Capítulo 60: Lisa

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Srta

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Srta. Kim: Sra. Wilson, como nossa primeira testemunha técnica, a senhora poderia começar explicando aos juízes qual é sua especialidade?

Sra. Wilson: Sou analista e técnica de vídeo. Faço isso há quinze anos. Trabalho para a principal equipe forense de análise de vídeo; foi minha equipe que conseguiu obter essas imagens melhoradas [aponta para tela].

Srta. Kim: Muito obrigada, sra. Wilson. E, com sua experiência examinando imagens de vídeo, o que a senhora pode nos dizer sobre os dois clipes curtos que vimos hoje?

Sra. Wilson: Muita coisa. Primeiro, que não são a mesma pessoa.

Srta. Kim: É mesmo? A senhora parece ter bastante certeza.

Sra. Wilson: Ah, tenho certeza mesmo. Para começar, olhe a cor do moletom na imagem melhorada. Só um deles é preto. Dá para ver pelo tom, veja. O preto é uma cor mais densa.

Srta. Kim: Podemos ver as duas imagens na tela, por favor? Obrigada.

Sra. Wilson: E vejam como eles andam! É uma boa imitação, claro, mas o primeiro rapaz está claramente na mão do... Está claramente bêbado, meritíssimos. Vejam como ele anda em zigue-zague. Quase esbarra no display. O outro homem anda de maneira bem mais reta e não se atrapalha quando pega a faca. O primeiro rapaz quase deixou as cervejas caírem!

Srta. Kim: E com as novas imagens de vídeo de fora do estacionamento, podemos ver esse... andar distinto de modo mais claro.

Sra. Wilson: Isso mesmo.

Srta. Kim: E do grupo que vemos passando por ali alguns instantes depois da primeira figura, que identificamos como o sr. Manoban... A senhora seria capaz de identificar um deles como o homem que usou a faca na loja?

Sr. Turner, para os juízes: Meritíssimos, isso não passa de especulação.

Juiz Whaite: Vamos permitir. A srta. Kim está recorrendo ao conhecimento da testemunha.

Srta. Kim: Sra. Wilson, a partir dessas imagens, algum desses homens pode ser o da loja?

Sra. Wilson: Com certeza. O cara na ponta direita. Aqui ele está sem o capuz e não está imitando o andar, mas veja como o ombro dele baixa a cada passo do pé esquerdo. Veja como esfrega o ombro, o mesmo gesto que o rapaz que assaltou a loja faz antes de puxar a faca.

Sr. Turner: Estamos aqui para reexaminar o veredito dado ao sr. Manoban. Qual é a relevância de culpar uma pessoa aleatória que não podemos identificar?

Juiz Whaite: Entendo seu argumento, sr. Turner. Certo, srta. Kim: a senhorita tem mais perguntas que sejam pertinentes ao caso em questão?

Srta. Kim: Não, meritíssimo. Espero poder voltar a esta discussão mais tarde se este caso for reaberto.

O promotor, o sr. Turner, solta uma risada, que tenta esconder com a mão. Jisoo lança um olhar glacial para ele. Eu me lembro de como o sr. Turner intimidou BamBam durante o julgamento. Chamou meu irmão de delinquente, criminoso violento, uma criança que tomava o que bem entendesse. Vejo o sr. Turner empalidecer sob o olhar de Jisoo. Para minha alegria, mesmo de túnica e peruca, ele não é imune à força da cara feia de Jisoo.

Olho nos olhos do meu irmão e, pela primeira vez no dia, abro um sorriso genuíno.

Talvez. Só talvez, eu esteja esperançosa.

• • •

Saio durante o intervalo e ligo o celular. Meu coração não está exatamente disparado, só está... batendo com mais força. Tudo parece exagerado: quando compro um café, está mais forte; quando o céu clareia, o sol é forte e claro. Não posso acreditar em como as coisas estão indo bem. Jisoo é uma força da natureza; tudo que ela diz é tão... conclusivo. Os juízes não param de assentir. O juiz nunca assentiu na primeira vez.

Imaginei isso tantas vezes que agora parece que estou em um sonho.

Algumas mensagens de Jennie. Vou digitar uma resposta rápida, as palmas das mãos suadas, quase com medo de escrever e dar azar.

Queria poder ligar para ela. Em vez disso, olho a página de Tasha Chai-Latte no Facebook. Jennie disse que ela está filmando o lançamento do livro. Já há um vídeo com milhares de visualizações. Parece ser do lançamento, a julgar pelo teto abobadado.

Assisto, me sentando no banco à frente do tribunal, ignorando a baderna dos paparazzi esperando por uma chance de tirar uma foto que alguém possa comprar.

É o discurso de agradecimento de Katherin. Sorrio quando ela cita Jennie. Pelo que Jennie diz, editores nunca recebem muito crédito, e diagramadores menos ainda — vejo o sorriso de Rachel quando ela sobe no palco com Jennie.

A câmera sacode. Alguém abre caminho até a frente. Quando o sujeito pula no palco, percebo quem é.

Uma vontade repentina horrível, cheia de culpa, de deixar o tribunal e ir até Islington. Eu me inclino para a frente, vidrada no pequeno vídeo passando na tela.

O vídeo corta depois que ela diz sim.

É incrível como me sinto mal. Talvez a gente só saiba o que sente por alguém depois que ela aceita se casar com outra pessoa.

Boa noite, pessoal

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Boa noite, pessoal...

kkk que tistreza!

Teto Para Duas! - Jenlisa (G!P)  Onde histórias criam vida. Descubra agora