Capítulo 27 - Jennie

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Ai, meu Deus

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Ai, meu Deus.

Acho que nunca me senti tão mal. É pior que a ressaca que tive depois dos vinte e cinco anos da Rachel. É pior que aquela vez na faculdade em que bebi duas garrafas de vinho e vomitei na porta da sala dos funcionários. É pior que gripe suína.

Ainda estou usando o vestido da Alice. Dormi por cima do edredom, embaixo apenas da colcha da feira de Brixton. Pelo menos tive a prudência de tirar os sapatos e deixá-los perto da porta.

Ai, meu Deus.

Meus olhos encontraram o despertador. Ele está indicando um horário que não pode estar certo. Está dizendo 08h59.

Tenho que estar no trabalho em um minuto.

Como foi que isso aconteceu? Eu me levanto correndo, o estômago revirado e a cabeça girando e, enquanto vasculho o quarto inteiro atrás da minha bolsa — ah, que bom, pelo menos não a perdi, e, ah, isso, aspirina! —, eu me lembro de como tudo começou.

Voltei para o bar depois de fugir de Justin e tirei Rachel de perto do barman para chorar com ela por um tempo. Ela não era a melhor pessoa para conversar — é a única que ainda torce pelo Time Justin (não mencionei a lembrança estranha sobre o beijo. E também não quero pensar nisso). De início, Rachel me mandou voltar e ouvir o que ele tinha a dizer, mas depois aceitou minha estratégia de mexer com a ansiedade dele, que Katherin também aprovou. Ai, meu Deus, contei isso para a Katherin...

Engulo uma aspirina e tento não vomitar. Será que passei mal ontem à noite? Tenho lembranças vagas e desagradáveis de estar próxima demais de um assento de privada no banheiro daquele bar.

Mando uma mensagem rápida, me desculpando com o chefe do editorial, em pânico. Nunca me atrasei tanto para o trabalho e todo mundo vai saber que foi por causa da ressaca. Se não souberem, tenho certeza de que Martin vai adorar esclarecer isso para todos.

Não posso trabalhar assim, percebo em meu primeiro momento de clareza desta manhã. Preciso tomar banho e trocar de roupa. Abro o zíper e jogo o vestido longe, já pegando a toalha pendurada na porta.

Não ouço o chuveiro ligado. Há um zumbido constante em meus ouvidos que já se parece com água correndo, e estou tão nervosa que acho que não notaria se meu elefante de pelúcia ganhasse vida na poltrona e começasse a gritar que preciso de um suco detox.

Só percebo que Lisa está no chuveiro quando a vejo. Nossa cortina é quase opaca, mas dá pra ver um pouco. Tipo um contorno.

Ela reage de forma natural: entra em pânico e abre a cortina para ver quem está ali. Nós nos encaramos. A água continua correndo.

Lisa desperta do transe mais rápida do que eu e fecha a cortina outra vez.

— Ahhh — diz.

Parece mais um gargarejo do que uma palavra.

Teto Para Duas! - Jenlisa (G!P)  Onde histórias criam vida. Descubra agora