Ambiente hostil

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Os olhos turvos piscaram em desconforto com a iluminação entrando através da cortina, aquilo havia o incomodado ao ponto de o acordar, aonde morava dormia na sala e lá não havia um pingo sequer de luz do sol batendo contra seu rosto devido a posição do sofá.
Seu corpo estava confortável demais para ser a memória de sua doce casa ou até mesmo do hospital aonde esteve.

Falando em hospital... Também não sentia o cheiro forte de medicamento ou desinfetante, apenas um cheiro suave de algodão e alguma outra flor que não conseguia recordar devido ao sono, estava cansado e havia acabado de acordar, sempre teve esse costume de acordar cansado e sonolento, querendo apenas voltar a deitar e dormir mais algumas horas.

Seus olhos se bateram contra o lustre luxuoso do quarto extremamente espaçoso assim que abriu as orbes mais acordado, suas sombrancelhas se uniram em sua confusão.

"Aonde caralhos estou?"

Sua mente confusa e complicada rodava em círculos ao perceber que aquele lugar definitivamente não era seu.
O teto branco e sem graça tinha aquele enorme lustre de lantejoulas em dourado, era chique demais, rico demais.
O armário de quatro portas no canto do quarto era a prova concreta de que definitivamente havia sido sequestrado, era a única coisa que rodava em sua mente.

Os olhos amendoados se voltaram a janela que cobria apartir de um palmo a altura do teto, até o chão, com a cortina fina braca com bordados em cor pérola, parecia digno de castelo imperial, depois iria abrir a cortina e ver aonde seria a venda de seus órgãos.

O Lee se sentou lentamente, notando que estava deitado em uma cama King de casal que era com certeza maior do que o antigo quarto de seus pais, a estante repleta de livros a sua frente era chamativa, principalmente pela madeira bonita, a porta que julgou levar para fora desse convém da realeza era da mesma madeira de todos os móveis, clara e com detalhes em espiral e pétalas de cerejeira.

– Aonde é esse lugar? – Felix se questionou, se lembraria de passar pela rua e ver uma casa dessas por aí.

Quando abriu a cortina se deparou com uma sacada de tamanho até que pequeno comparado ao resto do quarto, estava na frente do quintal enorme e exagerado dos fundos do que parecia ser uma mansão e ao redor haviam muros baixos que separavam mais terrenos enormes e mansões chiques demais para qualquer classe baixa pensar em alugar, faz idéia comprar.

– Oh, vejo que acordou... – uma voz melodiosa chamou, atraindo a atenção do Lee a imagem do homem a sua frente.

Seus olhos se esbugalharam com a beleza a sua frente.
Aquele homem deveria ser um anjo do mais próximo da Deusa ou um demônio do mais amado por Lúcifer, pois a beleza desse homem seria inacreditável se não tivesse vendo pessoalmente.

Os fios negros batiam próximos ao ombro, um corte bonito e delicado, havia um fitilho da cor azul prendendo uma trança que dividia a franja dividida do resto do cabelo, imitando uma tiara natural, caindo a ponta um pouco mais longa do fitilho por trás da orelha e ia até um pouco a baixo do ombro.

– O-oi... – Felix corou, o sorriso dele era simplesmente um cartão de visitas ao paraíso, os olhos negros do homem eram como um par de suculentas jabuticabas, sua pele pálida demais era até um charme, mesmo que precisasse de um pouco de banho de sol. – Acordei quase agora...

– Entendi, tem café da manhã sobre a mesa da sala de jantar. Fique a vontade. – o homem se virou para voltar a sua preciosa vida, os olhos de Felix caíram sobre a bunda farta do homem, aquela calça mesmo que fosse larga, marcava perfeitamente a modelagem das coxas e da bunda bonita, se sentia um pervertido, mas aquela calça preta colada era uma tentação.

Estava tão ocupado apreciando a ida do homem desconhecido, que não ouviu batidas na porta atrás de si, somente quando seu nome foi chamado de forma mais ríspida e a frieza em forma de gente o chamou rude.
Aquele definitivamente não era o rapaz simpático que acabou de sumir pela virada do jardim.

– Felix? – o Lee se virou lentamente na direção da voz, vendo os olhos violetas o encarando tão profundamente, parecia um rei julgando um pobre e miserável presidiário, ele o encarava da cabeça aos pés, até franzir as sobrancelhas e formar um biquinho natural nos lábios – Você tomou banho?

– Ah... Acabei de acordar. – Felix relembrou com vergonha, será que estava fedendo? – Já já irei... Desculpa mas... Aonde estou?

– No desejum irei explicar tudo, primeiro tome um banho. Seus remédios para dor eu deixei na cabeceira da cama, na gaveta da esquerda e há um frigobar no banheiro do seu quarto, tem água fresca lá. – o homem se virou e se retirou sem dizer mais nada.

Felix apenas suspirou aliviado ao se ver livre do olhar tão hostil.
O que um homem tinha de carinho e aconchego, o outro tinha de esnobe e arrogante, porém não poderia julgar tanto, acabou de os conhecer.
Então se guiou ao banho, mas não imaginava que o banheiro fosse o dobro do tamanho de sua antiga casa inteira.
Havia uma banheira que caberia até três pessoas, o vaso ficava mais atrás, próximo a uma bica e uma pia moderna até demais, no lado da banheira havia um espaço com um estilo de box diferente, aonde havia um chuveiro tão grande que seria capaz de molhar duas pessoas ao mesmo tempo.
Havia engolido seco só de se imaginar ali dentro, então não tremeu, apenas caminhou o mais rápido possível para se banhar.

Precisava disso...

Dois em Um ( Lee Felix Centric)Onde histórias criam vida. Descubra agora