Capítulo 67 - Jennie

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Nós nos esquecemos totalmente de comer e agora são duas e meia da manhã e me lembrei de sentir fome

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Nós nos esquecemos totalmente de comer e agora são duas e meia da manhã e me lembrei de sentir fome. Rosé saiu para comprar comida. Ela me deixou na varanda com uma grande taça de vinho tinto e uma tigela ainda maior de biscoito, que tenho certeza de que são de Lisa, mas quem se importa? Se ela pode achar que vou me casar com outra pessoa, que pense também que sou capaz de roubar comida dela.

Não sei mais com quem estou irritada. Estou sentada aqui há tanto tempo que sinto câimbras nas pernas — já passei por quase todas as emoções disponíveis nesse meio-tempo, e agora estão todas misturadas em uma grande sopa nojenta de tristeza. Minha única certeza é que gostaria de nunca ter conhecido Justin.

Meu telefone toca.

É Lisa.

Estou esperando a noite toda para ver o nome dela.

Meu estômago se revira. Será que ela falou com BamBam?

— Alô?

— Oi.

A voz dela soa falhada. É como se ela tivesse perdido toda a energia.

Espero que ela diga mais alguma coisa. Olho fixamente o trânsito que passa abaixo de mim, deixo os faróis desenharem faixas amarelo-esbranquiçadas nos meus olhos.

— Estou segurando um buquê enorme — diz ela.

Não digo nada.

— Achei que precisava de um símbolo concreto para a enormidade do meu pedido de desculpas — continua Lisa. — Mas acabei de perceber que o Justin também deixou um buquê enorme para você, e eram flores muito mais bonitas e caras, na verdade. Então agora estou pensando que talvez não tenha sido uma boa ideia. Mas aí, quando cheguei, percebi que tinha deixado a chave do apartamento na casa da minha mãe porque eu ia ficar lá hoje. Então eu teria que bater à porta, e achei que isso ia assustar você, já que você está tendo que lidar com um ex-namorado maluco.

Observo os carros passarem na rua. Nunca vi Lisa falar por tanto tempo de uma vez só.

— E onde você está agora? — pergunto, por fim.

— Olhe para a frente. Na outra calçada, perto da padaria.

Ah, estou vendo. A silhueta dela surge contra a forte luz amarela da placa do estabelecimento, o celular na orelha, um buquê de flores no braço. Ela está de terno — claro, não deve ter se trocado desde o julgamento.

— Imagino que você esteja magoada.

Sua voz é gentil e me faz derreter. Estou chorando de novo.

— Desculpe, Jennie. Eu nunca deveria ter acreditado. Você precisou de mim hoje e eu não estava aqui para apoiar.

— Eu precisei mesmo de você — digo, chorando. — A Rosé, a Jisoo, e a Rachel são ótimas, amo todos elas e elas me ajudaram muito, mas eu queria você. Do seu lado, eu pouco me importava se o Justin existia ou não. Eu sentia que você gostava de mim mesmo assim.

Teto Para Duas! - Jenlisa (G!P)  Onde histórias criam vida. Descubra agora