capítulo 10

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1 semana depois...

Dês do dia em que o Índio pegou meu número, eu venho conversando com a sua mãe. A dona Marina, que parece me conhecer bem mais do que eu pensei.

Ela contou sobre o aniversário do Marcos de 5 anos.

Falei que estaria presente, pelo menos tentaria, por que vai ser numa sexta feira. E é uma festa residencial. Ela contou que o garoto ficou muito próximo de mim e queria me ter lá.

Durante alguns dias imaginei que minha presença não seria tão agradável, afinal era uma festa em família. Iria ficar envergonhada.

Eu mal pisquei e hoje tiramos o gesso dele, o braço estava certinho no lugar. Então seus olhos brilharam ao ouvir sua vó falar que eu estarei em seu aniversário. Não pude recusar. Esse garoto me transmite uma energia tão incrível.

Cheguei em casa cansadona, dormir um pouco antes de começar a me arrumar.

Teria que ir no mercado grande comprar o presente do Marcos, e ia aproveitar que o Luan também vai pro aniversário e grudar nele feito um carrapato. Assim não vou me sentir tão desconfortável.

Fernanda: Olha tu se envolvendo ,já. -reclamou ao me ver arrumada

-Mãe, eu tô indo só por causa do Marcos. Não tem nada haver com envolvimento.

Fernanda: O filho do dono da favela. -resmungou

Luan: Cheguei. -encarei ele na porta e agradeci mentalmente antes de começar uma nova discussão familiar

Montei em sua moto e fomos conversando até a baixada.

Entrei no mercado e fui procurar algo que deixasse a criança feliz, por que não dava pra realizar o real sonho dele que era ter um cachorro.

Luan: Isso aqui é legal, olha. -apontou pra uma arma de brinquedo

Ele estava todo entretido com a fileira de brinquedo, parecia que não teve infância, o que eu não duvido, por que a vida dele sempre foi muito conturbada.

-Eu não daria uma arma, mas se tu acha legal. Acho que vô levar isso aqui. -levantei uma fantasia da Marvel

Luan: Lore ,olha. -apontou para os carrinhos de coleção -Caralho, um chevette, que foda mané.

-Papo reto,  quer pra tu?

Luan: Pra mim? -negou distraído

Comprei mesmo assim, e parecia ser engraçado demais, entregar um carrinho de coleção para o meu melhor amigo que portava uma parafal e ele ficou tão alegre. Sinto que irá guardar esse carrinho pro resto da vida.

Chegamos na festa atrasados, fiquei mais aliviada vendo que não era bem, uma festa somente de família. Havia alguns vapores incluindo o Teco e o meu tio JR.

Assim que me viram estranharam um pouco, por que minha mãe jamais aprovaria. Devem estar achando que eu vim acompanhar o Luan.

Ver o sorriso estampado no rosto do Marcos, foi bem melhor e reconfortante , ele me puxava pela casa inteira mostrando tudo. E por fim conheci a sua mãe Nicole, que para primeira impressão não me apareceu uma boa mãe. Foi triste ver a maneira que ela tratava o próprio filho.

O Índio chegou no meio e foi uma bagunça, a Marina chegou apaziguando uma briga no meio do aniversário de seu neto. Que entendia poucas palavras de xingamentos.

Teco: Acho melhor tu subir com o Luan, vá lá. -se aproximou e eu encarei ele sem entender -Tu é o motivo da fúria dela, é melhor só evitar.

Bem, eu não tava entendendo legal, mas assentir e subir com o Luan. Fomos pra laje. Minutos depois a Marina apareceu pedindo desculpa e foi super simpática, enfim, ela tava com o Marcos apagado em seu colo e conversamos um pouco, até eu voltar a ficar sozinha com o Luan novamente.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora