo a sua frustração. No entanto, o que estava me incomodando era por que eu estava me sentindo daquela forma? Por que eu sentia que tinha acabado de fazer algo que eu não deveria fazer? Eu não sei, deve ter a ver com o fato de que a mãe da minha namorada acabou de ameaçar me deixar vermelha.

Eu tomei fôlego e me movi para dentro da cozinha. A lasanha qual eu tinha derramado antes, já havia sido limpada do chão e meu prato vazio, substituído por uma tigela com sorvete de chocolate. Eu ocupei meu lugar e olhei Maria de uma forma apreciativa, ignorando os olhares da Sra. Romanoff queimando sobre mim.

Por que ela só não se tocava e percebia que estava me deixando desconfortável? De forma que eu não conseguiria disfarçar por muito mais tempo.

— Mais uma vez, me desculpem. - disse, com medo de olhar qualquer uma delas nos olhos e tomei um pouco do sorvete com cuidado para não derramar nenhuma gota dessa vez.

Maria sorriu para mim e negou.

— Eu te prometo que não tem problema. Eu não sei se foi a sua intenção, mas você certamente deixou uma primeira impressão.

— Pode se dizer que sim... - concordei, me referindo ao show que causei.

O resto do jantar aconteceu sem interrupções, nós falamos sobre o colégio e a América se gabou sobre como o nosso time de futebol estava vencendo todos os outros.

Passados 15min ou mais ou menos isso, a sobremesa estava terminada e eu prontamente me ofereci para ajudar Maria a retirar a louça suja e não aceitei não como resposta, tinha que compensar de alguma forma por ter estragado tudo. Enquanto América e a Sra. Romanoff estavam na sala, eu também via isso como uma oportunidade para conhecer uma de minhas sogras melhor.

— Por quanto tempo você e a Sra. Romanoff são casadas? - eu perguntei, tentando não soar tão curiosa ou invasiva.

— Quase vinte anos, Natasha e eu nos conhecemos no nosso antigo emprego, digamos assim, e estamos juntas desde então. Eu já estava tentando ter um bebê antes dela, assim que Natasha soube eu pensei que ali seria o nosso fim, mas isso apenas fortaleceu a nossa relação, ela não pode ter filhos próprios e eu estava dando uma a ela, então quando a América nasceu, nos casamos. As vezes, as coisas não saiem como o planejado, mas eu estou feliz com todas as nossas decisões e eu amo a minha família com todo o meu coração.

Por alguns segundos eu não soube o que dizer, mais porque eu não esperava que ela fosse ser tão pessoal comigo logo de primeira, mas devo admitir que estava impressionada com a sua história, primeiro, porque a América nunca chegou a me contar detalhes e segundo, eu finalmente soube o nome da Sra. Romanoff

Natasha... combinava com ela.

Sou desperta por meu telefone tocando em meu bolso de trás, eu o seguro odiando o som alto vindo dele. Desbloqueei o aparelho e grunhi ao ver que era a minha mãe ligando.

Be Mine (natasha/you) Onde histórias criam vida. Descubra agora