Eu havia pensado melhor sobre a proposta do Índio e resolvi aceitar, organizei meus horários e fui pra casa me arrumar antes dele passar buzinando e a comunidade espalhar fofocas.
Coloquei um vestido folgado e uma havaianas preta.
Desci as escadas ajeitando meu cabelo e fiz careta vendo a Carol se pegando com o Paquetá no sofá.
-Boa noite. -resmunguei passando por eles
Paquetá: Visão cunha. -pigarrou se afastando da Carol
-Suave Paquetá?
Paquetá: Na paz de Deus.
Carol: Indo aonde gostosa assim? -olhei pra ela dando uma volta -Posso saber?
-Espero que realmente seja um churrasco. -falei baixo e escutei uma buzina
Paquetá: É o patrão, pô. -me olhou e estralou o dedo -Tá rolando mermo.
Carol: Rolé de casal, né.
-Assuntos da favela, acredita? -ela abriu os olhos -Pois é.
A porta abriu e o Índio passou todo de preto, um boné branco e uma corrente prata.
Nada mal.
Índio: Visão. -abaixou falando com a Carol e bateu no ombro do Paquetá -Geral procurando tu na rádio, e cê dando perdido né.
Paquetá: Só vim ajudar a moradora do Vidigal, tava precisando de um conserto no banheiro. -beijou o ombro da Carol e levantou
Carol: Sim, quebrou o tubo. -falou sínica
-Sei bem. -falei rindo e me aproximei do Índio -Vamo?
Índio: Positivo dona. -deu passagem e eu sair vendo o carro preto
De longe avistei os vidros abertos e o Marcos sentado na cadeira.
-Tu vai levar ele pra assunto da favela?
Índio: Avisei que era uma reunião tranquila, e a coroa teve que sair, tenho que levar ele junto.
Assentir e caminhei até o carro vendo o sorriso largo do Marcos quando me viu.
Marcos: Que linda, né pai. -falou baixo levantando a mãozinha e eu beijei sua bochecha
Índio: Básica. -sussurrou e eu olhei pra ele que sorriu -Gostosa.
-Obrigada. -desviei o olhar colocando o cinto
Marcos: Totosa. -repetiu baixo imitando o pai
Índio: Ele tá com sono, provavelmente vai dormir no colo a reunião toda. -olhou pra trás e acelerou
Fiquei calada e ele ligou o som baixo seguindo caminho.
Chegamos numa casa perto de um morro, e eu desci abrindo a porta ajudando o Marcos com o cinto.
Índio pegou ele no colo e colocou a outra mão na minha cintura me guiando.
De longe avistei uns caras encostado na parede com uma vista ampla da favela e uma piscina com luz neon.
Olhei pro lado vendo um grupo de mulheres na sala conversando e rindo. Provável de ser as acompanhantes dos outros macho.
Acho que só nós que chegamos parecendo uma família.
Xxx: Grande Índio. -falou alto fazendo um toque com ele -Meninão já tá enorme aí pô, vi na barriga da tua fiel.
Índio: Separei da Nicole, dor de cabeça demais, a única coisa boa foi meu herdeiro. -comentou virando pra mim -Lorena Martins, esse é o MT dono da Rocinha.
Xxx: Visão Martins. -sorriu de lado apertando minha mão
Os outros caras assentiram com a cabeça como se estivessem me cumprimentando e eu desviei o olhar sentando com o Índio no meio da roda.
Estava meio desconfortável por ser a única mulher na roda, a maioria tava na sala.
Marcos: Tô com sede. -resmungou no colo do pai
Índio: Leva ele pra beber água, namoral? -falou baixo pra mim e eu segurei a mão do Marcos saindo do grupo
Caminhamos pra dentro da casa e eu parei na roda das mulheres que encerraram o assunto me encarando.
-Boa noite, sabem aonde fica a cozinha pra eu pegar água pra ele? -falei baixo
Xxx: Menina, é o filho do Índio? -assentir e ela sorriu -Tá enorme cara.
Xxx: Vem comigo, te levo na cozinha mulher. -me puxou amigável e eu seguir apertando a mão do Marcos
VOCÊ ESTÁ LENDO
FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
Ficção GeralFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)