Grávida, ele engravidou uma ficante em uma semana.
-Parabéns. -encarei ele e segurei o braço da Carol saindo do meio
Avistei o Índio se aproximar com a moto e o sorriso irônico da Mayara. Eu não me importo se ela é irmã dele, pode ser do traficante de mais periculosidade. Mas eu ainda vou quebrar essa mina na porrada.
Carol: Tô chocada. -sussurrou e eu encarei ela -Tá tudo bem Lore, respira.
Parei de andar antes de avistar a casa da minha madrinha, inspirei e soltei o ar.
-Ele quebrou a regra. -falei baixo
Carol: Regra? -olhou curiosa
-Ele engravidou uma ficante, e eu não aceitaria jamais ser madrinha do filho dessa maluca.
Carol: Mulher, com todo respeito. Tu acha que esse filho é do Luan? -cruzou os braços -A Mayara já chegou fugida de algum lugar, nunca nem sabemos o motivo. Faz semanas que ela ficou aqui e engravidou, mas mesmo ficando com o Luan o PH falou que viu ela com o Guga, quando ficou com ciúmes de cês dois.
-Não sei, mas ele fez uma escolha. -analisei a rua
Carol: Tu precisa conversar com ele, respira e resolve o que precisa resolver. -alisou meu cabelo e beijou minha testa -Preciso voltar pro trabalho, só vim te deixar na casa.
-Valeu. -sorrir de lado sentindo os poros do meu corpo arrepiado
Caminhei até a casa da madrinha e entrei vendo ela dançando na sala. Bom, a dona Fernanda estava errada, ela está em casa.
Julia: Que susto, ô garota. -bateu a vassoura na minha cabeça e eu sorrir fraco -O que houve?
-Precisamos conversar. -me aproximei dela
Julia: Tá grávida? -arregalou os olhos
-Não. -falei rápido
Julia: Usando drogas? eu não vô passar pano, já te digo logo. -cruzou os braços
-Não madrinha. -sentei no sofá e ela colocou o pano no ombro se aproximando -A minha mãe tá estranha.
Julia: Ela sempre foi, né amor. -colocou os braços na cintura -Eu não vou me envolver em relação de mãe e filha, mas só digo que tu precisa ter paciência com ela.
-Eu preciso entender, o que tanto está acontecendo?
Julia: Tua mãe tá sendo ameaçada.
-Por quem e por que? -encarei ela
Julia: Merda. -bateu na testa como se fosse se arrepender -Digamos que algumas pessoas do passado, família do Diogo.
-O que tem haver meu pai, nisso?
Julia: Querem algo, que está sendo distribuído pra cês duas. Que na real, era pra ser outra pessoa.
-Qual é o morro?
Julia: Aí minha filha, a família do Diogo é tudo espalhada. Mas a maioria mora no morro do CDD.
Cidade de Deus.
Fernanda: Lorena? -apareceu na sala e eu me endireitei lançando um olhar pra madrinha
Julia: Roubei a Lore, por alguns minutos. Queria saber de alguns babados. -levantou indo até ela
Fernanda: Tu brigou na rua? -neguei
-Não foi uma briga, só discutir. -levantei passando por elas -Novidades em breve, talvez, o Luan sendo papai do ano.
Julia: Quê? -gritou e eu sair andando
Passei pelo portão vendo o Luan conversando com o Índio.
Fingir não ver eles dois e caminhei pelo lado contrário do passeio.
Luan: Lorena. -gritou correndo até mim -Escuta.
-Não sou surda. -olhei pra ele
Luan: Não é uma escolha, ela tá grávida, não sou moleque e tô assumindo. Não podia deixar tu bater nela, tendeu?
-Tá Luan, entendi.
Luan: Tu continua sendo minha prioridade, pô. -me puxou abraçando e eu olhei por cima do ombro dele o Índio analisando
Ele não parecia feliz, afinal alguém engravidou sua irmã, e esse alguém é um dos seus melhores traficantes. Mas agora ele parecia está tranquilo.
-Preciso ir. -me afastei e ele colocou a mão na nuca -Segue tua conquista, não posso permanecer no mesmo lugar que a mãe do teu filho, só isso.
Luan: Cês se entendem depois, bate um lero, ela tá no erro mermo. -colocou as mãos na cintura
-Não tenho amizade com mina que discrimina mulher por insegurança. -olhei pra ele e virei andando
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FAVELA VIVE (REVISANDO) + (CONCLUÍDA) REPOSTANDO
General FictionFavela do Vidigal - Triângulo amoroso! "Todo mundo tá ligado que ela é a minha de fé, aí de quem cometer o pecado de cobiçar minha mulher....abrir um salão pra você dentro da minha favela." -Poesia Acústica 13 (+18)