Lorena
Pedi pro Luan ir buscar um copo de cerveja pra mim, ele desceu faz uns 15 minutos até agora nada.
Eu fiquei pensativa sobre o que rolou na cozinha, Marcos é um garoto tão forte, vê aquela situação com os pais, não deve ter sido nada agradável.
Observei a favela de longe, aqui a vista é bem bonita, dava pra ver o complexo inteiro.
Escutei passos lentos e agradeci pelo Luan ter chegado, afinal já estava ansiosa por outra pessoa me ver sozinha.
-Bem linda essa vista, né? -falei sem olhar pro lado
Xxx: Eu gosto. -falou rouco
Era ele, e aquela voz que me deixava totalmente fraca.
Índio: Eu fico sempre marolando vendo o alto daquele morro, lá na frente. -continua falando e eu assentir
Virei a cabeça vendo ele apoiar os dois braços no muro ao meu lado e inclinar um pouco a coluna. Levou o baseado até os lábios e molhou um pouco a boca ao soprar.
Seu perfume era bom, um cheiro amadeirado, um aroma cafajeste.
-Poucos lugares tem essa vista. -falei vendo ele encarar a margem -A minha casa, tem a vista pra um terreno baldio, por exemplo.
Índio: Tendeu. -ficou calado e eu não queria dizer nada -Tu conhecia o Marcos, há um tempo né?
-Não, faz exatamente. -encarei os dedos contando mentalmente -Acho que duas semanas.
Índio: É, tu realmente tem dom com criança então, pô. -neguei rindo
-Nenhuma criança gostou de mim, como teu filho. Por isso, retribuo tanto o carinho dele, as vezes é falta. -falei percebendo que toquei no assunto que ocorreu mais cedo
Índio: É isso mermo. -jogou o baseado no chão e amassou -A mãe dele, é uma filha da puta, arrogante.
Não queria negar, afinal eu pensava exatamente isso.
-Eu diria, lamento. -falei sentando no banco em nosso lado
Para minha surpresa ele fez o mesmo, porém arrastou a cadeira ficando em minha frente. Fiquei nervosa imediatamente, ele estava despojado em minha frente, me encarando de braços cruzados.
Índio: Então doutora, o que te faz se aproximar do moleque?
Não tinha entendido o motivo dessa pergunta, depois refletir. Será que ele acha que me aproximei do Marcos, por causa dele?
-Porque ele é um garoto incrível. -falei óbvia -Por que mais seria?
Índio: Não sei. -abaixou o olhar e subiu meu corpo totalmente até meus olhos -Diga tu, pô.
-Sinceramente por tu ,que não seria. -falei sincera recebendo um olhar totalmente diferente
Não era um olhar de julgamento como antes, era um olhar de aposta, desejo e provocação. Neguei mentalmente, talvez eu tenha ferido o ego dele. E agora sua missão será me fazer admitir que sou totalmente atraída por ele.
Levantei disfarçando e fiquei contra o muro, apoiando minhas mãos ao meu lado.
Ele fez o mesmo, levantou e ficou na minha frente. Colocou seus braços um de cada lado do meu corpo me encurralando.
Índio: Seria tão ruim assim? -me encarou e desceu o olhar pros meus lábios
Não, claro que não.
-Bom, tem dúvida? -respondi rapidamente -Tu é um homem cercado de mulher surtada, e provavelmente perseguido pela mãe do teu filho.
Na realidade, eu não me importaria com isso. Mas não quis deixar claro, que ele era odiado pela minha mãe.
Índio: Não acho, que é só isso doutora, manda o teu papo. -fez uma análise em meu rosto
Soltei o ar, e pensei quando que eu tinha prendido ele? Enfim, o formigamento nas minhas pernas eram grandes.
Seu rosto foi se aproximando lentamente do meu pescoço e relaxou sua testa no meu ombro, beijando o local lentamente.
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FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
Ficción GeneralFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)