Três meses após o término do seu relacionamento, Jennie finalmente sai do apartamento do ex-namorado. Agora ela precisa para ontem de um lugar barato para morar. Contrariando as amigas, ela topa um acordo bastante inusitado.
Lisa está enrolada com q...
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Acordo com a luz do sol, o que é muito mais agradável do que as pessoas fazem parecer. Não fechamos as cortinas ontem à noite. Viro de costas para a janela por instinto e percebo que o lado direito da cama está vazio.
A princípio, parece absolutamente normal: afinal, acordo todo dia na cama de Lisa sozinha. Meu cérebro sonolento pensa: Ah, claro... Não, espere aí, mas o que...
Há um bilhete no travesseiro dela.
Saí para comprar o café da manhã. Volto com doces. Bjos
Sorrio e rolo de volta para o outro lado para conferir a hora no telefone, que deixei na mesa de cabeceira.
Merda. Vinte e sete ligações perdidas, todas de um número desconhecido.
Mas que p...
Eu me levanto rápido, o coração disparado, e grito quando coloco o tornozelo no chão. Porra. Ligo para a caixa postal com uma sensação ruim no estômago. É como se... ontem tivesse sido bom demais para ser verdade. Alguma coisa horrível aconteceu... eu sabia que não deveria...
"Jennie, você está bem? Vi a postagem da Rachel no Facebook. Você quase se afogou?"
É Justin. Fico imóvel enquanto a mensagem continua.
"Olha, sei que você está chateada comigo. Mas preciso saber se você está bem. Ligue para mim."
Há outras mensagens como essa. Outras doze, para ser precisa. Apaguei o número dele depois de uma sessão de terapia particularmente encorajadora, o que explica o número desconhecido. Mas acho que eu sabia quem era. Ninguém nunca me ligou tantas vezes seguidas, só Justin - normalmente depois de uma briga, ou de uma separação.
"Jennie, isso é ridículo. Se eu soubesse onde você está, iria correndo até aí. Ligue para mim, está bem?"
Eu estremeço. Isso parece... Eu me sinto péssima. Como se o dia que passei com Lisa não devesse ter acontecido. O que Justin faria se soubesse onde estive e o que andei fazendo?
Balanço a cabeça. Sei que não faz sentido. Estou ficando assustada de novo.
Digito uma mensagem.
Estou bem, só torci o tornozelo. Por favor, não me ligue mais.
Em instantes, ele responde.
Ah, graças a Deus! Viu o que acontece quando não estou aí para cuidar de você? Fiquei muito preocupado. Vou me comportar e seguir as regras, nenhum contato até outubro. Só quero que saiba que estou pensando em você. Bjos
Olho a mensagem por um tempo. Viu o que acontece quando não estou aí...? Como se eu fosse uma idiota. Ontem, Lisa precisou me tirar do mar, mas esta é a primeira vez em todo o fim de semana em que me sinto alguém que precisa ser resgatada.
Foda-se. Aperto Bloquear e apago todas as mensagens da caixa postal.
• • •
Vou mancando até o banheiro. Não é uma visão muito digna - as luminárias vagabundas das paredes balançam um pouco enquanto faço isso -, mas há algo de muito terapêutico nos passos pesados. Bam, bam, bam. Justin, babaca, idiota. Bato a porta do banheiro com uma força satisfatória.
Ainda bem que Lisa saiu para comprar o café. Em primeiro lugar, porque ela não teve que testemunhar esta manhã horrível; e em segundo, porque vai voltar com alguma coisa extremamente calórica para fazer com que eu me sinta melhor.
Depois que tomei banho e vesti as roupas de ontem - que, por estarem cobertas de areia grossa e cascalho, talvez tire a esfoliação da minha lista de tarefas -, volto pulando e me jogo na cama, enterrando o rosto no travesseiro. Aff. Ontem foi tão legal e agora estou me sentindo terrivelmente suja, como se os recados tivessem deixado uma mancha. Mesmo assim, bloqueei o Justin, algo que nunca teria conseguido me convencer a fazer alguns meses atrás. Talvez eu deva ficar feliz com todas aquelas mensagens de voz por terem me levado a fazer isso.
Uso os cotovelos para erguer o corpo e pego o bilhete que Lisa escreveu no papel de carta do hotel: Bunny Hop Inn está escrito em letras vistosas no rodapé. Mas a letra é a mesma de sempre - clara, pequena e redonda. Em um momento de sentimentalismo vergonhoso, dobro o papel ao meio e o guardo na bolsa.
Ouço uma leve batida na porta.
- Pode entrar!
Ela está com uma enorme camiseta turística em homenagem a Brighton. Meu humor multiplica por mil. Nada como uma mulher em uma camiseta engraçadinha para alegrar uma manhã - especialmente quando ela está segurando uma sacola de papel muito promissora com Patisserie Valerie escrita na lateral.
- Uma das melhores da Babs? - pergunto, apontando para a camiseta.
- Minha nova estilista - responde Lisa.
Ela me passa a sacola de doces e se senta na beira da cama, passando a mão no cabelo. Está nervosa outra vez. Por que acho seu nervosismo tão fofo?
- Você conseguiu chegar ao chuveiro? - pergunta ela, por fim, indicando meu cabelo molhado. - Por causa do pé.
- Tomei banho que nem um flamingo - digo, recolhendo uma perna. Ela sorri. Ver um desses sorrisos tortos é como ganhar um jogo que eu nem sabia que estava jogando. - Mas a porta não tranca. Achei que você ia aparecer por lá, mas parece que o carma estava ocupado com outra coisa hoje.
Ela solta um hummm meio estrangulado e decide comer um croissant. Contenho um sorriso. Infelizmente, um dos efeitos colaterais de achar o nervosismo dela fofo é ser incapaz de resistir à possibilidade de dizer coisas que sei que vão deixá-la incomodada.
- Mas, bom, você basicamente já me viu pelada - continuo. - Duas vezes. Então não seria uma grande novidade.
Desta vez, ela olha para mim.
- "Basicamente" - responde, enfática - não é a mesma coisa que "realmente". Na verdade, há diferenças importantes.
Meu estômago se contrai. Seja lá o que tenha acontecido ontem à noite, com certeza eu não estava errada sobre a tensão sexual. O ar chega a estar pesado.
- Sou eu que deveria estar preocupada com a falta de novidade - diz ela. - Você realmente me viu pelada.
- Eu queria saber... quando peguei você no chuveiro, você estava...
Ela some no banheiro tão rápido que mal ouço a desculpa que dá enquanto anda. Sorrio quando ela fecha a porta e liga o chuveiro. Acho que já tenho minha resposta. Rachel vai adorar.
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