Naquela noite eu não dormi muito bem, e vamos dizer que, levada pelo cansaço, acabei ligando para a única pessoa que eu não deveria, e pedi para que ela viesse até mim. E eu não sei que tipo de relação ela estava esperando ter comigo, mas veio em questão de minutos e agora estávamos deitadas na minha cama. Era estranho tê-la assim, como se fôssemos mesmo um casal, todas as vezes que nos encontramos o único objetivo era fazer uma a outra gozar, eu não sei, só era estranho. Se talvez fosse por pena eu pediria a ela para ir agora mesmo, mas eu não queria ficar sozinha.
Eu estava chorando quando Natasha chegou, foi como se algo tivesse se quebrado dentro de mim após a minha conversa com o meu tio. Eu não queria chorar por ele, pelo o meu pai ou qualquer outro filho da puta daquela família, mas a verdade é que eu não conseguia parar. Natasha realmente pareceu preocupada, sequer se importou em só entrar e ficar, minha mãe poderia literalmente matá-la, mas ela não quis saber, não entendia o porquê a chamei até aqui, ou porque eu estava chorando tanto, e ainda sim, ela ficou, pela primeira vez ela ficou e não me impediu de demonstrar meus sentimentos como normalmente fazia. Eventualmente eu acabei contando o que tinha acontecido.
Eu disse a ela sobre como sempre me perguntei como seria ser criada por Nick, como ele teria sido como pai, a sua personalidade, se ele nos amaria, a mim e a minha irmã e o tempo todo, Natasha estava sendo tão atenciosa e cuidadosa, a forma como ela murmurava palavras de conforto em meu ouvido genuinamente ajudou para que eu me acalmasse.
— Está melhor? - ela perguntou quando me pegou olhando para ela.
Eu forcei um sorriso e acenei com a cabeça, a deixando saber que eu estava cansada de ser um desastre emocional por enquanto.
Quando começou a clarear lá fora, eu me sentia culpada por manter Natasha fora de casa e acordada comigo, porém ela continuava dizendo que não era incômodo algum e que estava verdadeiramente feliz por estar comigo.
— O que deu em você? - ela ergueu uma das sobrancelhas, confusa. — Está sendo tão legal comigo.
— Eu tive uma conversa com a minha ex. - fez uma pausa, esperando pela a minha reação e a única possível foi a de surpresa.
— Maria? - Natasha assentiu, cabisbaixa.
Ela estava mesmo com medo do que eu poderia acabar dizendo a ela?
— Nós fizemos as pazes, precisávamos, pela nossa filha. - fez outra pausa dramática e me olhou.
Ótimo.
— Fico feliz por vocês, América merece ser feliz. - toquei o seu braço e acariciei a sua pele, em uma forma de dizer que estava mesmo tudo bem.
Eu jamais ficaria chateada por ela manter contato com a sua família, na verdade era um alívio saber que eu não estraguei tudo, afinal de contas.
— Ela me aconselhou a lutar por você.
Bom, isso sim me fez reagir.
— Sua ex? - ela confirmou. — Ela quer que fiquemos juntas?
— Bom, eu não disse exatamente que era você por quem eu nutria sentimentos. - deu de ombros, sorrindo nervosa.
Eu relaxei em cima do colchão, agora fazia mais sentido.
— Você me ama mesmo? - eu a encarei através dos cílios, curiosa por sua resposta.
— Eu estou arriscando a minha vida vindo até a sua casa, deitada na sua cama, você ainda tem dúvidas? - meus olhos encontraram os dela e eu soube ali que ela falava sério.
Coloquei a minha mão em seu pescoço e me inclinei até ela, meus olhos se moveram de seus olhos para os seus lábios e eu a beijei. Eu sabia que não, mas eu sentia como se fosse o meu primeiro beijo com Natasha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Be Mine (natasha/you)
FanfictionS/N está namorando América Hill C. Romanoff a algum tempo, tendo isso em mente, ela decide que está finalmente na hora de dar o próximo passo: conhecer a sua família. Não tendo a certeza do que pensar sobre a atenção a mais que a Sra. Romanoff tem d...