— Robby?
Ele parou instantaneamente ao ouvir sua voz. Estava de costas para ela, a parte de cima do kimono já no corpo, a faixa preta dobrada na mão. Ele respirou fundo, se virando em direção a garota. Suas sobrancelhas se franziram levemente, mas sua expressão não era irritada.
— Você tá bem? – ela perguntou, acreditando que ele estivesse frustrado. – Foi uma boa luta.
— Não se preocupa comigo. Se concentra na sua luta.
Ele se sentou em um dos bancos que ficavam enfileirados no centro do vestiário, entre os armários verdes que guardavam a roupas de diversos alunos diferentes. Akemi caminhou até um dos armários, o abrindo e tirando de dentro dele um envelope. Voltou-se para Robby, caminhando até ele e esticando o envelope em sua direção. O garoto se levantou, a expressão confusa tomando conta do rosto.
— Que isso? – ele pegou o papel.
— Fiz pra você a alguns dias.
Robby abriu o envelope, curioso.
— Ainda não. – ele parou, voltando a dobrar a abertura triangular.
— Por que não? O que têm aqui?
— Uma carta. Contei toda a verdade, a que eu nunca consegui te dizer depois que terminamos.
— Dizer o que?
— Está tudo aí. – ela acenou para o papel. – Pode ler quanto eu sair desse vestiário, ou daqui a três anos, você decide. Eu expliquei tudo, até o que aconteceu com o cordão. Desculpe por ter o quebrado.
— O que aconteceu?
— Você precisa parar de ser tão ansioso.
Ela brincou, um sorriso triste no rosto, os olhos se enchendo de lágrimas ao lembrar-se do pior dia da sua vida.
O dia que destruiu todos os outros.
— Você está chorando? O que tá acontecendo, Lu... Akemi?
— Lua... – Akemi sussurrou, uma curta risada escapando ao lembrar do apelido.
Esfregou as mãos no rosto, limpando as lágrimas antes que elas começassem a sair. Robby segurou sua mão, a abaixando e contendo a vontade de entrelaçar os dedos nos dela. Eles ainda podiam sentir o mesmo calafrio na barriga de quando estavam juntos. O sentimento ainda estava ali. Tudo ainda estava ali.
— O que está escondendo? – os olhos verdes de Robby demonstravam a mais pura preocupação.
— Desculpe por ter te deixado sozinho quando você precisou.
— O que? Não. Não, Akemi. Agora eu sei o que aconteceu. Eu não te culpo mais por isso. Fui um babaca. Me desculpe.
— E me desculpe por não ter tido coragem de te contar sobre o Ren. É que... você parecia estar se dando bem com a vida de Cobra Kai e já tinha problemas demais com o que se preocupar. Não queria ser mais um deles.
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Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 2
Novela JuvenilEssa história é a continuação do livro "Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 1". Não dá pra ler essa história sem ler a outra antes. Sinopse do Livro 1: Uma mudança repentina de país fez com que Akemi tivesse que se adaptar a um novo local. Vizinha dos L...