Depois de ontem o Índio me deixou em casa e não paramos de trocar olhares. Durante o trajeto até minha casa, ele passava o olhar no meu corpo e falava pouco. Queria descobrir mais sobre ele, e como chegou nesse poder,ainda jovem.
Tudo bem, que ele é mais velho que eu uns 10 anos.
Fui dormir, tava quase amanhecendo e eu pedi pra trocar de plantão com um colega, afinal passei a madrugada toda em baile.
Levantei e desci as escadas pronta pro trampo, era umas 15:00 horas , passando a novela Avenida Brasil e a dona Fernanda tava na sala. Com a sua companheira fiel, Julia.
Julia: Fala gostosa. -olhei pra ela e sorrir torto -Tá cansada né? Fiquei sabendo que o posto tá um caos.
Essa semana tava faltando profissional no posto, eu tomava a frente por ser enfermeira, mas cada um tem sua especialidade. Técnico, enfermeiro, médico...
-Pois é, um plantão mais longo, que o outro. -bocejei
Fernanda: Ainda chega tarde em casa, a vida maceta, e não é uma rola, tu se ligue. -olhei pra ela
Julia: Cada dia que passa, fica mais baixa essa mulher.
-Pra tu ver madrinha, isso não é nem a metade.
Fernanda: Quero vê minha novela. -jogou almofada na gente
-Provavelmente, eu vou chegar tarde hoje. Tu não vai trabalhar ,não? -ela negou -Tá planejando algo?
Fernanda: Sábado, tem churrasco aqui em casa. Vou fazer compras, e amanhã vô sair.
Todo os dias tem baile e churrasco nessa comunidade, e eu como não sou besta, tô por dentro.
Meu celular vibrou e encarei a mensagem.
+Luan: tô esperando, aqui fora. 🤙
Mais cedo ele mandou uma mensagem se oferecendo pra me levar pro trampo, e aproveitar, pra se desculpar.
Eu não disse nada, mas ele entendeu meu silêncio, como um sim, afinal tá buzinando feito um louco.
-É o Luan, já vou. -levantei encarando as duas -Amo vocês.
Julia: Te amo, prostiranha da dinda. -bateu na minha bunda
Sair de casa vendo o gostosão plantado na moto me encarando.
Luan: Opa vida. -sorriu de lado e depois se remexeu na moto -Pô, que cara de baiacu é essa?
-Eu só aceitei a carona, por que, tô morta de cansaço.
Luan: Tu fez o que ontem? -coloquei o capacete e montei segurando na cintura dele -Te vi sumir do baile.
-Fui no quiosque da baixada.
Luan: Com quem?
-Ih, te devo satisfação agora, Luan?
Luan: Tua coroa, tá ligada ,que tu tá se envolvendo com o Índio?
-Eu não tô me envolvendo com ninguém, não marola. Saimos juntos, como colegas.
Luan: Abre teu olho, tô ligado na maldade,a mente de um homem é podre. -olhei pra ele pelo retrovisor -Tu e ele já ficaram, né. Gatinha do crime.
-Não fode, Luan. -resmunguei e ele me encarou malicioso
Luan: Não fodo, eu maceto. -dei um tapa nele -Tu ficou bolada, por conta da Mayara?
-Não.
Luan: A Carol falou outra parada.
-Eu não tô bolada com a Mayara, tô com tu. Afinal, quem me devia prioridade era tu.
Luan: Peço perdão, papo reto. -acelerou e estacionou no fundo do posto -Te amo, tu sabe né.
-Tu ama porra nenhuma. -desci entregando o capacete
Seu olhar seguiu meu corpo e sorriu de lado, maldito.
Luan: Tenho plantão hoje, se der tempo, te vejo mais tarde.
-Só saio 00:00 hoje. -encarei o relógio -Ficaria grata, se pudesse mandar um lanche pra mim. Pelo menos pra diminuir o ódio que fiquei da sua cara.
Luan: Se o teu padrasto liberar, eu trago.
Palavra forte pra usar com o Teco, não considero como meu padrasto, as vezes até esqueço. É só, o tio Teco. Ficante da minha mãe, e melhor amigo, do meu falecido, pai.
-Ele libera. -dei um breve selinho nele e sair
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FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
Fiksi UmumFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)