Não me sinto assim há muito tempo. Na verdade, se tivessem me perguntado alguns meses atrás, eu teria dito que só poderia me sentir assim com Justin. Essa energia ao fazer algo ridiculamente espontâneo — a emoção de ignorar os planos e calar todas as partes do cérebro que dizem que não é uma boa ideia... Meu Deus, como senti falta disso. Rindo, tropeçando, o cabelo no rosto, tiro a calça e me abaixo enquanto o sr. White joga o short na nossa pilha improvisada de roupas.
Lisa está atrás de nós. Sorrindo também, e isso já basta para mim.
O sr. White está de cueca.
— Pronto? — grito para ele.
Está ventando bastante. Meu cabelo bate em minhas bochechas e o vento faz cócegas na pele nua da minha barriga.
O sr. White não precisa ouvir duas vezes. Ele já está entrando no mar — consegue andar bem rápido para um homem que deve ter pelo menos noventa anos.
Olho para Lisa, que ainda está vestida e me observando com uma expressão confusa e irreconhecível.— Vem! — grito para ela, correndo de costas para a água.
Sinto-me ansiosa, quase embriagada.
— Nem pensar! — berra ela.
Abro bem os braços.
— O que te impede?
Pode ser minha imaginação, e ela está muito longe para eu ter certeza, mas os olhos dela não parecem estar focados apenas no meu rosto. Contenho um sorriso.
— Venha! — grita Johnny White, no mar, já dando umas braçadas.
— A água está ótima!
— Não tenho roupa de banho! — diz Lisa, parando na sombra.
— E daí? — berro, apontando para minha calcinha e meu sutiã, que, por serem pretos, desta vez sem renda, são muito parecidos com os biquínis que as mulheres estão usando.
Já estou com a água na altura dos quadris e mordo o lábio por causa do frio.
— Talvez não faça diferença se você for uma mulher de genética normal, mas é um pouco diferente para...
Acho que Lisa termina a frase, mas não ouço o resto. De repente estou embaixo d’água e só consigo pensar na dor lancinante que sinto no tornozelo.
Dou um grito e engulo um monte de água salgada que queima minha garganta; bato os braços e, por um instante, meu pé bom alcança o fundo, mas, quando o outro tenta encontrar apoio, a dor me faz afundar outra vez. Estou contorcida, girando; tudo que vejo são imagens rápidas da água e do céu. Devo ter torcido o tornozelo, registra algum canto distante de meu cérebro. Não entre em pânico. Mas é tarde demais, estou engolindo água e meus olhos e minha garganta estão ardendo, não consigo me virar, não consigo pôr o pé no chão, meu tornozelo grita de dor toda vez que tento nadar.
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Teto Para Duas! - Jenlisa (G!P)
RomanceTrês meses após o término do seu relacionamento, Jennie finalmente sai do apartamento do ex-namorado. Agora ela precisa para ontem de um lugar barato para morar. Contrariando as amigas, ela topa um acordo bastante inusitado. Lisa está enrolada com q...