Acabamos por vir pra casa depois que deu 4horas da manhã, acompanhei minha mãe que veio reclamando falando que não arregaçou o piriquito dela para eu crescer e ser carregada até em casa porque passei mal de bebida. Mas foi exatamente isso que aconteceu. E o pior é que eu tenho trabalho no dia seguinte.
Eu sou enfermeira e trabalho no postinho da baixada.
Acordei sentindo uma dor de cabeça terrível, levantei e olhei para bancada vendo um dorflex que a dona Fernanda sempre deixa. Encarei o relógio vendo que já está na hora de ir trabalhar.
Levantei ainda tonta e peguei minha roupa no armário, vestir e desci esbarrando no Teco que se assustou ao me ver.
Teco: Não era pra isso ter acontecido, mas fingimos que tu nunca me viu aqui. -sorriu irônico e eu neguei
-Tu acha que eu nunca escutei? -ri de lado vendo ele caminhando até a cozinha
Eles acham que eu não tinha percebido ele dormindo aqui, faz um mês. Bem, que eu sei sobre o caso sim, mas não que está tão intenso no nível dele morar conosco.
Chegamos na cozinha juntos e minha mãe encarou frustada.
Fernanda: O Teco veio trazer pão. -mentiu
-Claro. -falei pegando uma maçã -Preciso ir ,tomo café lá no refeitório.
Teco: Bom trampo, tô de olho. -encarei ele e anexei o olhar
-Eu também senhor Tiago. -falei ouvindo ele se questionar como eu sabia o nome dele
Talvez porque minha mãe gemeu isso na noite antepassada? Chega ser nojento saber sobre sua vida sexual, mas enfim, terei que superar.
Encontrei os vapores conversando e pedi pra alguém me levar na baixada, logo se disponibilizaram.
Dessa vez foi o Guri, um vapor bem gente fina, que já transou comigo meses atrás, mas agora é casado e pai de família.
Guri: Tu tava no baile ontem? -falou um pouco alto por conta da velocidade da moto e o capacete
-Eu tava pô, pista e tu? -falei
As vezes quero rir do meu sotaque carioca, puxo o "x" e quase viro uma chaleira. Não soou como uma palavra normal "pista" e sim "pisxta".
Guri: Tô casado Lore, a patroa não deixou nem eu pisar no baile. -riu baixo
-Gosto dessas, surtadas. -desci da moto assim que paramos em frente ao posto -Valeu pela carona, deu quanto?
Guri: Não cobro de mulher bonita. -falou pegando o capacete da minha mão
-Perfeito, agora tu vai ser meu motorista pra tudo. -sair vendo ele rir
Entrei no hospital vendo o caos, geralmente todas segundas é assim, o pessoal sai dos limites durante o final de semana, e segunda não temos tempo nem pra respirar.
Peguei minha prancheta assim que parei no balcão, meu amigo Lucas Macedo e secretário já estava quase arrancando seus cabelos.
-Fala tu, tá tomando muito no cu hoje? -ri em seu semblante sério
Lucas: Aí mulher, eu queria tá tomando. Isso aqui está me deixando em surto. -ri seguindo pra sala
Pedi dois copos de café, um local público mas com bastante disponibilidade de aparelho. Não tenho nada pra reclamar sobre esse posto, não somos negligênciados e somos bastante respeitados por todos moradores da comunidade.
Nunca fui assaltada nessa favela, sempre lembram, essa é a doutora Lorena, máximo respeito. Afinal sou eu e meus colegas que salvamos a vida deles quando a polícia invade aqui.
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FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
General FictionFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)