capítulo 24

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Índio

O papo é que ela me deixava totalmente sem foco, era pior que alucinação com cocaína. Cheguei de Angras cansado pra caralho, o Marcos falava dela o tempo todo, aproveitei a deixa pra ficar mais com ele.

A real é que mesmo sem nem ter falado nada, ela é um calmante, papo reto.

No meio da missão, era basicamente na minha família que eu pensava. Deixei o Teco e Jr no comando e fui cobrar umas 5 cabeças.

Se tinha uma fita que me deixava intrigado era quando tentavam passar a perna em mim. Sempre tem uns que é suicida, e provoca justamente a minha mente psicótica.

Passei duas noites cuspindo em corpo e assinando aliança.

Agora, enquanto eu pensava em bilhões de dinheiro sujo. Escutava ela e o Marcos discutir sobre sorvete.

Lorena: Não cara, olha isso aqui. -chupou o dedo com calda

Era simples atos dela, que me deixava marolando. Sabia, que provavelmente não era a sua intenção me provocar, afinal, ela tava apenas agindo naturalmente. Mas foi apenas aquele movimento, que me fez levantar a perna e colocar o braço no colo, tava com altas fitas na mente.

Marcos: Óia pai, ela recusou, meu sorvete. -olhou pra mim -Toma pra tu.

-Não quero não pô, sobra mais pra tu. -ele me encarou com a boca toda suja de chocolate

Lorena: Teu pai é estranho. -fingiu sussurrar pra ele - Quem não curte sorvete?

Marcos: Tia, sujou teu nariz.  -gargalhou passando sorvete nela

Lorena: Não acredito, seu pilantra. -riu dando cosquinha nele

Dificilmente vejo o Marcos tão acolhido assim quando tá com a mãe dele, na real a Nicole nunca foi uma mãe pra ele. Mas curto deixar claro que a Lorena é apenas amiga, afinal, nem sei se a mina curte essa responsabilidade de ter uma cria chamando ela de mãe.

Marcos: O pai, também tá. -passou o dedo na minha bochecha e eu encarei ele passando a mão

Lorena: Nossa, que pena. -olhou pra mim -Bora se limpar, vem Marquinhos.

Encarei ela levantar com ele até o banheiro e fiquei sentado olhando o celular.

Tinha mensagem pra caralho, a maioria era mina chamando pra treta, e eu, numa sexta feira, passeando com minha cria e uma doidona coberta de calda no rosto.

Ela se aproximou rindo com ele, levantei pagando a conta e seguimos pro carro.

Entrei ligando o carro e o Marcos ficou no colo da Lorena, um garoto folgado, mermo.

Lorena: Ele tá com sono. -encarei ela olhando pra ele -Pior que eu também tô.

-Tá é toda suja, pô. -passei o dedo no canto da boca dela e chupei -Calda de chocolate.

Lorena: Valeu. -sorriu nervosa

Seguir pra favela em silêncio, metade do caminho antes de chegar na casa dela, vim ouvindo sua respiração leve. Virei o rosto vendo ela dormindo com o Marcos em seu colo, que também tava apagado.

Cheguei perto colocando o cabelo dela pra trás. O caô, é que a filha da puta é gata pra caralho. Toda bonitinha, até dormindo.

-Chegamo pô. -falei baixo vendo ela encarar assustada

Lorena: Nossa senhora. -se ajeitou no banco e me encarou atenta -Não ronquei não ,né?

-Pra caralho, tava quase colocando a mão na tua boca. -falei vendo ela revirar os olhos

Lorena: Besta. -saiu com o Marcos no colo e depois colocou ele no banco de trás -Valeu pelo passeio, foi divertido.

-Na paz, merma fita. -analisei ela entrar em casa e olhei pra cima vendo a coroa dela

Por algum motivo me atravessa todos os dias, até quando eu escolher, tirar satisfação.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora