Senti que o Índio foi embora ontem antes de amanhecer, escutei ele pulando a janela e fez o máximo de barulho pra me acordar.
É estranho perceber que semanas atrás era o Luan, e agora o meu melhor amigo, mal fala comigo e está distante.
A diferença entre nós dois é que eu jamais colocaria o Índio em seu lugar, como minha prioridade, mas ele está demostrando que a Mayara é a sua prioridade. Afinal o Luan já teve várias ficantes além de mim, mas nunca tão obcecado.
Desci as escadas pensando em como vou conseguir descobrir o que está acontecendo. Eu precisava falar com alguém que conhecia minha mãe muito mais que ela mesma.
Olhei o meu celular e analisei os contatos parando na minha madrinha Júlia, claro, a sua melhor amiga. Que também está distante de mim, talvez por que a madrinha sempre deixava escapulir os segredos da família.
Fernanda: Tudo certo? -apareceu na sala e eu encostei no sofá
-Sim. -falei seca
Fernanda: Tu não vai trabalhar hoje?
-Mais tarde. -levantei e peguei o meu celular -Vou na casa da madrinha.
Fernanda: Julia não tá em casa.
-Tô indo falar com o Luan. -omitir passando por ela
Talvez eu falasse com ele também, afinal quero descobrir algo com meu melhor amigo.
Inclusive mandei uma mensagem pra ele mais cedo, não obtive resposta.
Fernanda: Tudo bem então, se cuide. -respondeu e eu virei saindo de casa
Descendo pela viela avistei a Carol subindo a ladeira resmungando sozinha. Assim que ela me viu, sorriu de lado como se estivesse me procurando mesmo.
Carol: Quase não te vejo mais. -puxou meu cabelo e eu bati em sua nuca -Ia perguntar pra tia Nanda se tu já tinha sido trancafiada pelo Índio, se estava viva, pelo menos eu tô com cabelos ainda.
-Eu tô vendo. -rir fazendo uma análise em seu rosto
Carol: Tenho que te contar algo. -segurou meu braço -Tá indo aonde?
-Na casa da Júlia.
Carol: Então, a Mayara tava ali no cantinho com o grupo da Nicole, ela tá meio estranha e nem falou comigo direito. Quando eu passei estavam falando de tu.
-Não tô entendendo essa mina. -cruzei os braços
Carol: Obviamente ciúmes do Luan. -eu assentir e ela apontou disfarçando pras meninas
Levantei o rosto e endireitei minha postura.
Quando passei pelo grupo a Mayara me atravessou e eu parei sentindo a Carol segurar meu braço evitando.
Mayara: Algum problema? -perguntou sonsa
-Deve ter, pra tu ficar me atravessando. -me aproximei e ela revirou os olhos
Mayara: Papo reto, as vezes eu acho que tu é necessitada.
-Isso tudo por que? não te entendo.
Mayara: Tá com o Índio e não sai de perto do Luan.
-Tu não se garante, né linda? -amarrei o cabelo encarando ela
Mayara: Tu não tem o senso gata, o garoto já falou que não quer mais transar contigo, e tu fica mandando mensagem. -levantou o celular dele no colo dela
Fala sério, o Luan tá submisso no nível de entregar o celular pra mulher?
-O Luan nunca abriu a boca pra falar que não queria mais transar comigo, acho que tu tá maluca mermo.
Mayara: Ata bom. -riu irônica
-Segura tua emoção, tu é mandada demais. Se não se garante, converse com teu macho, e cobre algo dele. Mas tira meu nome da boquinha, e desvia o olhar quando eu passar, namoral. -virei dando as costas
Mayara: Tu é rodada e não se contenta, isso sim. -gritou e eu virei indo pra cima dela
Senti alguém segurar minha mão e olhei pro lado vendo a Carol encostada no carro, virei a cabeça vendo o Luan me segurando.
-Ela se defende sozinha, pô. -me afastei dele indo pra cima dela
Mayara: Segura essa maluca ,amor. -gritou eufórica
Luan: Não encosta nela, Lore. -falou baixo e eu olhei pra ele incrédula -Não vamos entrar em uma treta. Eu te considero.
-Tu não está defendendo ela só por que o Índio é irmão dela , né? Tu está fazendo uma escolha.
Analisei outros vapores se aproximando.
Mayara: Bom meninas. -falou alto com as raparigas dela -Desse grupo de vapores, a rodada já deu pra maioria.
Paquetá: Cala a boca, cara. -resmungou se aproximando de mim
Mayara: Fala sério Paquetá, ela só não te deu por que tu é lance da amiga dela. -apontou pra Carol que se aproximou peitando ela
Desviei da Carol indo pra cima e o Luan puxou meu braço com força.
Luan: Lorena. -gritou me empurrando
Não reconheci seu olhar, havia sido decepcionada nesse exato momento.
Mayara: Conta pra ela, o motivo dela não poder encostar em mim, Luan.
Olhei pra ele esperando resposta quando seu olhar abaixou.
Luan: Ela está grávida. -sussurrou
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FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
Ficção GeralFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)