Após Akemi por um fim a discussão, Robby foi embora. A garota se despediu da ligação com os amigos ao voltar para dentro de casa e foi dormir mais cedo do que o planejado, já que, se continuasse jogando, ela passaria boa parte da madrugada acordada. Robby, ao voltar para casa, passou cerca de mais duas horas acordado, pensando na discussão que tivera com a garota. Havia escolhido muitas palavras erradas naquela noite.
Akemi, obviamente, já fez muito por eles.
Ela desistiu da amizade com Falcão depois do primeiro torneio, quando ele deslocou o braço de Robby, mesmo que os dois, na época, ainda não tivessem nada sério.
Ela também brigou com Miguel na festa um dia antes do torneio quando tentava protegê-lo do garoto bêbado e ciumento.
Akemi, no fim das contas, sempre acabava brigando com os amigos por Robby.
Além disso, ela também não desistiu dele quando estava na cadeia, mesmo que estivesse passando pelo pior momento da própria vida.
Ela estava lá.
Sempre esteve.
Durante a manhã, Robby foi ao encontro do pai em um restaurante no centro da cidade. Sentou-se em uma das mesas vazias e esperou, por alguns minutos, até que a presença de alguém no local chamasse sua atenção. Miguel aproximou-se da mesa onde ele estava e encostou as mãos na cadeira vazia, dando um suspiro.
- Vou adivinhar, seu pai também te chamou pra um almoço?
- Chamou.
- E ele não falou que eu tava vindo?
- Não.
Robby se levantou, preparando-se para ir embora. Por mais que quisesse, era muito difícil permanecer no mesmo lugar que Miguel, e não se torturaria dessa forma se Akemi não estivesse por perto. Miguel deu meia volta, seguindo pelo mesmo caminho de onde viera até ser interrompido por Johnny, que o obrigou a voltar e se sentar.
- Ei, sentem aí, me escutem por um minuto. - ele puxou uma cadeira vazia até a ponta da mesa, entre os dois garotos, e se sentou. - Eu menti pra vocês virem aqui. Depois do parque aquático eu sabia que vocês não viriam de boa. Eu sei que vocês tão de mau humor porquê terminaram com as namoradas. E como o que aconteceu no México pareceu um pequeno passo na direção certa, eu achei que a gente pudesse fazer outra viagemzinha.
Ele ergueu os braços, mostrando o espaço ao redor.
- Uma viagem? - repetiu Robby. - Pra um shopping no bairro do lado?
- Seu corpo pode estar num shopping, amigo, mas seu paladar está prestes a fazer um tour pelo velho continente. - disse o garçom, parando ao lado deles.
- Esse cara sabe do que eu to falando.
- E sei mesmo.
- Não importa pra onde nós vamos. O berço do prazer culinário aguarda. Vocês querem um Alfredo? Bum! Estamos em Roma. Ravióli? É a Toscana. Mas temos que voltar aqui pra lasanha de chocolate, porque como o basebol e a raspadinha de refri, só no nosso país.
Ele sorriu, simpático, mas a falta de resposta e a expressão raivosa no rosto dos meninos foi o suficiente para que ele entendesse.
- Eu vou trazer uma cestinha de aperitivos quentinhos. Eu já volto.
Ele saiu as presas.
- Qual é, o cara se esforça pra caraca e vocês com essa cara?
- Eu não to bravo com o esforço dele.
- Não são aperitivos que vão resolver isso.
- Ta falando porque não provou os aperitivos daqui. Uma mordida e vão esquecer que estão bravos um com o outro.
- Eu acho que eu nunca vou esquecer disso.
- Eu também não.
Eles se levantaram, juntos, cada um indo para um lado do restaurante e deixando Johnny para trás, sozinho na mesa no mesmo instante em que o garçom voltara com os aperitivos.
Na casa dos LaRusso, as coisas estavam indo tão mal quando as tentativas de reconciliação de Johnny. Amanda e Daniel haviam tido uma briga feia e a mulher havia saído de casa junto de Samantha e Anthony para dormir na casa da mãe. Aquele poderia ser o início de um divórcio, o que evidentemente deixara Daniel muito mal, já que, logo pela manhã, ele estava tomando um copo de Whisky. E Chozen, por mais que estivesse usando todas as palavras e conselhos bonitos que tinha, não estava conseguindo deixá-lo melhor, mas não desistiria, de forma alguma, de destruir Terry Silver, não depois de encontrar um pedaço de jornal no correio com o desenho que anunciava, descaradamente, que Arraia tinha mentindo ao depor contra Kreese por tentativa de homicídio.
E, mais uma vez, enquanto eles tentavam resolver o problema com o Terry, Johnny enganara Miguel e Robby pela segunda vez e tentava os obrigar eles a passarem um tempo juntos enquanto trabalhavam em uma caça ao tesouro para que pudessem sair da casa de Lawrence.
- Você acabou de dizer que ele não tava aqui. - reclamou Miguel assim que viu Robby passar pela porta de velho oeste feita com papelão por Johnny.
- Menti de novo. Não é culpa minha você cair duas vezes. Vocês tem razão. Aquele lance do almoço não foi a melhor jogada. Então dei uma "internetada". - ele pegou o notebook sobre a bancada da cozinha. - Procurando estratégias pra construir confiança e trabalho em equipe por meio de exercícios cooperativos. O menos chato é escape room. Funciona assi...
- Eu sei o que é escape room e eu não vou fazer isso. - interrompeu Robby.
- É, eu também não vou. - Miguel deu meia volta, indo em direção a porta, mas não conseguiu abri-la.
- Eu inverti a maçaneta, ta trancada por dentro. E essa é a única chave.
Ele a jogou no ralo da pia, ligando o triturador em seguida.
- Eu também colei a janela, então ninguém vai sair daqui a não ser que trabalhem juntos. Como eu tava dizendo, funciona desse jeito: vocês começam com um tema, nosso tema é a Guerra do Condado de Lincoln. - ele ligou uma música no rádio. - Território do Novo México, 1878. Os reguladores do condado de Lincoln, José Chávez y Chávez e Josiah Doutor Scurlock foram presos e serão enforcados. Você é o Chávez, óbvio. - ele apontou para Miguel.
- É a história de Jovens Demais pra Morrer.
- Merda, você viu?
- Vi, com você!
- Quem liga? Pai, você não ta entendendo. Pode trancar a gente aqui pra sempre que a gente nunca vai ser amigo.
- É. Por que de repente você começou a forçar essa barra?
- Porque eu e sua mãe... a gente ta meio que prestes a formar uma família.
- Uma família!? Nós dois? Tá de sacanagem!?
- Talvez não do modo tradicional.
- Não. De nenhum modo! Vocês têm o lance de vocês aí, mas forçar isso só vai me fazer socar a cara dele.
- Aí, sei otário, tenta a sorte.
- Por falar a hora e o lugar.
Alguém bateu na porta e a abriu em seguida. A vó de Miguel entrou no apartamento vestindo uma roupa de cowboy.
- Eu sou Billy The Kid e tenho uma charada pra vocês.
Miguel revirou os olhos, aproveitando que a porta ficara aberta para sair, enquanto Robby voltou a pôr seus fones de ouvido e ir para o quarto.
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Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 2
JugendliteraturEssa história é a continuação do livro "Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 1". Não dá pra ler essa história sem ler a outra antes. Sinopse do Livro 1: Uma mudança repentina de país fez com que Akemi tivesse que se adaptar a um novo local. Vizinha dos L...