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- Não diz nada, só corre, o Neymar fugiu- digo pro meu irmão que tá atrás de mim.

Tiro meu chinelo e começo a correr feito uma louca atrás do meu cachorro que já tá lá na puta que pariu.

Esse condomínio é chique, as pessoas reclamam por tudo.

Se bem que não tem como nem reclamar porque o som altíssimo de uma dessas casas incomoda todo mundo.

- Cadê ele?- o Biel pergunta enquanto vem atrás de mim.

- Foi pra lá- aponto na direção.

Meu irmão que é atleta profissional, passa na minha frente.

Eu pratico exercícios físicos, surfo, jogo um pouquinho de bola e ando de skate, mas não consigo correr tanto assim porque quase fico com a língua pra fora.

Paro de correr, coloco a mão no joelho e me abaixo um pouco.

- Cadê ele?- o meu irmão que já tá lá embaixo pergunta.

Me levanto novamente e corro até lá.

- Não achou?

- Não, e a rua termina ali.

- Meu Deus!- faço um coque no meu cabelo- cadê esse cachorro?

- Daqui ele não saiu.

- NEYMAAAAR- grito.

- Não grita.

- Lógico que vou gritar, meu cachorro sumiu.

- Eu não te conheço, ok?

- NEYMAAAAR, VEM CÁ COM A MAMÃE, SUA BOLINHA TÁ AQUI.

- Para- ele me puxa e coloca a mão na minha boca- não grita mais, tá passando vergonha.

- É o meu cachorro, e se algum vizinho louco pegou ele? Gabriel pelo amor de Deus, cara- choramingo.

- A gente vai achar ele, fica calma.

- NEYMAAAAAAR..

Começo a sentir vontade de chorar.

- Se eu perder esse cachorro, minha vida acaba, acha ele por favor.

- A gente vai encontrar, mas não vai ser com você gritando desse jeito.

- Mas ele vai reconhece minha voz e vir atrás.

- Mas não precisa exagerar.

- E se a carrocinha levou ele?

- Nem tem isso aqui.

- Mas pode ter aparecido, você não conhece.

- É...

- NEYMAAAAR.

De repente sai várias crianças de dentro de uma casa e olham em volta.

- Cadê o Neymar?- o garotinho mais novo pergunta.

- Ele fugiu da minha casa e sumiu- respondo e eles abrem a boca, assustados.

- Como assim ele sumiu?

- Ele saiu correndo porque viu a porta aberta.

- Mas por que ele fugiu de você?

- Porque ele é um cachorro e não pode ver uma porta aberta que já foge!

- Ei!- a garotinha me olha bem brava- não fala assim do Neymar.

- Ué, ele é meu cachorro- dou de ombros.

- Ele não é cachorro! Para de xingar ele- cruza os braços- eu fiquei triste quando vi ele chorando.

Quem é mais lerda? Eu ou as crianças que estavam achando que eu tava falando do Neymar jogador?

O medina começa a rir e eu passo a mão no meu rosto.

- Eu tô falando do meu cachorro que se chama Neymar, não do Neymar humano- explico.

- Aaah- eles dizem juntos

- Eu também queria colocar esse nome no meu cachorrinho, mas meu pai não gosta do Neymar, então não deixou- o mais velho diz- ele colocou o nome de Messi.

- Tá, vocês querem ajudar a gente a encontrar o Neymar cachorro? Deixo vocês brincarem um pouco com ele depois.

- Siiim- dizem juntos.

- Ok, então vamos à caça do Neymar.

E saímos correndo feito doidos.

- Tá, o que a gente faz com isso?- aponto pro cachorro que tá deitado no chão da minha garagem

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- Tá, o que a gente faz com isso?- aponto pro cachorro que tá deitado no chão da minha garagem.

Eu entrei na garagem com meu carro, assim que desci dele ouvi um latido e um cachorro todo branco me encarando com a língua pra fora.

Como esse animal veio parar aqui? Não faço a mínima ideia.

Ele provavelmente deve ter aproveitado que abri a porta da garagem e entrou também.

- Animal não, cachorro, e ele é lindo- se abaixa e faz um carinho na bola de pelos que fecha os olhos- que fofinho.

- Tenho a impressão de ter visto ele em algum lugar- coço a barba- só não lembro onde.

- Tem vários iguais a ele por aí.

- Deve ser isso- dou de ombros- mas ele deve ter fugido de alguma das casas do condomínio.

- Trouxe água pra ele- o Fabinho aparece com o potinho de água do cachorro da nossa família- ele deve estar com cede- coloca perto do cachorro que parece ter visto a última gota de água no deserto já que se levantou rapidamente e começou a beber.

- A dona dele não dá água não? Que isso- coloco a mão na cintura.

- Esse cachorro tá mais bem cuidado do que eu, os pelos dele tão mais hidratados que seu cabelo- a Dhiovanna diz.

- E é bem cheiroso- o Fábio completa- mal tratado ele não é.

- Tá, ok, mas como a gente vai fazer pra devolver? Eu não vou ficar com o cachorro de ninguém.

- A gente pode colocar no grupo do condomínio- ela diz.

- E existe isso?- faço uma careta.

- Lógico, mas sou eu quem estou lá ao invés de você- Fabinho fala.

- Tô ligado- passo a mão no cabelo.

A Dhiovanna começa a testar vários nomes no cachorro, mas ele nem liga.

- Ok, eu vou tomar um banho enquanto vocês cuidam desse cachorro aí, depois eu cuido disso.

- Ei! A gente tem que achar o dono ou a dona dele- minha irmã diz.

- Eu não tô com pressa- ajeito a mochila nas costas- depois a gente cuida disso.

- Gabriel...

- Relaxa, gente, se o dono ou a dona estiverem procurando, eles vão bater aqui na porta logo logo, só esperar.

Antes que digam mais algo, eu dou as costas e antes de sair da garagem, ouço o latido do cachorro.

Eu hein, tantas casas pra entrar, vem logo pra minha.

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Ai que cachorrinho levado, né? Foi parar logo na casa do gabigol.


𝗦𝗔𝗧𝗨𝗥𝗡𝗢🪐 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora