02:00 a.m.

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[Não revisado, perdão qualquer erro]

Acordo desnorteada, nós estamos em um hotel, Dará dorme tranquilamente, no quarto ao lado, dormem Xande e Guizo, na nossa frente Lírio e Chico. Me levanto devagar, para não acordar a bela adormecida ao meu lado, no relógio marcam 00:33, pego algumas das minhas facas, nunca se sabe. Sai do quarto, assim que fecho a porta me deparo com uma menininha andando pelo corredor com seu bichinho de pelúcia, ela parecia também procurar seu quarto.

-Oi garotinha, você tá perdida?- me abaixo na sua frente.

-Minha mãe me ensinou a não falar com estranhos- sua voz era com a de um robô, ela andava dura, como se não tivesse articulação alguma, ela para de repente - você parece legal, pode me ajudar?- ela volta para perto de mim.

-Claro...- olho para o fim do corredor - bem de que andar você veio?-

-Não me lembro, pode me ajudar ?- estranho ela perguntar novamente.

-Tá bom, eu vou te levar para recepção, tá?-

-Tá - pego em sua mão a guiando pelo corredor, aperto o primeiro andar no elevador, ela tem um aperto forte, mais que uma criança devia ter.

-Você é forte né?- pergunto tentando puxar minha mão.

-Como bastante vegetal- ela sorri de um jeito bizarro, sem soltar minha mão.

Não havia ninguém na recepção, toco o sininho algumas vezes mas nada, quando olho de volta para menina, ela olhava para um canto em que a luz piscava, o rádio que tinha em cima do balcão começa a chiar, psicónico, penso de imediato, tento voltar para o elevador mas a menina não se mexia ou soltava minha mão.

-Hum, vamos procurar seus pais !- digo desesperada.

-Ele está aqui, vamos esperar!- a mesma tem a voz baixa e sombria.

Deus me perdoe, chuto o braço da menina que rapidamente vira o pescoço para mim, ela definitivamente não tá normal. Corro para o elevador, vejo a mesma correr em minha direção, a porta fecha antes, aperto o andar em que estava, rezando para não a encontrar de novo, a porta do elevador abre, tenho impressão que aquela menina vai atravessar a porta das escadas a qualquer momento, caminho olhando para trás, com medo daquela pestinha outra vez, não percebo quem está na minha frente, esbarro com tudo no mesmo que me faz cair.

- Descul...Amor?- Lírio, nunca fiquei tão feliz de encontrar esse homem na minha vida- Tá tudo bem? Onde você tava, Dará acordou a gente desesperada alegando que você tinha sumido, eu fiquei preocupado para caralho- Lírio me envolve em seus grandes e grossos braços, não entendo, foram apenas alguns minutos.

- Mas eu não sumi por tanto tempo- comento enquanto caminhamos de volta para o quarto de mãos dadas.

-Se quase duas duas não é muita coisa, não sei o que é meu bem- ele ri.

-Duas horas ? Impossível, eu só levei a menina na recepção, foi uns 20 minutos- digo parando- que horas são ?-

-São 02:20, por quê? -

-Não pode ser, quando eu saí do quarto eram 00:33- estava confusa, não levou duas horas- ir até a recepção não leva duas-

-Você foi a recepção?-

-Fui!-

-Quando ligamos para o moço de lá ele disse que ninguém tinha aparecido- o que aconteceu? Quem era aquela menina? Onde eu estive por duas horas? Acho que Lírio percebe que estou surtando, ele me abraça novamente, é incrível como ele tem capacidade de me acalmar com um abraço.

-Não importa, você tá aqui agora, vou pedir para Dará dormir com o Chico e eu durmo com você pode ser? - concordo com a cabeça, voltamos a andar.

Encontro todos na frente de seus quartos com se me esperassem, Dará me abraça fortemente.

-Onde você tava? - a mesma questiona autoritária- você me assustou!-

-É faz mais isso não!- Xande fala encostando na parede- a gente ficou louco atrás de você!-

-Xande tem razão!- Lírio concorda.

-Quem?- pergunto parando.

-Xande...- Lírio repete me olhando, puxo minha mão para longe dele.

-Você nunca chama ele pelo nome, apenas de skatista...- o rosto de todos ficam sérios de repente.

-Vamos para o quarto amor, assim que você dormir vai tudo ficar bem, o loiro se aproxima-

-Ou podemos ouvir rádio, agora tem umas coisas boas- Chico sorri, igual aquela garotinha...

Corro pelo corredor de volta ao elevador, Xande sobe em seu Skate em vem atrás de mim, o mesmo me agarra, me jogando no chão. Chuto seu rosto me libertando, o mesmo com uma conjuração me faz não conseguir me afastar, apenas caminhar para perto dele, pego uma das minhas adagas e lanço em sua mão, minha especialidade arremesso de facas , o loiro geme de dor e me solta, volto a correr, chego no elevador, apertando para recepção novamente, assim que as portas iam se fecha, Lírio segura elas.

-Me perdoe meu amor - sussuro baixinho, chuto com toda força seu rosto, ele vai para trás com o impulso, a porta se fecha. Começo a descer, novamente na recepção está tudo bagunçado, coisas flutuando, olho para os andares, andar - 23?, Só ia até o -1 que era o estacionamento, na minha situação, é uma boa arriscar .

Aperto aquele botão tensa, o elevador desce velozmente, quando a porta abre, ando pelo corredor com uma de minhas adagas na mão, vejo cinco pessoas na minha frente, essa não! O elevador se fecha, game over! O loiro corre em minha direção, me preparo para ser morta estrangulada ou qualquer coisa assim, mas sinto seus braços em volta do meu corpo. Seu olhar de preocupação, seus beijos pelo meu rosto.

-Você tá bem, meu anjo ? - ele colocou suas duas enormes mãos em cada lado da minha cabeça- eu tava tão preocupado, onde você tava ? Não importa achamos você- ele beijou meus lábios, sim aquele era meu namorado de verdade.

Todos me perguntaram o que tinha acontecido, onde eu estava, preferi não falar tudo o que aconteceu, poderia ser confuso, Lírio queria dormir comigo, agora Dará com Xande, Chico e Guizo.

Estávamos deitados, Lírio brincava com meus cabelos, beijava meu pescoço, apertava minha cintura, eu repassava tudo o que aconteceu, era estranho, como se a segundos ele estivesse querendo me matar e agora está beijando meu pescoço, o relógio marcava 3:45, de acordo com eles eu sumi as 02:00.

-O que foi ? - ele para colando seu corpo ao meu- Hum? Você tá quentinha, sinceramente não acredito na sua história de que se perdeu-

-Tudo bem...- contei tudo para ele que ouvia calmamente- e agora eu tô me achando maluca-

-Meu Deus, não sabia que eu tinha atração por loucas- dou um leve tapa em seu braço- sobre esse acontecimento , eu ainda quero te pegar e te matar...de tanto te beijar- o mesmo começa a beijar todo meu rosto e corpo.

-Chega- digo não me aguentando mais de rir, ele apenas sorri, parando de meu beijar.

-Vamos dormi agora, temos trabalho amanhã- ele beija minha bochecha, abraça fortemente minha cintura, me permito dormir no calor de seus braços.

No dia seguinte, acordamos cedo, fomos fazer logout, enquanto os cinco pagavam, algo me chama atenção atrás de mim, o elevador, nele tinha o bichinho de pelúcia da menina, da noite passada, ele olhava para mim , não era só um bichinho de pelúcia, eu sei que não era, ele me via , o elevador fechou, seja lá o que for desceu.

-Vamos anjo?- Lírio pega minha bolsa em seu ombro, e pindura a mão na minha cintura, dou uma última olhada para trás, não podemos resolver todos os mistérios do mundo, tem coisas que é melhor esquecer e fingir que não foi com você e agradecer por te deixar ir, seja lá o que estiver nesse prédio, é mais forte que tudo que já lidamos, e definitivamente, não podemos vencer...

Lírio- one shots Onde histórias criam vida. Descubra agora