capítulo 49

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Eu havia pensado melhor sobre a proposta do Índio e resolvi aceitar, organizei meus horários e fui pra casa me arrumar antes dele passar buzinando e a comunidade espalhar fofocas.

Coloquei um vestido folgado e uma havaianas preta.

Desci as escadas ajeitando meu cabelo e fiz careta vendo a Carol se pegando com o Paquetá no sofá.

-Boa noite. -resmunguei passando por eles

Paquetá: Visão cunha. -pigarrou se afastando da Carol

-Suave Paquetá?

Paquetá: Na paz de Deus.

Carol: Indo aonde gostosa assim? -olhei pra ela dando uma volta -Posso saber?

-Espero que realmente seja um churrasco. -falei baixo e escutei uma buzina

Paquetá: É o patrão, pô. -me olhou e estralou o dedo -Tá rolando mermo.

Carol: Rolé de casal, né. 

-Assuntos da favela, acredita? -ela abriu os olhos -Pois é.

A porta abriu e o Índio passou todo de preto, um boné branco e uma corrente prata.

Nada mal.

Índio: Visão. -abaixou falando com a Carol e bateu no ombro do Paquetá -Geral procurando tu na rádio, e cê dando perdido né.

Paquetá: Só vim ajudar a moradora do Vidigal, tava precisando de um conserto no banheiro. -beijou o ombro da Carol e levantou

Carol: Sim, quebrou o tubo. -falou sínica

-Sei bem.  -falei rindo e me aproximei do Índio -Vamo?

Índio: Positivo dona. -deu passagem e eu sair vendo o carro preto

De longe avistei os vidros abertos e o Marcos sentado na cadeira.

-Tu vai levar ele pra assunto da favela?

Índio: Avisei que era uma reunião tranquila, e a coroa teve que sair, tenho que levar ele junto.

Assentir e caminhei até o carro vendo o sorriso largo do Marcos quando me viu.

Marcos: Que linda, né pai. -falou baixo levantando a mãozinha e eu beijei sua bochecha

Índio: Básica. -sussurrou e eu olhei pra ele que sorriu -Gostosa.

-Obrigada. -desviei o olhar colocando o cinto

Marcos: Totosa. -repetiu baixo imitando o pai

Índio: Ele tá com sono, provavelmente vai dormir no colo a reunião toda. -olhou pra trás e acelerou

Fiquei calada e ele ligou o som baixo seguindo caminho.

Chegamos numa casa perto de um morro, e eu desci abrindo a porta ajudando o Marcos com o cinto.

Índio pegou ele no colo e colocou a outra mão na minha cintura me guiando.

De longe avistei uns caras encostado na parede com uma vista ampla da favela e uma piscina com luz neon.

Olhei pro lado vendo um grupo de mulheres na sala conversando e rindo. Provável de ser as acompanhantes dos outros macho.

Acho que só nós que chegamos parecendo uma família.

Xxx: Grande Índio. -falou alto fazendo um toque com ele -Meninão já tá enorme aí pô, vi na barriga da tua fiel.

Índio: Separei da Nicole, dor de cabeça demais, a única coisa boa foi meu herdeiro. -comentou virando pra mim -Lorena Martins, esse é o MT dono da Rocinha.

Xxx: Visão Martins. -sorriu de lado apertando minha mão

Os outros caras assentiram com a cabeça como se estivessem me cumprimentando e eu desviei o olhar sentando com o Índio no meio da roda.

Estava meio desconfortável por ser a única mulher na roda, a maioria tava na sala.

Marcos: Tô com sede. -resmungou no colo do pai

Índio: Leva ele pra beber água, namoral? -falou baixo pra mim e eu segurei a mão do Marcos saindo do grupo

Caminhamos pra dentro da casa e eu parei na roda das mulheres que encerraram o assunto me encarando.

-Boa noite, sabem aonde fica a cozinha pra eu pegar água pra ele? -falei baixo

Xxx: Menina, é o filho do Índio? -assentir e ela sorriu -Tá enorme cara.

Xxx: Vem comigo, te levo na cozinha mulher. -me puxou amigável e eu seguir apertando a mão do Marcos

FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora