capítulo 59

2K 131 16
                                    

Escutei um pino caindo em seguida o barraco sendo fuzilado de tiro. Abaixei a cabeça e a Thais se jogou no chão ao lado da Mayara.

A porta abriu me dando visão de um moreno e eu disparei no centro da testa, no calor da ansiedade comecei a tremer lembrando que atirei em alguém.

Teco: Tu é o meu orgulho. -riu baixo e eu encarei ele perdendo a cor dos lábios

Hemorragia, tava perdendo muito sangue, assim como a Mayara.

Peguei o rádio dele e apertei qualquer botão pegando a frequência.

---

EU: TEM ALGUÉM NA FREQUÊNCIA?

LUAN: LORENA?!

ÍNDIO: TAMO OUVINDO LORENA, ONDE TU TÁ?

XXX: TAMO SUBINDO P1, TROCAÇÃO NA PISTA.

LUAN: FALA LORENA, LOCALIZAÇÃO?

EU: TAMO EM UM BARRACO, VOCÊS PASSARAM POR AQUI. POR FAVOR, MEU PAI TOMOU UM TIRO, A MAYARA TA AQUI TAMBÉM E TA SANGRANDO MUITO.

ÍNDIO: BARRACO?

XXX: AÊ LORENA, MT AQUI. TU CONSEGUE SAIR NA FRENTE DO BARRACO?

EU: FUZILARAM O BARRACO, AGORA.

XXX: TAMO PERTO.

..

A frequência caiu e geral parou de me responder, assim como os tiros acalmaram.

Thais: Pega a arma, confio em tu. -falou se aproximando -Precisamos encontrar eles.

Olhei pro meu pai e levantei indo devagar com ela até a greta. Analisamos alguns corpos no chão e sangue, muito sangue.

-Vamo abrir a porta e correr? -passei a mão no rosto

Thais: Talvez. -abriu a porta e saiu correndo quando escutei um disparo

Jacaré: Vagabunda, traíra. -escutei seu grito e sair apontando a arma pra ele

Sozinho ensanguentado apontando uma pistola pra própria sobrinha.

Thais: Depois que ele morreu, tu surtou. Jamais aceitaria essa merda toda Bruno! -gritou

Jacaré: Vidas se pagam com vidas, o pai dele matou meu irmão naquela maldita invasão, agora ele vai perder tudo!

Índio: Larga ela, ô filho da puta. -virei vendo o Índio se aproximando sozinho

Jacaré: Chegou tarde, não acha? -gargalhou e cuspiu sangue

Empurrou a sobrinha em um movimento rápido apontou a arma na direção do Índio.

Ao seu lado surgiu um capanga e o Luan apareceu correndo em minha direção. Pisquei rapidamente quando escutei um disparo e o meu amor cair no chão.

Virei pro Índio que atirou no capanga e o meu pai surgiu atirando no Jacaré.

Corri até o Luan, vendo seu olhar de julgamento quando eu apoiei seu corpo no colo.

Luan: Eu pulei na bala por ela. -sussurrou pro meu pai que caiu no chão com a mão na barriga

Teco: Beleza, 1 à 0. -falou rouco

Índio: Rápido, viela 13. -falou no rádio se aproximando ao meu lado

Seu olhar de preocupação se perdeu no meu, levantou a cabeça olhando pra sala vendo a Mayara largada no chão e a Thais encolhida no chão se tremendo.

-Fiquem acordados, por favor. -encarei o meu pai e o Luan -Thais, pressiona o pano na barriga dele.

Ela se ajoelhou ao lado do Luan e os dois se olharam.

Fiquei com o meu pai até aparecer apoio na favela.

Quando descemos pros carros ouvimos palmas dos moradores e gritos eufóricos.

Xxx: Estamos livres daquele monstro.

Xxx: Jacaré morreu!

O silêncio se transformou em um agudo quando sentei no banco de trás apoiando o Luan e o meu pai no meu ombro.

O Índio tava no banco do passageiro com um olhar triste e distante, enquanto um rapaz dirigia até o hospital.

Teco: Tô feliz pra caralho. -sussurrou e eu virei pra ele sentindo meu mundo desabando -Tu é a minha cópia.

-Para de se despedir, por favor. -solucei alisando sua mão

Luan: É coroa, fica acordado aê, tu ainda vai ter netos. -sussurrou brincalhão e eu observei seu sangramento também -Mandando o papo reto mermo, queria um mini Luan, mas a vida é dessas.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora