-Bem, tua mãe biológica ficaria chateada em saber disso. Mas eu aceito ser tua madrinha de condão. -estendi meu dedo e ele cruzou os braços
Marcos: Não, minha mãe não liga pra mim. Ela só me xinga e me bate. -confessou
-Bem, agora tu tem eu. E eu prometo te dar um amor bem quentinho, sabor de doce de leite.
Marcos: Ele ali. -apontou pro garotinho que saia com o pai
E por incrível que pareça, era o Guri, o valor da favela.
-Foi ele quem quebrou teu boneco? -perguntei e ele assentiu -Vamos ali.
Me aproximei e o Guri me encarou surpreso, talvez assustado quando me viu segurando a mão do pequeno Marcos.
Guri: Surpresa te ver aqui, pô. -sorriu de lado -Suave?
-Bem, comigo sim. Mas com o meu garotinho ,não. -encarei ele olhar pro Marcos que se escondeu atrás de mim -O seu filho quebrou o brinquedo dele, e isso não é legal, né?
Xxx: Vamos pai. -falou a criança puxando a mão dele
Guri: Felipe, por que tu quebrou o brinquedo do teu colega? -encarou o menino
-Um pedido de desculpa resolveria, não é? -encarei o Marcos que assentiu com vergonha -Venha meu amor, não precisa ter medo. Bem, seria melhor se vocês fossem amigos.
Xxx: Desculpa Marcos. -encarou ele
Marcos: Tudo bem, mas não precisa mais bater no meu bonequinho, certo? -estendeu a mão e apertou
Guri: Peço perdão, se precisar da grana. -abriu a carteira e eu neguei
-Fica tranquilo, eu apenas queria confirmar que eles não vão mais brigar. -vi os dois conversando e sorrir de lado -Mas pelo visto, está tudo bem.
Guri: É isso. -segurou na mão do menino -Vamo carinha.
Xxx: Tchau Marcos. -olhou pra mim -Tchau mãe do Marcos.
Virei assim que eles saíram e o garotinho segurou minha mão enquanto caminhavamos pra casa.
Marcos: Tá vendo, acham que tu é minha mãe. -sorriu empolgado -Eu gosto.
Assim que chegamos em casa tirei seu tênis minúsculo e peguei o chinelo que tava na mochila. Perguntei se ele tava com fome, e negou brincando com a Mabel.
Coloquei desenho pra assistir com ele e ficamos esperando a dona Marina chegar. Estava torcendo para que ela aparecesse antes da dona Fernanda.
Fernanda: Obrigada. -escutei sua voz no portão e o moto táxi indo embora
Assim que ela entrou em casa olhou pro Marcos que tava com a cabeça no meu colo e o dedo na boca.
-Relaxô. -falei antes dela surtar
Marcos: Alí mamãe. -sussurrou apontando pro desenho
-Mãe, esse é o Marcos. Neto da Marina. -falei e ela fuzilou meu olho
Fernanda: Podemos conversar?
Levantei seguindo ela pela cozinha, e preparada pra briga de sussurros.
-Eu juro, ele é tão meigo. Não consigo me afastar.
Fernanda: Em apenas um dia, tu trás o garoto pra casa e ele te chama de mamãe. Cê tá louca Lorena?
-Apenas dou o amor materno que ele não teve, e eu fiz um favor pra Marina. Nada demais.
Fernanda: Vontade de quebrar teus dentes. -puxou um fio do meu cabelo -Namoral, que inferno. Vô tomar um banho, e espero que tu não esteja ficando maluca.
Subiu pro quarto e eu voltei pra sala sentando perto do Marcos. Ele brincava com o boneco e continuou me chamando de mãe.
Minutos depois minha coroa desceu e revirou os olhos sentando ao nosso lado.
Não se passou 14 segundos e ela já estava interagindo com o garoto, toda bobona.Aproveitei a paz selada e fui no quarto tomar um banho.
Quando desci vi a cena mais contraditória da minha vida. Minha mãe, com o Marcos dormindo em seu colo.
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FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
General FictionFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)