Depois de terminar seu banho, Akemi vestiu a calça moletom que deixou em cima da bancada da pia e a blusa velha de Ren que usava como pijama. Saiu do banheiro e sorriu ao ver o namorado deitado na cama. Em cima da cabeceira estavam copos de refrigerante e um balde de cheio de pipoca. A televisão estava ligada, pausada no início do filme que haviam combinado de assistir. A atenção de Robby, no entanto, não estava em nenhuma dessas coisas.
O violão de Akemi estava em seus braços e ele dedilhava as cordas, fazendo um som baixo, como se estivesse testando os tons antes de começar a tocar algo. Ela ficou parada na porta do banheiro, olhando para ele.
Música sempre foi algo presente no relacionamento dos dois, mesmo que raramente fosse um assunto. Quando estava conhecendo Robby, descobriu que ele tocava guitarra – consequentemente, ele também sabia tocar violão, apesar de não ser uma regra da música conhecer um e saber tocar o outro. Como passar do tempo, o caratê se tornou tão presente que substituiu o lugar da música na vida de Robby. Ele não tinha mais tanto tempo para tocar guitarra como antes, porque quando não estava no dojô, estava na pista de skate. Mas, às vezes, em noites como a de hoje, Robby tocava algo para Akemi, como um show particular. Essa era uma das coisas que ela amava nele.
Ele ergueu os olhos, sentindo-se observado. Sorriu ao vê-la.
— Ei, faz muito tempo que não vejo esse violão.
— Estava guardado no fundo do depósito.
— Na garagem?
— É. – ela se sentou ao lado dele.
— Por que? Você adorava tocá-lo.
— Depois que o Ren morreu, muitas coisas que eu costumava gostar acabaram perdendo o sentido. Coisas que eu só gostava por causa dele. Coisas que ele me ensinou a amar.
— Foi por causa dele que você começou a gostar de música?
— Não. Ren nunca gostou muito de música. Ele nunca nem teve uma banda preferida. Era um sem noção.
— Então...? – ele esperou por uma explicação.
— Quando eu era criança, gostava de tocar músicas para o Ren e meu avô. Meu irmão era meu fã número um, não importava onde estivesse. Eu não parei de tocar por causa dele. A música foi uma das poucas coisas que não perderam o sentido quando ele se foi, porque eu sempre amei a música, e o Ren começou a amar por minha causa, não ao contrário. Se lembra do baile de formatura?
Ele balançou a cabeça, concordando.
— Aquela foi a primeira vez que toquei violão depois de meses. Eu estava tão nervosa com medo de errar, foi pura sorte ter ido também.
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Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 2
Novela JuvenilEssa história é a continuação do livro "Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 1". Não dá pra ler essa história sem ler a outra antes. Sinopse do Livro 1: Uma mudança repentina de país fez com que Akemi tivesse que se adaptar a um novo local. Vizinha dos L...