capítulo 48

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Fiquei conversando com meu pai, antes dele ir pra biqueira e eu trocar de roupa pra passar na casa da minha mãe e ir pro trabalho.

Troquei o turno por que estava muito cansada, mas tive uma consulta.

Lucas: Repete. -olhou pra mim animado -Dois?

-Dois.

Tava contando sobre a noite passada pra ele que ficou encantado com meu empoderamento. Tive que perguntar pra alguém com experiência o que fazer depois de dar o ânus, claro.

Lucas: Piranha. -gargalhou e encarou a prancheta -Hoje teremos duas ultrassom, tem até pré natal.

-A doutora Ray, já chegou de viagem?

Lucas: Sim, e já está sendo procurada, pra tu ver. -olhou as papeladas -Uma tal de Mayara, acho que é a irmã do teu bofe.

Fiz uma expressão de nojo e ele riu sabendo o motivo. O Lucas é meu confidente, sempre quando temos intervalo pra tomar um café, fofocamos.

-O bebê dela, tá bem?

Lucas: Acho que sim, ela já tá com uma barriguinha legal. -falou baixo

-Entendi. -virei a cabeça olhando pro celular

Lucas: Eu com toda certeza pediria aquele bigodinho na minha xota. -olhei pra ele sem entender

-Quem? -perguntei e ele apontou a cabeça me fazendo olhar pra frente vendo o Índio entrar no posto caminhando até nós na recepção

Lucas: Bota, bota, o bigode na minha xota. -cantarolou passando por mim me deixando sozinha

Olhei pra frente vendo o Índio com um sorriso de canto.

Índio: Na paz? -falou rouco

E sim, eu só conseguia pensar no bigode dele na minha xota.

-Na paz de Deus, e tu?

Índio: Tranquilo. -pigarrou apoiando os braços sobre o balcão e entrelaçou os dedos -Posso te fazer um convite?

-Dependendo, talvez possa.

Índio: Amanhã, teremos uma reunião importante na favela, mas vai ser algo disfarçado, churrasco e aliados ao redor. Queria tua presença comigo. -sussurrou

-Negocios da favela e eu, no mesmo lugar?

Índio: Se puder, me avisa. -olhou pra mim e estendeu a mão -Espero ter te machucado bem gostoso ontem, pra tu nunca mais pedir porra de trisal.

-Sigo intacta querido. -falei irônica vendo seu olhar possessivo -Meu fetiche foi cumprido, tô satisfeita.

Índio: Safada, isso que tu é. -falou entre dentes

Xxx: Mãe,por que o moço tá chamando a doutora de safada? -ouvi uma voz meiga e virei a cabeça vendo uma menininho encostado ao lado do Índio

Xxx: Cadu para de ser intrometido garoto. -a mulher resmungou encarando o celular -Teu pai não atende, eu vou quebrar a cara do Filipe.

Xxx: Luana, cadê a porra do resultado?

Xxx: Senhor Fael, dá um tempo também. -encarei os dois ainda travada -Doutora, me ajuda por favor?

-Claro.

Xxx: Eu vim fazer uma ultrasson, mas não encontro o nome da minha doutora. Sou da Penha, ela é residente do posto de lá mas pediu pra eu vim fazer a ultrassonografia aqui.

Índio: Safada é um apelido fofo. -escutei ele agachado na frente da criança e depois levantou saindo

Xxx: Safada. -a criança repetiu

Xxx: Pai, leva teu neto, namoral. -se abanou encostando no balcão -Tô até passando mal. 

-Deve ser a Doutora Ray, vou analisar e já te digo.

Lucas: Quer ajuda? -apareceu com um copo de café

-Boa sorte.  -sussurrei pra ele

Sair vendo o avô da criança um coroa bem bonito inclusive, segurando e levando pra fora ao encontro de um cara com cabelo verde que veio brincando com a mulher.

Ouvir ela xingar e ele chamar ela de criatura encapetada.

Por cinco minutos vi eu e o Luan, depois eu e o Índio ali.

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora