capítulo 14

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Acordei de mal humor hoje, é uma quinta feira e eu estou menstruada. Isso é terrível no cotidiano de uma enfermeira. Eu passo maior parte do tempo confirmando se não vazou nada na calça branca.

Na real, levantei ouvindo esporro da dona Fernanda, só por que eu deixei a Mabel passear com o Marcos. Ela tá insistindo que eu tô me apegando no menino.

E talvez eu esteja mesmo, mas não era por conta do pai dele, e ela acha que envolve tudo junto. Se pelo menos eu estivesse dando pro macho, pegaria logo a fama mesmo.

Cheguei no refeitório vendo a mensagem da Marina.

+Marina: Preciso da sua ajuda Lore.


+Me: Aconteceu alguma coisa com o Marcos?

+Marina: Então, eu tenho um exame pra ir agora de tarde. E o pai dele vai chegar de uma missão bem um pouco mais tarde. Hoje é reunião dos pais, e eu não vou está presente. Mas é necessário ir, e acompanhar ele.

+Marina: Por favor, sei que tua rotina é corrida. Mas acompanha meu neto, e depois é só me falar por mensagem o que foi relatado.

+Me: Tudo bem, mas a mãe dele não vai ficar bolada? Bem, estaria representando uma responsável dele.

+Marina: O Índio proibiu ela de ver o Marcos, pelo menos até a cobrança.

+Me: Certo então, eu vou. Me fala o local certinho, e que horas eu pego o Marcos.


+Marina: Por volta das 15:09 horas, e aí se puder aguardar em tua casa, até eu chegar do médico e buscar ele.

+Me: Certo.

+Marina: Muito obrigada mesmo, você é um anjo. Teu pai estaria satisfeito com a mulher que tu se tornou.

Desliguei o celular, essa última mensagem me abalou um pouco. Ela parecia conhecer ele, na verdade todos que conheciam ele fala muito bem.

Voltei atenção no que acabei de combinar, minha mãe ficaria furiosa que eu levasse o garoto pra casa. Mas ela vai conhecê-lo, e vê que é um anjo.

Lucas: Doutora Lore? -apareceu com uma ficha -Paciente, ocorrência por PAB.

-Perfuração por arma branca. -falei levantando e seguir ele

Era mais uma ocorrência de violência doméstica, o que me deixa em choque, o tanto que paciente que recebemos por conta de agressão.

Nesse caso, deixamos que a justiça seja feita, nem que seja da favela. Geralmente a própria técnica passa pros vapores e eles cobram o indigente que fez o ato.

Atendi mais duas ocorrência e cronometrei o tempo do meu almoço, e a reunião do Marcos. Parecia algo bem responsável, então eu sair do trabalho e passei em casa pra tomar um banho.

Fui pro colégio e encontrei ele com a mochila do homem aranha nas costas, segurei indo pra salinha.

As professoras no começo falavam comigo me chamando de "mãe do Marcos" então, eu tive que explicar depois. Mas elas falaram apenas o que eu imaginava. Que ele era um garoto gentil, sábio e o seu comportamento era lindo.

Falou uma coisa que me deixou furiosa, como se eu fosse uma mãe protetora. Disse que havia dois garoto que quebrou um boneco dele, e isso fez ele ficar mal.

Então quando acabamos a reunião, eu parei com ele no corredor.

Marcos: Tia Lore? -encarei ele -A senhora seria minha mãe mais vezes? Eu gostei de ter uma mãe.

Meu coração ficou em pedaços, e eu apenas queria dizer sim. Mas não, eu não poderia dizer que seria sua mãe, estaria entrando em uma treta enorme.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora