capítulo 54

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Eu precisava pensar bastante pra ter certeza do que estava sentindo. Talvez fosse amor de pica, eu posso estar apegada no Índio e escolher o Luan, ou fazer tudo ao contrário.

Sentei no refeitório após mais um plantão no posto.

Lucas saiu da recepção vindo me encurralar.

Lucas: Qual é o problema? -cruzou os braços

-Tudo. -apoiei minha mão na testa

Lucas: Eu não vejo problema nenhum, tu senta nos dois, e é isso. -falou óbvio

-Parece fácil, mas tô sentindo que está indo além.

Lucas: Então, fica com os dois. -sentou na cadeira

-Tu acha mesmo, que o Índio vai querer trisal? 

Lucas: Talvez sim, chega de problematizar. Precisamos de um dono de morro, traficante e perigoso, envolvido em um trisal.

-Isso só daria certo, nos meus sonhos. -resmunguei tomando um gole do café

Analisei a mensagem dos dois falando que ia vim me buscar.

Lucas: Certo, talvez tu esteja com um pequeno problema. Mas tudo se resolve.

-Respondi pra eles que vou subir com um moto táxi. -pigarrei

+Luan: Tá evitando?

+Índio: Colfoi?

Olhei pro Lucas que gargalhou do meu desespero.

Era uma sexta feira, preciso respirar fundo e pensar.

Pedi pro Guga me levar pra base e encontrei a Carol desabafando com ela. Depois de ver a dona Fernanda, que está tomando conta de um ateliê na baixada.

Carol: Eu fiz uma escolha, mas tu não precisa fazer. -parou na frente do ventilador secando o cabelo

-Se algum deles pedir, pra eu escolher. -passei a mão na nuca me jogando no sofá -Eu juro ,que não sei.

Carol: Quer sair pra beber? -me encarou com um sorriso

-Tô sem ânimo. -murchei no sofá

Carol: Vamo, hoje é sexta, tu precisa
pensar enchendo a cara. -levantou me puxando pro quarto -Coloca uma roupa bem rapariga, e vamo curtir.

Olhei pra ela antes de ouvir meu drama, talvez eu precise beber.

Terminei de vestir um short com um top.

Desci pro bar com ela e sentamos na mesa de fora. Analisei alguns vapores ao redor e a presença do Luan com uma loirinha.

Carol: Nem liga, isso é provocação.

-Tô na paz , pô. -sorrir nervosa e tomei um gole da cerveja

Virei a cabeça vendo o Índio com a Mayara e uma mulher morena entre ele e ela.

Carol: Péssimo dia pra beber. -resmungou se ajeitando na cadeira

Fiz a sonsa apenas observando aquela cena.

Avistei o padrinho Jr entrar falando com geral.

Jr: Salve doidona. -beijou minha testa fazendo um toque com a Carol -Tá suave?

-Melhor forma, e tu? cadê a madrinha?

Jr: Jujuba tá na base da tua coroa. -puxou a cadeira sentando com a gente -Teu pai tá na boca, pediu pra te bisonhar.

-Agora pronto. -sorrir de lado desviando o olhar

Jr: Como tá a tua caminhada? -olhei pra ele confusa -Colfoi?

-Tudo bem que tu é meu padrinho, mas nunca ouvi essa pergunta de tu. Só quando pedia pra eu passar pano pra alguma treta.

Jr: Melhor tu pensar que, eu e teu coroa somos da comunidade e tamo ciente do que tá rolando, nessa favela. -levantou o dedo fazendo sinal entre eu e os meninos

Carol: Calúnia, obviamente. -falou rápido me encarando -Lorena é tão focada no trampo, né minha irmã?

-O que tu quer saber padrinho? -olhei pra ele que desviou o rosto -O que meu pai quer saber?

Jr: Teu coroa é protetor, aconteceu que ele foi perguntar as intenções do Luan com tu, e surgiu o Índio. -cruzou os dedos olhando pra mim -São dois?

-Sim, eu sou uma safada por isso? talvez, mas foi bom. -olhei pra ele que colocou a mão na nuca -Tipo muito bom padrinho.

Jr: Parada sinistra. -gargalhou levantando -Por que nenhum dos dois tá com tu agora?

Olhei em volta vendo o Luan me encarando.

Carol: Por que esses machos não sabem dividir. -falou ressentida

Meu padrinho sorriu antes de beijar minha testa e sair até o grupo dos traficantes.









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