97 - Noite de Filme

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	O telefone tocou sobre o braço da poltrona, chamando a atenção da primeira pessoa que estava por perto

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O telefone tocou sobre o braço da poltrona, chamando a atenção da primeira pessoa que estava por perto. Eli esticou-se sobre o sofá e pegou o aparelho, fazendo uma careta e franzindo as sobrancelhas ao ler o nome na tela; Robby Keene. O deixou tocar, o celular ainda na mão, o encarando em silencio enquanto fazia questão de deixar o garoto do outro lado na espera.

— Será que dá pra você atender? – perguntou Akemi, o gritando da cozinha. Ele a olhou por cima do ombro, a vendo distraída com algo na geladeira. Voltou a atenção para o celular, passando os olhos por Demetri, que inclinou-se para ver o nome na tela, a expressão surpresa tomando conta do rosto.

— Eu não vou atender. – avisou Eli. – Deixa tocar.

— Demetri, pode me fazer esse favor?.

— Tá legal. – ele suspirou, esticando o braço na espera do celular, mas Eli apenas o encarou e riu, sarcástico.

— Pode deixar que eu atendo. – ele clicou no botão verde na tela, levando o telefone a orelha. – O que você quer?

“Quem ta falando?”

— Quem você acha?

“Falcão? Me deixa falar com a Akemi.”

— Tá ocupada.

— Quem é?

— Ninguém. – ele respondeu em um volume alto a garota na cozinha. – O que você quer, cara? Está atrapalhando nossa noite de filme.

Noite de filme? Me deixa falar com ela, Falcão.”

— Já disse que não.

Akemi voltou da cozinha, jogando uma latinha de refrigerante na direção de Demetri e deixando outras duas sobre a mesinha de centro da sala. Olhou para Eli, franzindo as sobrancelhas. O amigo revirou os olhos, murmurando:

— Tô falando com o idiota do seu EX.

— Me dá o celular, Eli. Agora.

Ela esticou o braço, lhe lançando um olhar rígido quando o garoto entregou o aparelho, de cara fechada.

— Oi, Robby. Foi mal pelo Falcão.

“Vocês estão vendo filme?”

— É. Noite de filme. Eu, Eli e Demetri. Miguel e Sam não quiseram vir.

— Não chama ele! É sério, Akemi!

— Noite sem namorados! – completou Demetri.

— Calem a boca! – ela gritou de volta, passando por eles e indo em direção ao quintal da casa, fechando a porta para ter mais privacidade. Pela janela, observou os garotos conversando algo e começando a escolher o filme que iriam assistir. – Aconteceu alguma coisa, Robby?

“Nós não nos falamos desde o México. E... bom... você se lembra, Lua?”

— Do que?

“Do que você me disse. Do que nós dois dissemos. Você estava bêbada, e como não me ligou desde aquele dia eu achei que... que você não se lembrasse. Então?”

— Eu me lembro, Robby.

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Passei os últimos dois dias com os meninos. Miguel e Sam estão com problemas. Estamos tentando ajudar e...

“Eu estou na sua porta.” – ele a interrompeu. – “Eu não ia contar. Não sabendo que os meninos estão aí. Mas eu quero te ver, Akemi. Preciso te ver.”

Ela desligou a ligação, colocando o celular no bolso e acelerando o passo até a entrada da casa. Passou direto pelos meninos, ignorando seus chamados para começarem o filme e saindo da casa. Eli e Demetri não demoraram muito para segui-la, confusos. Olharam o que acontecia pela janela da cozinha e a reação de Falcão, como esperado, não foi das melhores. O garoto suspirou e voltou para o sofá, se jogando no assento e começando a mexer no próprio celular, enquanto Demetri continuou na janela por mais alguns segundos, desistindo quando viu que a conversa talvez demorasse mais do que ele esperava.

Akemi fechou a porta atrás dela e virou-se para o garoto. Robby usava uma blusa branca e uma jaqueta moletom. Seu cabelo estava levemente bagunçado, dividido no meio e jogado para os lados. A mão esquerda estava escondida no bolso da calça jeans preta rasgada, enquanto a direita segurava a ponta do skate. Ele sorriu, tímido, quando seus olhos encontraram-se com os da garota.

Ela se aproximou, envergonhada e confusa. Ficaram em silencio por alguns segundos, até Robby falar:

— Eu estava indo para a pista. Vim te chamar. Não sabia que estava com visitas.

— Você pode ficar, se quiser. Os meninos não vão ligar. Mas não posso prometer que Falcão não vá implicar com você.

— Não. Não precisa.

Ele levou a mão que estava no bolso ao cabelo, demonstrando o nervosismo.

— O que está te deixando nervoso?

Ele sorriu.

— Você. Estar aqui me deixa assim.

— Estar na minha casa?

— É. Estar de volta. Da última vez em que vim, briguei com seus amigos. E eles estão aí hoje. Falcão não deve estar muito feliz.

— Vocês vão se dar bem alguma hora. Não se preocupe.

— Escuta, eu sei que decidimos ir a partir da parte rasa, e eu entendo que você esteja ajudando o Miguel e a Sam com os problemas deles, mas... eu queria que passássemos mais tempo juntos. Quero que isso dê certo, Lua.

— Eu também quero. Talvez seja uma boa ideia se... se você passasse algum tempo comigo e meus amigos.

— Quer que eu passe tempo com Miguel e Falcão?

Ela balançou a cabeça, confirmando.

— É. Pra isso dar certo, precisamos nos dar bem com os amigos um do outro. Da última vez, você odiar os garotos fez com que brigássemos.

— Eles me odeiam, Akemi. E eu também tenho motivos pra odiar eles. O Eli passa muito mais tempo com você que eu.

— Por favor, Robby, você sabe que somos apenas amigos. O Eli sempre foi apaixonado pela Moon, e agora ele namora com ela. Não vejo motivo pra isso.

— Precisa entender meu lado. Tenta, pelo menos.

— Eu quero entender seu lado. Mas você também precisa confiar em mim.

— Eu confio em você! Confio cem porcento em você. Esse não é o problema.

— Então qual é?

— Eu já disse. Ele... eles, passam muito mais tempo com você do que eu.

— Esse é o problema?

— O Eli te conhece a mais tempo que eu. Vocês são próximos, como irmãos, eu sei. Mas ele está na sua casa agora, e eu... estou aqui. Ele esteve com você quando o Ren se foi, ele treina com você todos os dias, ele te levou ao baile! Eu queria ter feito isso! E eu também sei que tudo isso é culpa minha. É só que... não quero acabar perdendo mais momentos com você para ele, mesmo que eu saiba que vocês nunca teriam nada além da amizade.

Akemi deu um passo à frente, as mãos tocando as bochechas de Robby e o puxando para perto. O beijou lentamente, e ao se afastar, observou o sorriso tímido surgir no rosto dele.

— Se você quiser, pode ficar e assistir um filme com a gente hoje. Você dorme aqui e amanhã vamos ao parque aquático, depois de deixar o Demetri em casa. Ele tem que trabalhar.

— Realmente não acho uma boa ideia ficar no mesmo lugar que o Falcão.

— Tudo bem. Então nos vemos amanhã, pode ser? E aí conversamos sobre você começar a se dar bem com meus amigos.

— E quando é que você vai se dar bem com os meus amigos? Eles também combinaram de ir no parque amanhã.

— Tá falando do pessoal do Cobra Kai?

— Da Tory.

Akemi franziu as sobrancelhas, ignorando no segundo seguinte a pontada de ciúmes que surgiu.

— Um passo de cada vez, Keene.

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Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora