capítulo 4

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Chegando já avistei minha mãe falando pro Jr que não tinha necessidade de me apresentar pros traficantes. O camarote só fica lotado dos donos de morro e aliados, por isso ela ama a minha ausência aqui.

Enquanto isso minha madrinha Júlia já estava falando com alguns rapazes e apontava para mim e pra Carol.

Na porta da escadaria o tal Índio tava na contenção fumando um baseado. Observando calado, enquanto o Teco falava horrores.

Xxx: A beleza vem de família, né? -falou um rapaz e o Teco fechou a cara olhando pra minha mãe que logo abriu um sorriso espontâneo

Fernanda: Claro, puxou a mãe dela. -me abraçou e eu revirei os olhos -Mas é a proibida.

Encarei sem entender aonde ela ia chegar pra evitar meu contato com os rapazes.

Xxx: Tá protegida já? -ela simples assentiu

Xxx: É a filha do grande Diego, teu pai fez nome no Rio de Janeiro inteiro.

-Claro, nas reportagens né?

Xxx: Também, mas era um dos meus funcionários mais competente.

Funcionário? Então estamos falando com o chefão, dos chefões.

Jr: Lorena tem todas as qualidades do pai dela. E a rebeldia da mãe. -apontou pra minha mãe que revirou os olhos

Não sei por que estava me sentindo em uma vitrine, como se fosse uma reunião pra decidir quem ficaria com a "Lorena".

Sentei na cadeira deixando eles conversarem e encarei a Carol que já tava trocando papo com um rapaz.

Meus olhos perdidos travaram em minha frente quando notei que estava sendo observada.

Justamente por aqueles olhos escuros e penetrantes do dono do Vidigal. Ele tinha umas características do seu vulgo Índio, faz sentido, combina com ele.

Enquanto levava o baseado na boca, me analisava profundamente. Parecia que todas as merdas que eu já fiz estava estampadas na minha testa.

Teco: Esquecemos de apresentá-la ao patrão. -saiu do lado do rapaz e apontou pra mim - Índio, essa é a nossa protegida, filha do Diego e minha afilhada. Filha da dona Fernanda.

Minha mãe parecia não curtir muito essa apresentação, então apenas sorriu forçada. E eu fiz o mesmo, mas porque estava envergonhada sobre teu olhar de julgamento.

-Satisfação, Lorena. -falei afim de quebrar o silêncio no meio de um baile tão barulhento

Xxx: Satisfação. -sussurrou com o baseado entre os lábios

Puta merda, por que diabos isso era tão atraente. Eu não conseguia tirar os olhos dele, por um minuto.

Queria que me falasse o que pensava enquanto me analisava.

Carol: Já podemos voltar pra baixo?

Julia: Vamo dançar um pouco e ir embora, né comadre? -encarou minha mãe que assentiu

Fernanda: Podem descer, vão curtir. -falou depositando dois tapinhas na minha bunda quando eu levantei -Tô de olho em tu.

Antes de descer pra pista passei pelo Índio mais intrigante que eu já vi, ele deu passagem ainda sem tirar os olhos de mim.

Chegando lá embaixo a Carol falou eufórica tudo o que eu havia percebido, que ele não tirava os olhos de mim e que havia uma tensão sexual enorme.

Continuamos bebendo, e dançando na pista, dês da última boca que beijei, não conseguia mais depois que senti ser observada em todos meus passos.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora