memories (♂️) (part.1)

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Chico dirige torto pelas ruas, como se não tivesse acostumado, o que é estranho, a van é dele certo ? Ele tinha que saber dirigir ela. Os três estavam a caminho a café's pizzaria, Calisto disse nomes que eles não lembravam, mas que tinham vestígios, tipo um gravador com uma voz grossa, uma carteira de motorista com uma bela moça, um arco e flecha com um nome gravado.

De quem eram aquelas coisas ? Os três não sabiam responder, Guizo por algum motivo, não conseguia tirar os olhos do arco e flecha do nome "S/n", tão famíliar, mas tão distante de sua memória, um sentimento de alegria, um conforto, uma paz vinha desse nome ao mesmo tempo angustia de não poder lembrar, ter por perto, como memórias musculares, ele sentia braços em volta de sua cintura, seu cheiro agradável, mas não podia a ver ou lembrar de seu rosto, uma memória quase apagada, quem é S/n? Quem é Lírio ? Quem é Dara?

Xande olhava a carteira de motorista, a moça tão bela, seu coração disparava, ele suspirava, por que sentia coisas por alguém que ao menos conhecia? Ela parecia tão dele, tão memorável, mas ao mesmo tempos tão distante, tão esquecida.

Chico pensava naquele martelo, naquele gravador, estava até desatento da rua, aquele nome, tinha algo além de uma flor, aquela voz ecoava em sua cabeça com tanta facilidade, como se já fosse velha conhecida de seus ouvidos, mas não lhe via um rosto na mente, não vinha nada, apenas uma sensação de proteção, como se uma parede estivesse protegendo ele, por que uma parede? Ele não sabia por que, mas a mesma estava sempre protegendo ele.

Finalmente chegaram no lugar, a ruiva levantou os olhos para ver quem chegava nesse lugar tão mal movimentado.

-Gente?- Mandy pergunta.

-Mandy!- por um segundo os olhos do rapaz ruivo se iluminaram, mas voltaram a escurecer quando o nome voltou a sua mente.

- Cadê  S/n ?- ela olhava para a porta- o Lírio, Dara, ué veio só a metade ?- ela pergunta intrigada.

-Eu nem sei quem são esses!- Chico afirma, apesar de seus sentimentos falarem o contrário.

-Como não ? Eles fazem parte do grupo de vocês, o seis - ela rebate.

-Que seis? Nós somos os três - Chico bate na mão de Xande e Guizo.

-Vocês estão de brincadeira com a minha cara ?- ela pergunta fechando o cenho.

-Não, nós apenas...- Chico foi interrompido pela chegada do Calisto.

-Vocês demoraram, vem logo - Calisto chama eles para a salinha escondida.

Calisto explica sobre os parceiros deles , sobre o que eles faziam, sobre como eles chegaram lá, tudo o que aconteceu, aquilo pareceu mais atordoalos do que trazer alívio, agora tudo estava de volta em sua mente...

Lírio empurra o velho homem com a maior força que consegue, mas mesmo assim não foi suficiente, o rosto se abriu, revelando vários olhos, e garrinhas, Adágio tinha virado uma coisa assustadora. Xande acerta o homem em seguida Lírio, Chico monta uma pequena bomba, S/n acerta uma flecha, fazendo a criatura se contorcer,  sendo filmada pelo seu irmão " vai maninho acaba com ele " o ruivo comemora, tanto Lírio quanto Xande se afastam, atraindo a criatura para a explosão, mas não foi o suficiente, o que restava de um homem se levantou, a criatura se lança para fora do homem, estava morrendo, afim de escapar de ser morta, pulando para o meio de todos eles. S/n tenta acerta uma flecha mas a criatura é rápida, séries de flechas foram lançadas, até a criatura pular no rosto do garoto.

S/n viu um corredor, era longo, escuro, tinha uma porta, por baixo dela uma luz,  ao redor do corredor algo parecido com tentáculos, o ar parecia podre, que não se devia respirar, chamava ele, o que quer que estivesse atrás da porta, ele olhou para trás nada, era como se não existisse como voltar , apenas seguir em frente, ele caminhou lentamente, foi quando percebeu que não sentia ser corpo, estava tão leve, como se uma pena fosse mais pesada, não sentia cheiro, frio ou calor, nada apenas como se sempre fosse isso, se no fim das contas sempre foi esse seu destino. Ele repousa a mão na maçaneta e abre, aceitando seu triste e esperado fim.

-AMOR- Lírio pegou o menino nos braços e chacoalhou, o bicho já tinha entrado, não dava mais para ver.

-Lírio temos que matar ele!- Xande se aproxima, com o coração em pedaços.

-NÃO, NUNCA , se chegar perto dele eu mato você - Lírio apertava o garoto em seus braços grandes, como se isso o trouxesse de volta.

-Lírio - Dara tenta falar algo, mas até ela está em choque.

Guizo está caído de joelhos, olhando o corpo de seu irmãzinho, lembrando de quando ele nasceu...

-Guilherme essa é seu irmão - a mãe do menino entraga o pequeno garotinho em seus braços, ele se encantou na hora por ele, seu irmão, sua responsabilidade, seu garotinho.

De quando ele machucou o joelho...

-Guizo tá doendo- ele chora enquanto é carregada pela irmão mais velho, S/n não conseguia chamar ele de Guilherme quando era pequeno, então apelidou ele de Guizos, algo que ele falava com facilidade.

-Eu sei, vou passar um remédinho e colocar um band-aid de monstrinho- dito e feito- pronto, quase esqueci - ele deixou um beijinho no curativo- para sarar mais rápido - ele sorriu e abraçou o irmão mais velho.

Quando atirou a primeira flecha e acertou...

-Eu acerteiiiii- seu irmão ria e gravava, você viu?-

-Vi!- ele ria alegre pelo irmão.

-Certinho no alvo- pulava feliz.

Quando abriu seu coração para o único que ele confiava...

-Eu acho que eu amo ele Guizo - ele suspira de cabeça baixa - eu amo aquele idiota de três metros- eles riem.

-Eu acho que ele também de te ama, o jeito que ele te encara do nada é surreal - ele comenta.

Ele abraça o irmão repousando a cabeça em seu ombro.

O mundo de Guizo caiu nesse momento, seu pequeno, o garotinho que ele tanto protegeu e cuidou, morreu diante dos seus olhos, sem que ele pudesse fazer nada.

Xande tentava ser forte, mas ia desmoronar a qualquer momento, via ele como uma irmão mais novo, cudiava dele como um, as quartas-feiras eles iam tomar sorvete os três sempre, agora não teria mais alguém fazendo uma combinação estranha e se sujando todo.

-Meu amor, me perdoe- Lírio chorava, perdeu seu homem, o garoto que ele jurou cudiar e proteger, jurou amar com todo o coração, na saúde e na doença, foi o que ele prometeu quando colocou uma aliança em seu dedo, tinha poemetido que essa seria sua última missão, iriam sair dessa e viver uma vida normal.

O garoto lentamente abre os olhos, bem... O garoto não, a criatura...

Lírio- one shots Onde histórias criam vida. Descubra agora